Ontem o IBGE publicou pesquisa de emprego nas seis grandes regiões metropolitanas. A comemoração, acompanhada pela grande imprensa, que engole press release com uma facilidade imensa, é que o Brasil chegou ao menor índice de desemprego desde 2002. Uma meia verdade. Para não ser engambelado como os nossos jovens e valentes repórteres, quando chegar na notícia lá no IBGE, clique em "Indicador Conjuntural" e abra toda a pesquisa em word.
A verdade inteira é que continuamos tendo 1,7 milhões de desempregados nas grandes regiões metropolitanas. E que em janeiro de 2003, primeiro mês da era Lula, o rendimento médio nestas regiões era de R$ 1.108 mensais. Cinco anos depois, em novembro de 2007, o rendimento médio é de apenas R$ 1.114 mensais, uma ridícula variação positiva de menos de 1% nos salários.
O nome disso é achatamento salarial. Emprega-se mais gente pagando-se muito, muito menos. A prova da deterioração do mercado de trabalho, fruto dos altíssimos impostos sobre a folha de pagamento e da carga tributária indecente, é que os salários só crescem naquele segmento dos trabalhadores sem carteira assinada. É a informalidade dominando o mercado. Mas isso a grande imprensa demora um pouquinho mais para publicar.