(Estadão) A presidente Dilma Rousseff iniciou neste domingo, 29, sua viagem
oficial aos Estados Unidos com a preocupação de não deixar que a
principal aposta de sua agenda internacional este ano seja contaminada
pela citação dos ministros Aloizio Mercadante (Casa Civil) e Edinho
Silva (Comunicação Social) na delação premiada do empresário Ricardo
Pessoa, dono da UTC. Dilma se encontra hoje com investidores americanos e
o presidente Barack Obama.
A
decisão de manter Mercadante em Brasília foi tomada na reunião
emergencial convocada na sexta-feira à noite, no Palácio da Alvorada,
justamente para evitar que a crise embarcasse junto com a comitiva
presidencial. A medida, acreditam auxiliares da presidente, serviu para
proteger o governo do escândalo e deixá-lo circunscrito ao território
nacional e minimizar o desconforto com o episódio.
Em um momento considerado crucial para a agenda positiva do
governo, o Planalto quis evitar que um dos ministros mais próximos de
Dilma fosse obrigado a dar novas explicações à imprensa nos Estados
Unidos, enquanto as atenções estão voltadas à atração de novos
investidores e no resgate da credibilidade da economia perante a
comunidade internacional.
“A viagem vai servir para dizer que o governo não está afogado
em uma série de notícias negativas circunstanciais”, comentou um
integrante da comitiva presidencial à reportagem. Com a revelação do teor da delação, uma ala do governo passou a
defender internamente o afastamento de Mercadante e de Edinho, mas por
ora Dilma mantém o voto de confiança nos ministros e não cogita
mudanças. Para essa ala, a nomeação de Edinho Silva para a Secretaria de
Comunicação Social (Secom) arrastou a crise para as proximidades do
gabinete da presidente.
Ricardo Pessoa entregou à Procuradoria-Geral da República
planilha intitulada “Pagamentos de caixa dois ao PT” na qual lista
repasse de R$ 250 mil à campanha de Mercadante ao governo de São Paulo,
em 2010. O empresário acusa Edinho de tê-lo pressionado para doar R$ 7,5
milhões à campanha de Dilma em 2014, sob o risco de perder contratos na
Petrobrás, segundo a revista Veja. Os dois ministros negam as acusações
e dizem que as doações foram legais.
“O Edinho, ao invés de estar defendendo o governo, está tendo
de se defender das denúncias”, comentou outro auxiliar da presidente
Dilma. “Cada vez que ele tem de sair do papel de ministro da Secom para
defender o governo e encarnar o papel de tesoureiro e responder
denúncia, fica muito ruim pra Dilma, porque respinga nela pela
proximidade.”
2 comentários
Coronel.
ReplyIsso ai e quem nem cloro em roupa escura, respingou...., manchou para o resto da vida.
Cel
ReplyA Anta aje como se não estivesse envolvida até a última raiz do cabelo no Petrolão, juntamente com oses mais próximos auxiliares.
Esther