Paulo Roberto Costa, preso pela Polícia Federal, era um dos diretores da Petrobras mais próximos de Dilma. Na foto, autografa o macacão da amiga, em evento da Petrobras.
A Polícia Federal suspeita que o
doleiro Alberto Youssef, alvo da Operação Lava Jato, pagou R$ 7,9 milhões em
propinas para o ex-diretor de Abastecimento da Petrobrás Paulo Roberto Costa
entre 2011 e 2012. Os pagamentos, segundo a PF, estavam “relacionados a obras
da refinaria Abreu e Lima, licitada pela Petrobrás na qual o investigado
(Costa) teve participação”.
Indiciado por corrupção passiva,
Costa foi preso em regime temporário no dia 19 pelo prazo de 5 dias. Ontem,
acolhendo pedido formal da PF, a Justiça Federal decretou sua prisão preventiva
– a menos que consiga obter habeas corpus em algum tribunal, ele ficará preso
até a instrução processual em juízo.
A Lava Jato foi deflagrada há 8
dias e desmontou sofisticado esquema de lavagem de dinheiro que atingiu o
montante de R$ 10 bilhões. Youssef é suspeito de agir em conluio com Costa para
desvios de recursos do Ministério da Saúde e da Petrobrás. Youssef foi
protagonista do escândalo Banestado, evasão de US$ 30 bilhões nos anos 1990. Os negócios na Petrobrás seriam
intermediados por Fernando Soares, um lobista conhecido como “Fernando Baiano”.
Profundidade. O ex-diretor da
Petrobrás recebeu valores e uma Land Rover de Youssef sob alegação de que havia
prestado “serviços de consultorias”. Mas rastreamento promovido pelo
Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), órgão do Ministério da
Fazenda que mapeia movimentações atípicas na rede bancária, indica que a
relação do ex-diretor da Petrobrás com Youssef “é bem mais profunda do que a
alegada consultoria”.
“A prova documental revela
pagamentos vultosos, sub-reptícios e sem causa lícita efetuados pelo doleiro
Alberto Youssef a Paulo Roberto Costa”, diz a PF. Os pagamentos ocorreram,
segundo planilhas apreendidas pela PF, entre 28 de julho de 2011 e 18 de julho
de 2012. “As informações do Coaf sugerem a
existência de uma conta corrente de Costa com o doleiro, além de contas comuns
no exterior e a entrega de relatórios mensais da posição dele com o doleiro” e
“com pagamentos em haver para ele e para terceiros, alguns deles também
relacionados a negócios envolvendo a Petrobrás”, diz a PF.
Num diálogo em 21 de outubro de
2013 entre Youssef e o empresário Márcio Bonilho, sócio proprietário da empresa
Sanko Sider Comércio, Importação e Exportação de Produtos Siderúrgicos Ltda., o
doleiro faz referência a pagamentos que teria feito ao ex-executivo da
Petrobrás.
O grampo mostra Youssef irritado.
“Não, porra, pior que o cara fala sério, cara, que ele acha que foi
prejudicado, cê tá entendendo? É, rapaz, tem louco pra tudo. Porra, foi
prejudicado? O tanto de dinheiro que nós demos pra esse cara… Ele tem coragem
de falar que foi prejudicado. Pô, faz conta aqui cacete, aí porra, recebi 9
milhão em bruto, 20% eu paguei, são 7 e pouco, faz a conta do 7 e pouco, vê
quanto ele levou, vê quanto o comparsa dele levou, vê quanto o Paulo Roberto
levou, vê quanto os outro menino levou e vê quanto sobrou. Vem falar pra mim
que tá prejudicado. Ah, porra, ninguém sabe fazer conta, eu acho que ninguém
sabe fazer conta nessa porra. Que não é possível. A conta só fecha pro lado
deles.”
A PF também captou mensagem de
correio eletrônico enviada pela gerente financeira de uma empresa, que
encaminha planilha de pagamentos de “comissões”, em valores vultosos – total de
R$ 7.950.294,23 –, com indicação, no campo fornecedor, das siglas MO e GFD. Segundo a PF, a GFD Investimentos
e a MO Consultoria “são empresas controladas por Alberto Youssef, que as
colocou em nome de pessoas interpostas e são por ele utilizadas para ocultação
de patrimônio e movimentação financeira relacionada às operações de câmbio no
mercado negro”.
Para a PF, a convergência do
valor constante na planilha (R$ 7.950.294,23) com o valor mencionado por
Youssef no diálogo interceptado (“são 7 e pouco, faz a conta do 7 e pouco, vê
quanto ele levou, vê quanto o comparsa dele levou, vê quanto o Paulo Roberto
levou, vê quanto os outro menino levou e vê quanto sobrou”) permite conclusão
de que tratam do mesmo assunto. A PF destacou que não foi
apresentada “qualquer explicação concreta quanto às comissões pagas pela MO
Consultoria ou pela GFD Investimentos e relacionadas a Costa”.
Há uma planilha, porém, que faz
referência à sigla CNCC, no campo “cliente”. A PF acredita se tratar do
Consórcio Nacional Camargo Corrêa, responsável por parte das obras na refinaria
Abreu e Lima, licitada pela Petrobrás, com valor de cerca de R$ 8,9 bilhões, e
“em cuja licitação e execução participou o investigado Paulo Roberto Costa”. Em
depoimento, Costa disse que “a diretoria que ocupava ‘atua na fiscalização dos
aspectos técnicos da execução da obra’”. A Justiça decretou a prisão
preventiva de Costa amparada no fato de ele tentar destruir provas, com
retirada de documentos de sua casa e do escritório.
Personagem. Costa deixou a
diretoria de Abastecimento da Petrobrás em 2012. Ele participou ativamente do
polêmico negócio da compra da refinaria de Pasadena, nos EUA. Ele ajudou a
moldar o contrato ao lado do ex-diretor da área internacional, Nestor Cerveró. Costa também é personagem
conhecido no mundo político. Quando comandava a área de abastecimento da
Petrobrás circulava com desenvoltura pelo Congresso e mantinha contato com
vários partidos.
3 comentários
Coronel,
ReplyNa Venezuela também rebentaram com a PVDSA e enriqueceram TODOS que mamavam(ou mamam) no Bolivarianismo.
No Brasil seguiram o mesmo caminho detonando a Petrobras.
Até parece piada, mas é verdade!!
o Lulla deveria estar PRESO!!
JulioK
VERHOMHA, VERGONHA, VERGONHA. MUITA SUJEIRA. QUE BRASILEIROS SÃO ESSES QUE YIRAM O PÃO DA BOCA DE CADA BRASILEIRO NECESSITADO. TIRAM A SAÚDE, A EDUCAÇÃO, A MORADIA E O EMPREGO. NÃO É À TOA QUE A VIOLÊNCIA TENHA CRESCIDO ASSUSTADORAMENTE. CSDEIA ELÉTRICA NELLES.
ReplyE o mais importante ninguém sabia de NADA. Vão enganar quem?
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