Após reunião com Dilma Rousseff,
o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), admitiu ontem a
possibilidade de retirar da pauta do Congresso a apreciação de vetos bomba para o governo federal. Renan, que chegou a
ameaçar o Palácio do Planalto com a inclusão de vetos na pauta de hoje do
Congresso que trazem prejuízos ao governo, disse ser possível votá-los em
"outra oportunidade". A decisão será tomada em reunião hoje com os
líderes.
A mudança de tom atende um apelo
da presidente, preocupada com o efeito da derrubada de vetos nas contas
públicas. "Você pode priorizar a apreciação de qualquer veto. Pode, em
função da negociação, deixá-los para apreciar em uma outra oportunidade",
disse Renan. O senador admitiu retirar de pauta a principal preocupação do
Planalto: o veto que mantém o pagamento da multa adicional de 10% do FGTS
(Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) nas demissões sem justa causa.
Ele disse ser possível
"evoluir para uma solução" alternativa que prevê a redução gradual da
multa em troca da manutenção do veto --proposta elaborada pelo PT.
"Podemos evoluir para solução gradativa. Essa multa poderia ser
gradativamente eliminada, 20% em 2014, 40% em 2015, mais 40% em 2016, de modo a
não afetar o equilíbrio das contas públicas."
O Planalto tentará negociar outra
proposta, do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que mantém a multa, mas destina
recursos para a conta de FGTS dos trabalhadores, que poderiam sacá-la no
momento da aposentadoria. Caso essa proposta não vingue, a ideia é aprovar o
texto que prevê o fim gradual da multa, que rende cerca de R$ 3 bilhões por ano
e garante recursos para o programa Minha Casa, Minha Vida.
O encontro com a presidente durou
quase duas horas. Depois da conversa com Dilma, Renan disse que o Congresso
precisa zelar pelas contas públicas. "É muito importante manter o
equilíbrio das contas públicas e dentro disso nós temos que acomodar os novos
critérios de apreciação de vetos", disse. O senador reunirá hoje os
líderes partidários para definir a pauta de votação dos vetos antes da sessão
do Congresso. Segundo Renan, os líderes terão autonomia para excluir vetos da
pauta ou pedir prioridade em sua análise.
O governo estima em R$ 28 bilhões
o prejuízo com a derrubada dos "vetos bomba". Além do FGTS, também
preocupa o Planalto o veto à lei que cria novas regras de rateio do FPE (Fundo
de Participação dos Estados). O projeto aprovado pelo Congresso prevê que
eventuais desonerações impostas pelo governo terão efeito apenas na cota de
arrecadação destinada à União, não tendo impacto nos repasses do FPE e FPM
(Fundo de Participação dos Municípios).
Dilma promete compensar Estados e
municípios quando houver queda brusca de arrecadação com as desonerações, o que
seria feito em medidas provisórias ou projetos em regime de urgência. Em troca,
congressistas mantêm o veto ao trecho que retira os impactos das desonerações
do governo federal aos Estados e municípios. "No caso do FPE, quando
houver queda brusca de receita, a presidente faz a compensação", disse o
líder do PT no Senado, Wellington Dias (PI).
A mesma alternativa será adotada
pelo governo no veto ao projeto que permite a "licença
hereditariedade" aos taxistas. Dilma vetou a permissão para que familiares
de taxistas mortos herdem a concessão do táxi, mas promete incluir o benefício
em um novo projeto que vai regulamentar os direitos sucessórios de bens e
serviços --já que a concessão é municipal e a "licença
hereditariedade" tem caráter nacional. (Folha)
4 comentários
ReplyPara cada veto não votado a Diuma vai dar ao PMDB uma caçamba de lixo.
Dá para montar uma revenda.
Ninguém mudou, ninguém deixou de mostrar o que realmente é, um corrupto.
ReplyTree
Coronel, o PMDB e outros partidos de petralhas, até O RESGATE DE UM REI podem cobrar, a ANTA não pode vetar a quebra de vetos ( exceto se o STF um dia presidido por LEVANDO WISKY mudar e colocar a derrubada de um veto como uma emenda ( ou projeto de conversão em lei, presumido ), uma hermenêutica petralhóide ( soma de petralha com debilóide ), assim Dilma poderá até DECRETAR PEC e o STF não terá poder nenhum pois o congresso por outra PEC teria poder de rechaçar decisão do STF e a ditadora Dilma poderia até conceder-se novos mandatos automáticos sucessivos ( semelhante aos governos sírio e egípcio de antes da derrubada dos "aiatolás".
Reply-
Se o PMDB quiser, consegue até a divisão do país em dois, um no sul a PMDB-land e norte nordeste que é a PT-Land ( o Acre devolver-s-ia à Bolívia ) e Marina Silva sairia da política brasileira como boliviana.
Coronel,
Replyquando e quanto o PMDB irá cobrar.