Quinze meses depois de formar uma gigantesca base de apoio dentro do
Congresso, com 17 partidos aliados, a presidente Dilma Rousseff viu esse
amplo arco de alianças se desmantelar na semana passada e terá de
enfrentar o painel de votação do Senado na terça-feira sem saber com
quantos parlamentares pode contar.Vence na quarta-feira a medida
provisória que trata do sistema de defesa civil, o que obrigará os
governistas a tentar aprová-la na véspera para não deixá-la morrer -
mesmo sem o apoio do PR, que rompeu com o governo há quatro dias. 'Como
não dá para pôr na geladeira nem o PR nem a MP, não tem como adiar a
votação. Vamos ter de trocar o pneu com o carro em movimento', diz o
líder do PT no Senado, Walter Pinheiro (BA).
O petista e o novo
líder do governo no Senado, Eduardo Braga (PMDB-AM), reuniram-se na
noite de quinta-feira com a ministra Ideli Salvatti (Relações
Institucionais) para avaliar o conturbado cenário da semana, e acertar a
agenda que terá de ser enfrentada nos próximos dias. Hoje,
praticamente todos os partidos da base têm queixas contra o governo ou
contra o estilo linha dura na condução do relacionamento com o Congresso
por parte da presidente e de seus principais articuladores.
Bancadas
organizadas e bem articuladas, como as dos ruralistas, do Nordeste e
dos evangélicos, não escondem as restrições ao governo federal por se
sentirem discriminadas em assuntos de seu interesse, como o Código
Florestal e a Lei Geral da Copa. Os parlamentares também estão
incomodados com políticas como a do Banco do Nordeste, que está
executando dívidas de 200 mil produtores rurais. 'Não falamos mais nem
com a direção do banco nem com o ministro Guido Mantega (Fazenda) sobre
esse assunto, porque são insensíveis. Queremos interlocução direta com a
presidente Dilma Rousseff', diz o deputado petista José Airton (CE).
Carta.Em nome dos parlamentares do Nordeste, o coordenador da
bancada, Gonzaga Patriota (PSB-PE), está fazendo uma carta a Dilma. O
documento deverá ser entregue por dez líderes aliados e representantes
da bancada do Nordeste. PMDB e PT, os dois partidos que formam a
espinha dorsal do governo, também têm reclamações sobre a interlocução
com o governo e não escondem a insatisfação com estilo duro implementado
na articulação, principalmente por Ideli. A ministra quase sempre
perde a paciência em reuniões, chega a gritar. A ela é atribuído o
afastamento do PR da base. Ideli também foi responsabilizada por uma
crise de hipertensão do ex-líder Cândido Vaccarezza (PT-SP) após uma
tensa e improdutiva reunião com a bancada ruralista, quando a rispidez
da ministra fez com que parlamentares da base se retirassem.
Nesse
cenário, o governo teme que até o PMDB e o PT, os dois maiores partidos
do Congresso, com 161 deputados e 32 senadores, possam registrar
dissidências numerosas nas votações. Exemplos existem. Na votação do
projeto que cria o Fundo de Previdência do Servidor Público (Funpresp),
por pouco o Planalto não foi derrotado pelos aliados. O PT registrou
oito votos contrários; o PSB, 17 entre os 29 votantes; o PDT, 22 em 24.
Por conta desse resultado, o PDT ainda não conseguiu voltar ao
Ministério do Trabalho.
Troco. O governo pode ameaçar com
retaliações como perda de cargos ou congelamento de liberação de
recursos. Mas nem assim tem poder de fogo para garantir a aprovação de
propostas de seu interesse, porque a base pode fazer 'corpo mole',
dificultando a tramitação dos projetos. Um dos exemplos mais
lembrados no governo são os seguidos adiamentos da votação da Lei Geral
da Copa. Esse projeto uniu os 68 deputados evangélicos na luta contra a
liberação da venda de bebidas alcoólicas nos estádios durante o Mundial
de 2014. O governo assinou em 2007 um documento no qual se comprometia a
liberar a venda de álcool durante os jogos para facilitar a escolha do
Brasil como sede.
Repactuação. Na semana passada, com as
insatisfações já públicas, a base aliada avisou que queria repactuar a
relação com Dilma. Mas a situação se agravou com a demissão dos líderes
governistas na Câmara e no Senado, respectivamente Vaccarezza e Romero
Jucá (PMDB-RR). A tensão cresceu com o discurso do novo líder Eduardo
Braga, de que 'era hora de mudar as práticas políticas' no Brasil. A
base entendeu que, agora, terá mais dificuldades para fazer nomeações
políticas.
A liberação de emendas ao Orçamento, que sempre
preocupa em ano eleitoral, também promete acirrar a crise. Na semana
passada, o senador Jader Barbalho (PMDB-PA) enviou ofício a Ideli com
cópia da carta da prefeita Élia Jaques (PMDB), do município de Peixe
Boi. De uma emenda de 2009, de R$ 296 mil, só chegaram à cidade R$ 6
mil. 'A empresa foi embora por falta de pagamento. Deixou lá os
buracos.' (Do Estadão)
8 comentários
Ideli é uma mulher sem classe, sem postura, sem inteligencia para negociar
ReplyEnfim, é uma triste escolha...Uma mulher deste tipo deveria ser esquecida pelo PT caso este partido tivesse o mínimo de bom senso
Coronel,
ReplyAcabou a festa para o PT!
O dinheiro(mundial) fácil da era Lulla sumiu pela crise que afeta também o Brasil.
Estamos sendo lentamente corroídos pelo modelo PT de desenvolvimento.
Vai dar mer..!!
JulioK
Cada Congresso tem a Ideli que merece...
ReplyDa-lhe Fiona!
ReplyDe chicotadas a vontade nessa cambada de servos subservientes. Acabe de vez com esse antro de corruptos que se tornou o congresso nacional.
Da-lhe Fiona ! Eles merecem.
POR QUE TIRARAM ESSA MULHER DOS PEIXES?
ReplyLÁ É QUE ERA O LUGAR DELA, ELA PODIA GRITAR À VONTADE QUE PEIXE NÃO TEM CÉREBRO MESMO!
AGORA NO MEIO DE GENTE ELA SÓ DÁ MESMO É PRÁ SERVIÇO DE BAR DE QUINTA CATEGORIA!
Decada Perdida!
ReplyAnos de Lama!
O Brasil perdeu a oportunidade de ser pais de primeiro mundo!
A base de aliada é a Base Remunerada do Governo.
Estão imaginando que supeararam o Reino Unido, comparem os dados econiomicos e verão que não é nada disto.
O PT pode exportar tecnologia do Mensalão, como roubar e continuar bem nas pesquisas, como transferir dinheiro nas cuecas.
Nesta Semana a Dona Diuuuma tem de abrir o COFRE e distribuir grana e cargos.
Eduardo Braga diz que 'era hora de mudar as práticas políticas' no Brasil.
ReplyCoitado, ele quer mudar de uma hora pra outra o que está enraizado há pelo menos 30 anos no Brasil.
Já, já, é outro que dará com os burros n'água.
Chris/SP
Pareceria que teriam ido para a base do governo por gostarem de gritaria e distrato. Ou não?
ReplyQuem enganaria quem nessa altura do campeonato?
Sair não sairiam.