Depois das reuniões secretas com empreiteiras e com o próprio governo, ao que tudo indica o procurador geral da República, Rodrigo Janot, finalmente entendeu que não há como fugir da sua responsabilidade, dada a competência dos seus jovens procuradores e do juiz Sérgio Moro na condução da Operação Lava Jato. Ontem, na coletiva em Curitiba, quando foi comunicado o indiciamento de 36 corruptos, Janot fez a sua fala mais firme e mais determinada desde o início das investigações, completando o que havia dito no dia anterior, na frente do ministro da Justiça, irritando Dilma Rousseff ao sugerir a demissão da diretoria da Petrobras. A matéria abaixo é da Folha de São Paulo.
O momento da apresentação das denúncias contra parte dos acusados na
Operação Lava Jato, nesta quinta-feira (11), em Curitiba, foi usado pelo
Ministério Público Federal para passar, principalmente, dois recados. Um deles é que instituição não está aberta a concessões às empresas
envolvidas no caso. O outro, de que a cúpula da Procuradoria está unida
com os membros da força-tarefa e dá apoio ao trabalho.
O fato que mais chamou a atenção foi a presença do chefe do Ministério
Público Federal, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, na
entrevista coletiva em que foram apresentadas as denúncias contra os
suspeitos. Janot afirmou que as cinco acusações formais apresentadas à Justiça são
apenas "o começo de uma investigação", fazendo referência à complexidade
dos fatos e sua dimensão, e que o Ministério Público Federal irá "até o
final".
Estão sob a responsabilidade do procurador-geral as delações premiadas
de Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, e do
doleiro Alberto Youssef. Ambos apontaram os políticos que teriam sido beneficiados pelo esquema na Petrobras, cujos nomes ainda são mantidos sob sigilo. Essas investigações, por envolverem ocupantes de cargos políticos que
têm foro privilegiado, serão feitas pela Procuradoria-Geral da
República, em Brasília, e julgadas pelo STF (Supremo Tribunal Federal),
numa próxima fase da Operação Lava Jato.
Em nome dos nove integrantes da força-tarefa do Ministério Público, o
procurador da República Deltan Dallagnol afirmou na entrevista que não
há possibilidade de um "acordão" da instituição com as empreiteiras para
que elas paguem indenizações em troca do arquivamento dos processos. "O Ministério Público Federal rejeita qualquer tentativa de blindagem
coletiva das empresas. É ilegal e imoral", afirmou o procurador.
Dallagnol também disse, logo no início do anúncio, que o grupo vê a
imprensa como "aliada nessa guerra contra a impunidade e a corrupção".
5 comentários
Demitir a diretoria seria questao de seriedade. mas Dilma jamais fara' isso pois, na verdade, ela esta' morrendo de medo da lava jato.
ReplyTem que lembrar sempre a Janot que ele não é procurador da Dilma nem do PT é do governo Brasileiro e assim tem que agir.
ReplySerá que ele sentiu o cheiro de algo queimando?!!
ReplyA reportagem foi excelente para Janot ligar o disconfiometro
ReplyOs 9 samurais enquadraram o JaNot.
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