Padilha sai em defesa do diretor da ANS que escamoteou informações do Senado.

Lembram que os planos de saúde tiveram um aumento de mais de 9%, contra uma inflação de 6%? E que este aumento foi concedido por um protegido do ministro da Saúde, Alexandre Padilha, que mentiu que, antes de ser nomeado, era advogado de planos de saúde, na sua sabatina no Senado? Leia abaixo a matéria de O Globo.
 
A Comissão de Defesa do Consumidor da Câmara dos Deputados aprovou ontem requerimento para ouvir em audiência pública o advogado Elano Rodrigues Figueiredo, nomeado para a diretoria da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Os parlamentares querem saber porque Figueiredo omitiu do currículo encaminhado ao governo e ao Senado o vínculo anterior com planos de saúde privados. Ele foi diretor jurídico da empresa HapVida, que atua no Nordeste, e advogou para a Unimed, conforme mostrou o GLOBO no domingo, informações que não aparecem no currículo.

Bombardeado no Congresso, o diretor da ANS recebeu o apoio explícito do ministro da Saúde, Alexandre Padilha. O ministro fez uma defesa enfática de Figueiredo em reunião do Conselho Nacional de Saúde. Para Padilha, não há nada até o momento que desabone a indicação do advogado para o cargo. Com as declarações do ministro, a presidente do Conselho, Maria do Socorro de Souza, que havia pedido a anulação da sabatina no Senado, recuou e desistiu do pedido.

Pouco antes da fala de Padilha, Socorro disse que a indicação é a prova de que representantes de empresas privadas estão se tornando maioria na agência, o que poderia comprometer o papel da instituição, de atuar como órgão regulador. — O que era exceção está virando regra. Está prevalecendo a indicação de diretores ligados ao setor privado — afirmou Socorro, ao recomendar a anulação da decisão do Senado que aprovou o nome de Figueiredo.

O ministro da Saúde não gostou do que ouviu, pediu a palavra e fez um longo discurso em defesa do diretor. — Não se pode pautar por matéria da imprensa. Vi várias pessoas criticando a imprensa e agora a gente pega a matéria da imprensa como se fosse verdade. Veja o que foi dito na sabatina — disse Padilha.

No fim do dia, o Conselho Nacional de Saúde divulgou nota apoiando a decisão da Câmara dos Deputados de convocar o novo diretor para prestar esclarecimentos, e recomendou que "as instituições de saúde mantenham rigor na preservação dos interesses públicos, coibindo conflitos de interesse na ocupação de cargos".

4 comentários

Toda carga contra o Padilha!!! Não podemos deixar o PT ganhar o governo de São Paulo!!!

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É incrivel, os políticos do Brasil trabalham contra o povo ao invés de protegê-los.
Só pensam em quem 'colabora' com sua reeleição.
O povo, depois da eleição fica à mercê dos colaboradores.

Tree

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Coronel,
a bandidagem passou a ser explícita. Eita gentinha canalha da peste.

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O primeiro comentário dos leitores do seu blog, Coronel, sobre este texto da ANS, faz uma observação a respeito do povo e diz que "a massa do povo é otária demais". Os dois últimos comentários, de um anônimo e do J. Freire, de uma forma geral dizem que "os políticos trabalham contra o povo". Ora, meu preclaro coronel, o primeiro comentário, do "Mata Viva", tem toda razão, esse povo é otário mesmo pois não conseguem ver nem um palmo a frente do nariz e, muito menos, ler um texto simples. Se a Câmara, através da Comissão de Defesa do Consumidor, requereu uma audiência para ouvir o advogado apoiado explicitamente pelo ministro Padilha, significa que os políticos defenderam os interesses do povo. A Câmara concentra mais parlamentares do que os ministérios da presidente, portanto é lá que está o grosso dos políticos. Como diz seu texto: "Bombardeado no Congresso, o diretor da ANS recebeu o apoio explícito do ministro da Saúde, Alexandre Padilha." O "salafra" é o Padilha e não os políticos da Câmara dos Deputados, 513 parlamentares, que estão cumprindo seu dever de defender os interesses da nação. Claro, neste caso; não estou falando de maneira geral. Portanto, sobre a omissão feita no curriculum enviado à Câmara e ao Senado, pelo advogado, olhos atentos de políticos da Câmara coibiram a maracutaia. Vamos ver no que vai dar. Mas que os olhos sejam atentos também do povo e, mais atentos ainda, dos que querem comentar sobre política. Abraços.

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