Em pronunciamento na TV para fazer um balanço das ações no Senado no
primeiro semestre, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL),
fez duras críticas ao ajuste fiscal do governo Dilma. Em discurso
gravado na sexta-feira, chamou as medidas propostas pelo ministro da
Fazenda, Joaquim Levy, de “tacanhas” e “insuficientes”. Ele ainda
elogiou o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, pela celeridade com que
tem conduzido as votações no Congresso.
— O ajuste é insuficiente e tacanho. Até aqui, quem pagou a conta foi
o andar de baixo. Esse ajuste sem crescimento econômico é cachorro
correndo atrás do rabo, circular, irracional e não sai do lugar. É
enxugar gelo até ele derreter. É preciso cortar ministérios, cargos
comissionados, fazer a reforma do Estado e acabar com a prática da
boquinha e apadrinhamento — declarou Renan, que é investigado pela
operação Lava-Jato.
Em
pronunciamento de quase 17 minutos, que foi ao ar na TV Senado, Renan
chamou de “filme de terror” as crises política e econômica que o país
enfrenta. Sem citar em nenhum momento o nome da presidente Dilma
Rousseff, afirmou que o governo ignorou o pacto pelo trabalho proposto
pelo Congresso, que trabalhou para minimizar as perdas dos trabalhadores
e aposentados na aprovação do pacote de medidas do ajuste fiscal, que
restringiram a concessão de benefícios trabalhistas e previdenciários.
— Estamos na escuridão assistindo a um filme de terror sem fim e
precisamos de uma luz indicando que o horror terá fim. O país pede isso
todos os dias.Renan disse projeta um segundo semestre difícil e que o Congresso é contra
qualquer medida do governo de aumento de impostos. A parlamentar afirmou
ainda que a sociedade está no seu limite.
— Não diria que será um agosto ou um setembro negro, mas serão meses
nebulosos. Os resultados do ajuste são modestos, muito aquém do
prometido.
O Congresso, majoritariamente, é refratário a aprovar novos
tributos ou impostos. A sociedade já está no seu limite suportável com
tarifaços, inflação e juros. Estamos num momento aterrador (…). Uma
retração na economia. O ajuste está se revelando um desajuste social.
Ele é um fim em si mesmo. Ele nem aponta, nem sinaliza, nem indica, nem
sugere quando o país voltará a crescer — afirmou.
O presidente do Senado disse que os congressistas não serão “agentes
da instabilidade” e que irão contribuir para proporcional tranquilidade e
estabilidade. — Diante das crises é preciso se reinventar, trabalhar e ter coragem.
Negar a realidade é minimizar ou relativizar crises. É um atalho para o
insucesso — disse.
Renan elogiou a atuação do presidente da Câmara, Eduardo Cunha
(PMDB-RJ), dizendo que ele impôs um novo ritmo de votações e que
trabalharam juntos no primeiro semestre para otimizar os resultados das
votações. — Atuamos conjuntamente a fim de otimizar os resultados do
Legislativo. Conseguimos. Um exemplo foi a Lei de Responsabilidade das
Estatais, que acho muito importante para a transparência e controle
social das empresas públicas — afirmou o peemedebista.
Em uma crítica à Dilma, com quem passou a ter uma relação ruim no
segundo mandato da presidente, Renan afirma que sua aprovação na opinião
pública “dispensa comentários”.Renan também falou sobre a Operação
Lava-Jato, que apura o esquema de corrupção na Petrobras. O presidente
do Senado afirmou que todos devem responder às demandas da Justiça e que
uma investigação isenta vai comprovar o que tem dito. Segundo Renan, as
denúncias contra ele são como "disco arranhado" e não trazem fatos
novos. O senador disse que o deputado Aníbal Gomes (PMDB-CE), apontado
como seu intermediário no esquema, não tem autorização para falar em seu
nome e que mantém uma relação institucional com as empresas públicas.— Não tenho nenhuma relação com o que está sendo investigado — afirmou.
Em meio ao debate sobre o impeachment de Dilma, o senador defendeu o
direito de o PMDB disputar a Presidência da República "nas urnas". Renan
criticou a busca do poder através de medidas "à margem da legalidade".
Ele disse que legitimidade é um conceito fundamental para o governo e
que "democracia não se confunde com vassalagem".
— O PMDB
não pode sucumbir ao aparelhamento. Não é inteligente fazer isso. Vejo
com felicidade que o PMDB refuta ser coadjuvante e vai em busca do
protagonismo. Não somos defensores de medidas marginais que estejam à
margem da legalidade. O poder é conquistado nas urnas, no convencimento
do eleitor e na credibilidade das propostas e programa de governo —
afirmou.
TCU
Sobre o julgamento
das contas da presidente, Renan disse que é preciso esperar o julgamento
do Tribunal de Contas da União (TCU), previsto para agosto. Antes
disso, segundo Renan, "tudo não passará de especulação e probabilidade,
que não são bons orientadores". Ao falar sobre o processo
de aprovação do nome do ministro Luiz Edson Fachin para o Supremo
Tribunal Federal (STF), Renan criticou a atuação da imprensa: —
Hoje está mais fácil interpretar a realidade nacional nas feiras,
shoppings e ruas do que nas manchetes dos noticiários, mas o Senado será
sempre guardião da liberdade de expressão em qualquer circunstância.
6 comentários
https://www.youtube.com/watch?v=KHvZXDUNyYY
ReplyEstratégia Cloward-Piven.
Entenda o motivo das bolsas do PT.
SIMPLES ASSIM
ReplyA justiça divina não falha e não pode ser comprada...
https://fbcdn-sphotos-c-a.akamaihd.net/hphotos-ak-xpa1/v/t1.0-9/11238265_943713639034114_5890068945871169594_n.jpg?oh=9e7f0da93589e54386682054b51ea19f&oe=5648FC81&__gda__=1448293945_b5f17c1763a29d6722bfa8fbf725beee
Vão acreditar nele? Nem nos pingos dos ‘is’! Na realidade falou até direitinho, mas o negócio é que quando o balcão de troca-troca entrou em recesso, o tom da fala mudou.
ReplyTudo caminha para o IMPEACHMENT. Que assim seja.
ReplyQue fiquem bem sincronizados na mesma direção o Renan e Cunha pois fazendo oposição junto com apoio do povão, desarticularão cada vez mais a bandidagem do PT que vem na tv e mídia somente para enganar e arrochar o povo!
ReplyDilma não acusou Aécio de fazer o que ela está executando em prejuízo do Brasil?
se é para tirar o pt do poder tudo bem, mas até o cabelo desse safado nos pagamos.
Reply