BRASÍLIA - Em sabatina à
Confederação Nacional da Indústria (CNI), o candidato tucano à Presidência da
República, Aécio Neves (PSDB), iniciou seu discurso com críticas à política
econômica do governo Dilma Rousseff (PT). O senador mineiro defendeu que o
baixo crescimento do setor no Brasil não seria resultado da crise econômica
mundial, mas sim dos erros nas diretrizes econômicas traçadas pelo governo.
— O atual governo falhou na
condução da economia, nos legou a pior equação fiscal das últimas décadas.
Todos conhecemos as consequências graves da crise internacional, mas os
resultados pífios da economia são obras de brasileiros. Consequência de erros
do governo - disse Aécio.
O candidato disse que o governo
Dilma "demonizou" as privatizações e concessões realizadas durante os
governos tucanos. Aécio também direcionou uma crítica a Eduardo Campos, que se
apresenta como a terceira via e única possibilidade de efetiva mudança: — Sou cético em relação aos
monopolistas da verdade, da ética e das mudanças — pontuou.
PROMESSAS
O candidato tucano fez duas
promessas de campanha direcionadas ao setor industrial. Estabeleceu como meta
até 2018 aumentar o nível de investimentos de 18% para 24% do PIB e também dar
início a uma simplificação tributária nos primeiros anos de governo, caso seja
eleito. Aécio destacou que essas seriam suas duas prioridades na área
econômica.
— Temos necessidade de avançarmos
na nossa taxa de investimentos. Vamos estabelecer um desafio para o próximo
governo e para o setor produtivo: que possamos ao final de 2018 saltar do
patamar que estamos amarrados hoje em 18 % do PIB para 24% do PIB em
investimentos. E vamos enfrentar a simplificação do sistema tributário na
largada do governo— prometeu.
Aécio afirmou ainda que o atual
governo atua com "arrogância e unilateralismo" em suas decisões e
disse que, em um eventual governo seu, haverá um diálogo permanente com o setor
produtivo. O tucano defendeu um resgate da credibilidade do governo e da
economia. — Vamos inaugurar um tempo de
previsibilidade, de retomada dos investimentos. O Brasil cansou de tudo que
esta aí - disse.
Aécio aproveitou para rebater
ataques que vem sofrendo por parte do PT de que tomaria medidas impopulares,
como a redução ou mesmo a extinção de programas sociais do governo caso fosse
eleito. O senador disse que, se eleito, terá "liderança política"
para guiar o crescimento econômico.
- Fui acusado, exploraram de
forma excessiva ao longo dos últimos meses, quando eu disse que tomaria as
medidas necessárias para que o Brasil retomasse o crescimento. Mas, as medidas
impopulares já foram tomadas por esse governo, foram elas que nos levaram a
esse crescimento pífio - afirmou.
Em outro momento, quando
respondia às perguntas de representantes do setor, o senador usou a comparação
de baixo crescimento e alta inflação com a derrota do Brasil de 7 X 1 para
Alemanha na Copa do Mundo. - O que me preocupa é o 7 X 1 que
o governo deixará para nós, que é 1% de crescimento e 7% de inflação.
Aécio lançou ainda um desafio
para dar fim a "estruturas carcomidas" e disse que, caso o governo
atual seja reeleito, os desafios daqui a quatro anos serão maiores. — Ou o Brasil encerra esse ciclo
e constrói uma grande e nova aliança na sociedade para rompermos com essas
estruturas carcomidas que aí estão, ou daqui a quatro anos os desafios serão
ainda maiores.
PETROBRAS: ‘VÍTIMA DE ARMADILHA’
Sobre a Petrobras, o candidato
afirmou que a empresa é "vítima de uma armadilha" formada pelo atual
governo, mas não se referiu aos escândalos de corrupção na estatal, que deram
origem a duas CPIs. As investigações o Congresso estão esvaziadas pela própria
oposição, devido ao período eleitoral. — Estamos na contramão do mundo
ao subsidiar combustível fóssil. A Petrobras é a única empresa petroleira do
mundo que quanto mais vende combustível, mais prejuízo tem. Ficamos amarrados e
afastamos inúmeras empresas internacionais do Brasil — disse.
O candidato encerrou sua
participação levantando novamente a "polêmica" de que fará "o
necessário" para retomar o crescimento brasileiro: — Não vai me faltar coragem desde
o primeiro dia do governo para tomar todas as medidas necessárias para que o
Brasil encerre esse ciclo perverso e possa apontar para nosso ciclo de
crescimento sustentável. O Brasil não merece o governo que está aí e nós temos
capacidade de construir o novo. E o novo de verdade, com coragem e condições
para fazer o que é preciso, somos nós.
MENOS MINISTÉRIOS
Em entrevista depois do debate, o
presidenciável prometeu que reduzirá pela metade o número de ministérios.
Atualmente, são 39 pastas. O tucano não disse quais serão extintos porque sua
equipe ainda está analisando, mas garantiu que ficarão entre 19 e 23
ministérios. Aécio disse também que reduzirá ao menos um terço dos cargos
comissionados, se eleito. São cerca de 22 mil funções comissionadas no país.
Segundo o tucano, número desproporcional e que serve apenas para abrigar
militantes partidários.
- No nosso primeiro dia de
governo teremos algo em torno da metade dos ministérios que estão aí
atualmente, mas isso não quer dizer que as políticas públicas tocadas por esses
ministérios deixem de ser importantes. Quando Fernando Henrique deixou o
governo, tínhamos 23. Hoje, tem ministérios existem para acomodar militantes
políticos - afirmou.
Aécio fez críticas à centralização
da presidente Dilma na área econômica, e condenou a intervenção que chamou de
“atrapalhada” no setor elétrico. Disse que Dilma deixou de ser presidente full
time “há muito tempo”, para ser candidata “full time”, e que cedeu a pressões
dos partidos por cargos por ter projeto pessoal de poder.(O Globo)
1 comentários:
CEL,
ReplyComo disse Bóris Casoy no noticiário da Band ontem à noite quando se comentava sobre a desratização de uma praça pública em Paris: "Brasília também precisa ser desratizada" e eu concordo com o Bóris.
Desratizem Brasília já! Fora ratos!
Índio Tonto/SP