Dilma esconde seus gastos de viagem, mas quer abrir planilhas de ônibus dos municípios. Depois de empurrar culpa dos protestos para deputados e senadores, alvo agora são os prefeitos.

A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta quarta-feira (17) que irá convocar, junto com prefeitos e profissionais ligados ao setor de transportes, uma reunião para analisar a planilha do setor de transporte urbano. A iniciativa vem em resposta às manifestações de junho passado, cujo estopim foi motivado pela má qualidade do transporte público e a alta de suas tarifas.

 

"Agora, nós estamos convocando uma reunião ampla, com os prefeitos, os governadores, os movimentos sociais, a Frente Nacional de Prefeitos, o Fórum Nacional de Secretários de Transporte, setores da academia, prestadores de serviço de transporte, trabalhadores do setor, enfim, uma ampla reunião e, na pauta desta reunião, está a planilha de cálculo das tarifas", disse Dilma. A fala foi durante reunião do Conselho de Desenvolvimento Social e Econômico, o chamado Conselhão, do qual participam sua equipe ministerial, além de empresários e representantes de setores do comércio e da indústria.

 

A abertura da planilha de transportes é uma das reivindicações dos movimentos sociais organizados para tornar mais transparente o que é tributo e o que vai para a conta das empresas. O Palácio do Planalto, em reunião com prefeitos, no fim do mês passado, já havia cobrado dos municípios a divulgação das planilhas. A definição teria ficado por conta da Frente Nacional dos Prefeitos, que decidiria se seria uma ação coordenada, de divulgação centralizada dos gastos, ou se seria iniciativa de cada município.

 

"Nós lembraremos aos senhores que a maioria dos municípios usa hoje, em 2013, a metodologia (...) de 1993, portanto, de vinte anos atrás", disse a presidente. Ela falou ainda de desonerações ao transporte público feitas no início do ano. "Isso contribuiu para uma redução de 7,3% das tarifas, o que permitiu uma redução dos atritos dos transportes de má qualidade, extremamente apertados, né, como sardinha, e com uma frequência não tão adequada em várias partes do país", completou Dilma. (Folha Poder)