Cobrada por Lula para reagir à CPI da Petrobras e comendo na mão do PMDB de Renan, cada diz mais longe de Michel Temer, Dilma Rousseff entregou o governo em nome da reeleição. Vejam, abaixo, matéria do Estadão que comprova que a presidente não para mais em cima das próprias pernas.
Cobrada pelo ex-presidente Luiz Inácio
Lula da Silva na sexta-feira passada para que atue politicamente e tente
neutralizar o impacto da iminente instalação da CPI da Petrobrás, a presidente
Dilma Rousseff chamou nesta quinta-feira, 10, para um almoço no Palácio da
Alvorada os senadores mais influentes do PMDB, seu principal aliado: o
presidente do Senado, Renan Calheiros (AL), o líder do governo, Eduardo Braga
(AM), o líder do partido, Eunício Oliveira (CE), e o presidente da Comissão de
Constituição e Justiça, Vital do Rêgo (PB).
O script anticrise incluiu a
promessa a Eunício Oliveira que fará de tudo para garantir a ele a vaga na
disputa para o governo do Ceará na coligação composta pelo PT e pelo PROS dos
irmãos Cid e Ciro Gomes, uma reivindicação antiga do PMDB.
Uma das principais preocupações
de Dilma com a CPI da Petrobrás está relacionada à compra da refinaria de
Pasadena, nos EUA. Em 2006, quando era presidente do Conselho de Administração
da estatal, ela ajudou a aprovar a aquisição de 50% unidade. Depois, se opôs à
compra de 100% da refinaria. Esse é o ponto de partida da oposição no Senado.
Vital do Rêgo, que esteve nesta quinta com a presidente, ajudou a ampliar o
escopo da comissão na quarta-feira incluindo entre os assuntos a serem
investigados o cartel no Metrô em São Paulo e suspeitas de irregularidades no
Porto de Suape, em Pernambuco. O objetivo é desgastar os adversários Aécio
Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB).
No almoço, a presidente pediu
ainda empenho dos peemedebistas para aprovar o Marco Civil da Internet no Senado
na semana que vem. A ideia é que ela sancione a lei antes da conferência
internacional sobre governança na internet, marcada para os dias 23 e 24, em
São Paulo. Dilma quer usar a lei que
regulamentar a internet para dar uma resposta à espionagem feita pela NSA em
seu governo. Os senadores prometeram votar a proposta já na semana que vem. (Estadão)