Hora de dar um basta.

Hoje, no topo da pirâmide mineira, como expressão máxima, está José Alencar, vice-presidente da república. Amanhã, sonha Minas, deverá estar Aécio Neves, governador do estado. Dois políticos em lados opostos.

Lados opostos? Sobre Minas, aprendemos que, na verdade, não existem lados. Lá a terra política também é redonda. Berço dos grandes escândalos que vêm abalando o país, os protagonistas, que imaginamos bobamente estejam em lados opostos, sempre aparecem de mãos dadas, sejam eles petistas, tucanos, republicanos. São protagonistas, não são antagonistas. Por lá, os valérios do dinheiro público e os silvérios da democracia convivem num espectro político amplo e num círculo de efetivo e eficiente relacionamento, onde vale tudo, onde o poder não se divide por idelogias, mas por conveniências de grupos unidos por interesses nada puros. O ouro, sem dúvida, fala mais alto por lá do que em qualquer outro estado da federação. O minério tem peso. Tem voz. Tem vez. Por lá, os grandes empresários financiam efetivamente as campanhas, depois viram candidatos, chegam a deputados e senadores mais votados, vice-presidentes e donos de partido. Quem não é empresário, busca os seus financiadores em outros estados, para depois ascenderem a ministérios, legando suplentes que envergonham a República. Por fim, os políticos profissionais, que não possuem dinheiro de berço, afanam o que necessitam dos cofres das sempre poderosas estatais mineiras. Em Minas, o "financiamento público" de campanha é, há muito tempo, a praxe, convivendo livremente com o estado da arte em contribuição privada: a compra de mandatos.

No momento em que o mensalão volta às origens, vemos que este grande esquema de corrupção é composto por uma infinidade de canos que desembocam num só lugar: Minas Gerais. E este cano de esgoto fétido parece estar afinando para um único ponto de partida, onde o triângulo vira um círculo. Não nos surpreendemos se, lá no fim, os restos em decomposição do que existe de mais podre na política brasileira desaguarem na cara de quem já reina na sala ao lado ou de quem sonha em sentar no trono.

Os últimos governos, de FHC e de Lula, não conseguiram se livrar desta verdadeira máfia. Com todo o respeito que os mineiros merecem, chegou a hora de nos libertarmos destes calabares, para o bem da República Federativa do Brasil. Esta luta é mais do que partidária. É patriótica.

6 comentários

Coronel,

Post digno de editorial de um grande jornal.
Perfeito.
O pessoal da CEF de Sete Lagoas não vai gostar!
DDT neles!
rsrsrsrsrs

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Nasci e vivo em BH e concordo com todo o post.
Sugiro até que este post produza outros, quem sabe uma tese: De JK a Aécio, a trajetória da escória política mineira.
E olha que o resto do Brasil não fica sabendo nem de 5% do que acontece por aqui, a censura de dona andréia e da tia anastácia é implacável.

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E ainda temos que aguentar Wellington Salgado.Irmão do Washington e do Jefferson.
Sem falar do Eduardon.

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Experimentem examinar uma conta de luz da CEMIG (Centrais Elétricas de Minas Gerais)! Assombroso assalto aos consumidores! Um consumo de apenas R$ 40 acaba resultando em uma conta de R$ 210! Sério, não é história de pescador!
Cobram R$ 170 de "impostos e encargos" diversos...pobre povo-cordeiro de MG que não reage!E adivinhe para onde vai e$$e excedente...
Essa roubalheira está passando dos limites, cadê o PROCON?
Acorda povo mineiro!

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Parabéns Coronel.
É com textos desse naipe que terá em pouco tempo recordes de acesso, competindo em pé de igualdade com Nariz e outras excelentes cabeças desse nosso país. Quisera eu ter a competência dos blogueiros a quem admiro.

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Minas não é diferente de Santa Catarina, onde dona Salvatti faz das suas e o coronel não registra e nem comenta. Conhece pouco Minas Gerais quem trata o Estado dessa forma. Os mineiros, assim como os catarineses, votamos errado e de forma equivocada, mas nada nos impede de fazer a correção. Quanto ao seu perfil, a que me dei o trabalho de verificar, tive a impressão de tratar- se ferraduras.

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