A crise no relacionamento com os partidos aliados e a criação da CPI do
Cachoeira coincidiram com a multiplicação da liberação, pelo governo
Dilma Rousseff, de verbas de interesse de deputados, senadores,
prefeitos e governadores. Os registros diários dos desembolsos federais mostram um salto, a partir
de março, das despesas incluídas por congressistas no Orçamento da
União em favor de seus redutos eleitorais -as chamadas emendas
parlamentares. Para detectar a movimentação de recursos destinados a negociações políticas, a Folha
selecionou uma amostra das iniciativas orçamentárias que mais recebem
emendas e servem de base para as barganhas cotidianas entre o Planalto e
o Congresso.
Os desembolsos para essas finalidades quadruplicaram de fevereiro para
março, quando ultrapassaram a casa dos R$ 350 milhões -patamar repetido
em abril. Em consequência, os primeiros quatro meses do ano terminaram com
liberação de R$ 911 milhões, contra R$ 363 milhões no primeiro
quadrimestre de 2011, quando Dilma lançava seu pacote de austeridade
fiscal. Esses gastos estão concentrados em 20 ações de governo -entre as mais de
4.500 previstas no Orçamento da União-, que servem como um termômetro
do fisiologismo no varejo político. Elas respondem por três quartos das emendas apresentadas por deputados e
senadores nos últimos três anos; 95% de suas verbas vêm de emendas
individuais ou de bancadas estaduais e comissões temáticas.
Distribuídas entre 11 ministérios, essas rubricas foram criadas para
abrigar obras e projetos de pequeno porte, como praças, ciclovias,
quadras e postos de saúde. O Executivo negocia a liberação da verba em
troca de apoio no Congresso; para deputados e senadores, interessa
colher dividendos eleitorais. Os dados mostram o momento em que os congressistas tiveram uma
reviravolta na liberação de verbas: a rejeição pelo Senado, em 7 de
março, do indicado do Planalto para a Agência Nacional de Transportes
Terrestres.No outro dia, Dilma mostrou ter entendido o recado dos aliados e mandou
avisar que as demandas seriam atendidas com mais presteza.
No dia 9 de março, as ações campeãs de emendas receberam mais de R$ 80
milhões -até então, o desembolso diário no ano nunca havia chegado a R$
20 milhões. Em abril, o movimento foi mais intenso no intervalo de duas semanas
entre a decisão da bancada governista de apoiar a CPI do Cachoeira e a
efetiva criação da comissão. A aceleração dos gastos não está circunscrita às miudezas da política.
Em março, a despesa do Tesouro teve alta de 17% em relação ao mesmo
período de 2011. No primeiro bimestre, a taxa foi de 9,5%.(Folha de São Paulo)
3 comentários
A prisidAnta transaciona a farta distribuição da grana e a gente paga, com o excesso do valor abusivo DOS NOSSOS IMPOSTOS QUE, SE MENORES NÃO DARIAM PARA BANCAR TANTAS FALCATRUAS ...
ReplyEssa dilmacha cavalgadura chegou no cargo com mutretas e mentira, nenhum mérito, é lógico que para se manter lá só praticando o esquema de mensalões continuos, comprar corruptos que lhe facilite a vida. Como fez o 9 dedos terminal, no seu famoso e impune "mensalão" de 1998.
ReplyQue país nojento, dá ânsia de vômito!É tanta sujeira, que eu quero ir embora prá Passárgada...
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