Um exemplo da velha política querendo ser modernosa e virar "nova política".

Tido como um ícone no Legislativo, Roberto Freire, pernambucano radicado em São Paulo, deputado federal, presidente do PPS, é um exemplo clássico da velha política. Preside o seu partido há mais de 20 anos, o que o torna, virtualmente, o dono da legenda. Não é à toa que o PPS veio do PCB. Depois de apoiar o PSDB em São Paulo e nas eleições presidenciais, formando hoje uma frente de oposição com os tucanos e os democratas no Congresso, agora namora com Marina Silva e o seu novo partido. Também está alinhado contra o surgimento do PSD, impetrando várias ações judiciais para retardar o surgimento de um partido que já foi aprovado em 17 estados e que está atraindo vários deputados da sua legenda. Ainda nesta semana, Freire tronitroava no twitter que o PPS vai exigir os mandatos destes deputados de volta, mesmo que a lei autorize os parlamentares a mudarem de legenda, em caso de fundação de um novo partido. Pois hoje, pasmem, em uma matéria sobre corrupção no Estadão, o presidente do PPS declara exatamente o contrário do que vem praticando. É um caso de abrupta mudança de posição ou é puro oportunismo de um político de carreira:

 Agora comparem com a sua declaração no twitter:

Afinal de contas, qual é o Freire que vale? O que prega a cassação de mandatos de deputados porque estão saindo de um partido rigorosamente dentro da lei ou o que defende o fim dos partidos e, portanto, a extinção da fidelidade partidária? A resposta é: Freire é, como qualquer velho cacique, um e outro, dependendo da ocasião.É por navegar no meio das mais variadas possibilidades, inclusive as mais contraditórias, que ele sobrevive como dono de partido ou, na verdade, de fundo partidário e tempo de TV.  Há mais de 20 anos. Em uma verdadeira "nova política" não haveria lugar para personagens feito ele.