(Estado) Com o apoio do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), setores
do PT tentam pegar carona na reforma do primeiro escalão do governo
para derrubar os ministros Aloizio Mercadante (Casa Civil), José Eduardo
Cardozo (Justiça) e Joaquim Levy (Fazenda). A articulação, com o aval
de 30 dos 64 deputados petistas, irritou a presidente Dilma Rousseff.
Sob
a alegação de que queria discutir alternativas ao pacote fiscal e uma
estratégia para evitar o impeachment de Dilma, o líder do PT na Câmara,
Sibá Machado (AC), convocou uma reunião na quarta-feira à noite, em seu
gabinete, com os líderes do PMDB, PR, PTB, PROS, PSD e PC do B, todos da
base aliada. Antes, havia tomado café da manhã com Cunha.
O encontro ocorreu no gabinete da liderança do PT e, na
ocasião, Sibá surpreendeu os interlocutores ao dizer que, na opinião
dele e de muitos integrantes da corrente Construindo um Novo Brasil
(CNB), majoritária no PT, Mercadante, Cardozo e Levy deveriam deixar o
governo. Deputados entenderam que o petista queria o aval dos aliados
para pressionar Dilma na reforma ministerial. Muitos viram o movimento
como uma "conspiração".
Rompido oficialmente com o governo, Cunha tem atritos com
Mercadante desde sua campanha para a presidência da Câmara, no início do
ano. Alvo da Operação Lava Jato, Cunha avalia, ainda, que tanto
Mercadante como o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, estão por
trás das denúncias que levaram a Procuradoria-Geral da República a
denunciá-lo ao Supremo Tribunal Federal pelos crimes de corrupção e
lavagem de dinheiro.
"Jamais um ministro da Justiça, num Estado de Direito, deve
orientar investigações, dizendo que os inimigos devem ser atingidos e os
amigos, poupados", afirmou Cardozo ao Estado. "Mas, no mundo político,
muitos não entendem o papel do ministro da Justiça."
Em conversas reservadas, deputados da CNB reclamam da perda de
espaço na reforma e admitem que, se Dilma fizesse um gesto de mudança
mais ampla no ministério, abriria caminho para o acordo com Cunha, a fim
de barrar um processo de impeachment na Câmara.
Cunha confirmou o encontro com Sibá, mas negou a articulação
para pressionar Dilma. "Não quero tirar nem botar ninguém. Esse tipo de
movimento belicoso não é comigo", disse ele à reportagem. De acordo com o
presidente da Câmara, Sibá quer discutir projetos alternativos para o
pacote fiscal. Uma das ideias é transformar parte da dívida da União em
títulos que poderiam ser negociados com investidores estrangeiros.
Sibá negou que tenha defendido a saída dos companheiros da
equipe. Admitiu, porém, que muitos correligionários estão
"insatisfeitos" com a reforma.
2 comentários
GRAAAAAAANNNNNDE S I B Á!!!!!! Maior político vivo!!!! Esse tem pedigree!!!
ReplySibá saiu do Acre, onde foi cobrador de ônibus, para suplente a senador da deusa da floresta a indefectível Marina.Quando Lula transformou Marina em ministra sinistra,o grande Sibá se tornou,pasmem ,senador e deu no que deu,a gerentona além de ser cercada de "homens lindos" tbe. se cerca de verdadeiros gênios!
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