O mantra da "pobrezinha".

Além do 63 BI do Estreito , a 14 BDA INF MTZ também fica no centro de Floripa. Seu lema é: "Ânimo forte, resistência à adversidade." Chamem os verdadeiros "milicos", os verdadeiros patriotas, para cuidar da segurança da filha do Presidente. Eles vão fazer isto de graça. Sem cartões corporativos.

Na edição deste domingo, do Diário Catarinense, Marcelo Sato, esposo de Lurian Cordeiro da Silva, afirma que "a vida da família virou um inferno por conta dos cartões corporativos". E continua: "nós temos uma vida simples e discreta. Não temos nada a ver com o cartão corporativo."

Por outro lado, Décio Lima, deputado federal do PT, amigo da família, afirma: "Vou mais longe. Acho que se cometem vários crimes por colocá-la no meio de crises que envolvem o governo do pai dela(Lurian)."

Por fim, Ana Paula Lima, deputada estadual do PT, casada com Décio Lima, que tem Marcelo Sato como seu assessor desde 2003, declara: "O que estão fazendo com esta menina é um absurdo. Ela leva uma vida simples, é humilde, não tem cartão corporativo, nunca usou o nome dela para nada. Acho que é uma operação orquestrada em nível nacional para atingir o nome dela."

Estou compadecido. Não existem mais sete carros à disposição da família em Santa Catarina. Não existe mais um séquito de mais de dez pessoas a serviço do sobrenome. Não foram gastos R$ 55 mil somente em 2007, em saques cash e gastos "emergenciais", por seguranças da filha do Presidente. Não foram gastos R$ 135 mil nos últimos três anos. Não há compras até no Camelão, o shopping paraguaio da região. É tudo invenção do P.I.G., Partido da Imprensa Golpista. E mais: ninguém falou absolutamente nada contra a filha do presidente, a não ser que ela é beneficiária direta de recursos públicos que foram sacados e gastos sem a mínima transparência. Ninguém falou que ela tem cartão, até porque não está no Portal da Transparência.

Por isso, para retirar todo o tipo de suspeita, não tem que esconder os gastos, como quer o Gabinete da Segurança Institucional. Ao contrário: tem que mostrar. Convoquem uma coletiva e mostrem, notinha por notinha, recibo por recibo, saque por saque, onde foi aplicado o dinheiro público. Vou repetir: DINHEIRO PÚBLICO. Que os oito militares, que têm sete carros à sua disposição, façam as suas refeições na cantinha do batalhão mais próximo, por exemplo. E que, em vez de fazerem eles mesmos as pequenas reformas, gastando dinheiro público em todo o tipo de loja, chamem os "milicos" deste mesmo batalhão, que estão lá, prontos para servir à Pátria. O 63 Batalhão de Infantaria fica a menos de 5 km do bairro onde reside a filha do Presidente.

Só falta, agora, os petralhas da tropa de choque passarem a usar o mantra da pobrezinha da menina, como fazem com o pai, o "metalúrgico retirante pau-de-arara nordestino blá blá blá". Aqui não, violão. Prestem contas dos seus atos não com lágrimas de crocodilo, mas com recibos quentes e atos transparentes.