O doleiro Alberto Youssef disse
numa conversa telefônica interceptada pela Polícia Federal que recebeu 12
milhões da empreiteira Camargo Corrêa, sem detalhar se o valor era em dólar ou
real, segundo documentos obtidos pela Folha. O diálogo ocorreu em outubro de
2013.
A PF trabalha com a suspeita de
que o dinheiro possa ter sido usado para pagar propina a políticos ou a
funcionários públicos. Outra hipótese dos policiais é que o doleiro estaria
lavando recursos que a empresa obteve de maneira ilícita.
A Camargo Corrêa não quis
comentar a menção feita pelo doleiro de que era credor de 12 milhões da
empreiteira. Youssef foi preso na última
segunda-feira pela Operação Lava Jato, deflagrada para apurar lavagem de
dinheiro.
O doleiro é um velho conhecido da
PF. Ele foi preso em 2003, nas investigações sobre o Banestado, que apurou
remessas ilegais de US$ 30 bilhões nos anos 1990 e 2000. Youssef fez um acordo
de delação premiada, pagou uma multa de R$ 1 milhão e obteve perdão por
entregar alguns clientes à PF. Na sua volta ao mercado paralelo de dólar,
trabalhou até para um traficante que foi preso com 700 quilos de cocaína.
COMISSÕES
Na mesma operação, a PF apreendeu
uma planilha sobre "comissões", enviada por e-mail, na qual aparece a
sigla CNCC no campo dos clientes, "em provável referência ao Consórcio
Camargo Corrêa". Os valor das comissões na planilha é de R$ 7,9 milhões. O
consórcio faz parte das obras da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, orçada
em R$ 9 bilhões.
O relatório da polícia diz que as
comissões "indicam o envolvimento de Alberto Youssef com o pagamento de
propina a agentes públicos". A planilha com as comissões foi
enviada por uma empresa chamada Sanko-Sider, fornecedora de tubos de aço para a
Petrobras. A empresa também fornece tubos de
aços para a transposição do rio São Francisco, na parte da obra próxima à
Aracaju (SE), num contrato de cerca de R$ 10 milhões.
As comissões eram pagas pela
Sanko-Sider para duas empresas controladas pelo doleiro, segundo a PF: MO
Consultoria e GDF Investimentos. Uma das hipóteses da PF é que a Sanko-Sider
repassava a políticos dinheiro que recebia da Petrobras. O diretor comercial da
Sanko-Sider, Marcio Bonilha, aparece na Operação Lava a Jato mantendo diálogos
com o doleiro, a quem chama de "presidente" ou "presi". Em 2008, Bonilha teve a sua
prisão decretada pela Operação João de Barro da PF, que investigava o desvio de
recursos públicos.
Anteontem, o ex-diretor da
Petrobras Paulo Roberto da Costa, que tinha relações com o doleiro, foi preso
por ocultar documentos. Costa ajudou a elaborar o contrato de compra da
refinaria de Pasadena, que está sob investigação por ter provocado um prejuízo
milionário à estatal. Ele começou a ser investigado
pela PF porque ganhou do doleiro um Land Rober Evoke, no valor de R$ 250 mil.
Os telefonemas interceptados
indicam que o doleiro tinha outros negócios com o ex-diretor da Petrobras, um
deles de R$ 9 milhões, que a PF ainda não sabe qual foi. O doleiro faz um desabafo sobre
aparentes reclamações de Costa: "Ele acha que foi prejudicado, você tá
entendendo? Porra, foi prejudicado... o tanto de dinheiro que nós demos pra
esse cara. Recebi 9 milhões em bruto, 20% eu paguei, são R$ 7 [milhões] e
pouco. Vê quanto o Paulo Roberto levou". (Folha de São Paulo)
4 comentários
Neste governo,não se salva nada ,está tudo contaminado !!!
ReplyAlexander - the Great,
Replyou o SPAM está nos pegando, ou o Coronel não gosta mais de nossos comentários…
Abraço,
Flor Lilás
Verdade, Flor Lilás, hoje já perdi um, aqui mesmo.
ReplyNão guardei, mas foi lá pelas 8 e pouco...
Era sobre o casal Youssef.
Caro Coturneiro de 22 de março de 2014 10:03,
Replynão seria este seu comentário sobre os Yussef? Está no post embaixo deste aqui (Operação Lava Jato)
"Ninguém mais comentou sobre D. Pizzo I o príncipe financeiro do lula cujo reinado durava até ser preso na Italia.
E deste último episódio, se não salvarem o casal Youssef (de Londrina)Nelma (de Santo André), ninguém vai ter como segurar um certo ministro, ops, secretário...
Logo, os doleiros serão salvos, principalmente o marido, para para que se possa manter uma certa estabilidade."
22 de março de 2014 08:29
Flor Lilás