Abençoados por Deus e governistas por natureza.

Reunidos todas às terças-feiras à tarde, 22 deputados federais, de 15 diferentes Estados, discutem como se posicionarão frente a determinadas pautas e que medidas tomarão para defender os interesses de seu eleitorado. Eles não representam um Estado, ainda que sua bancada seja maior ou igual que a de 20 das federações brasileiras. Também não pertencem a um mesmo partido, mas sua força nas urnas os permite até mesmo ir contra a indicação das siglas em questões que lhes são caras. A Assembleia de Deus (AD), maior denominação evangélica pentecostal no Brasil, comemora seu centenário em 2011, e sua bancada, que lidera a Frente Parlamentar Evangélica na Câmara, representa 22,5 milhões de brasileiros.

Antes das eleições de 2010, o deputado federal Ronaldo Fonseca (PR-DF) reuniu-se com José Wellington Bezerra, presidente da Convenção Geral das Assembleias de Deus, para escolher pastores e lideranças da igreja com bom potencial eleitoral. Fecharam a lista em 30 nomes. Conseguiram eleger 22 deles, um percentual assombroso de 73,3% de sucesso. Não há partido político no Brasil com tamanho êxito: o PT, por exemplo, dono da maior bancada da Câmara, lançou 334 candidatos a deputado federal e elegeu 88 deles (26,3%). Dos 73 deputados que compõem a bancada evangélica, os assembleianos são um terço. Seu presidente, o deputado federal João Campos, é seguidor da igreja.

Com seu eleitorado cativo, os parlamentares ligados à AD podem se dar ao direito de contrariar a orientação partidária quando convém ao seu grupo. Segundo Fonseca, presidente subdivisão ligada à igreja na Câmara, "temos um acordo com nossos partidos: se o que está em pauta na Casa atentar para alguma questão moral, temos independência. Foi assim que derrubamos o kit gay". O deputado se refere à suspensão da produção e distribuição do kit anti-homofobia, produzido pelo ministério da Educação para distribuição nas escolas. À época, os parlamentares chegaram a ameaçar adesão à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), movida pela oposição, contra o ex-ministro da Casa Civil, Antonio Palocci, acusado de súbito enriquecimento. 

Quase toda a bancada evangélica, 63 parlamentares, faz parte de partidos da base do governo da presidente Dilma Rousseff (PT). "Os partidos sabem que não tem como segurar esses deputados. Falou em aborto, descriminalização da maconha ou casamento gay, os evangélicos votam contra. O PSC é base do governo Dilma, mas nem adianta pedir apoio nessas questões", observa o vice-presidente do PSC, pastor Everaldo Pereira.Para o segundo semestre, os evangélicos devem, novamente na esteira de atuação dos adeptos da Assembleia de Deus, encampar duas pautas. Uma é a elaboração de versão "alternativa" ao projeto de Lei 122, sob relatoria da senadora Marta Suplicy (PT -SP), que criminaliza a homofobia: "Queremos que o empregador possa estabelecer critérios para não contratar alguém. Inclusive por diferenças de religião ou opção sexual", afirma Fonseca, e continua: "Se você não quiser me contratar por eu ser pastor, tudo bem. Mas quero ter o direito de, caso eu tenha uma empresa só com homens, não contratar gay". A outra é promover um plebiscito nacional que substitua a aprovação do Supremo Tribunal Federal, que julgou constitucional a união civil entre pessoas do mesmo sexo. A reivindicação dos deputados evangélicos ganhou fôlego e substância após a divulgação, na semana passada, de pesquisa do instituto Ibope Inteligência, que revelou que 55% dos brasileiros são contra a união estável para casais homossexuais. O percentual de contrários sobe para 77% entre evangélicos.

Por ora, os assembleianos se dizem satisfeitos com a presidente Dilma: "Ela não nos "peitou" quando fomos pra cima, no caso do kit gay. Então está bom", diz Fonseca. "Agora, precisa nos receber. Passaram-se seis meses e a gente só conversa com o Gilberto Carvalho [ministro da Secretaria-Geral da presidência]", observa o pastor Everaldo. (Do Valor Econômico)

14 comentários

O povo brasileiro precisa acordar


FECHEM O CONGRESSO NACIONAL!

IMPEACHMENT JÁ!

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Esses defendem as questões morais que os brasileiros adotam. E A IGREJA CATÓLICA APOSTÓLICA ROMANA? SE OMITEM ...

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Memória curta – A declaração do ministro da Defesa, Nelson Jobim, afirmando que na eleição presidencial de 2010 votou no tucano José Serra continua causando polêmica no centro do poder. Integrantes do Campo Majoritário, facção interna do PT, querem a cabeça do ministro, que no governo da neopetista Dilma Rousseff permaneceu no cargo a pedido do então presidente Luiz Inácio da Silva.

O repentino “bom-mocismo” dos petistas parece desconexo, pois há fatos parecidos que não foram tratados com a mesma intransigência. Antes de assumir o poder, em janeiro de 2003, Lula da Silva convidou Henrique Meirelles, um tucano de carteirinha, para assumir o comando do Banco Central, onde permaneceu durante oito anos. À época, Meirelles se eleger deputado federal pelo PSDB de Goiás e certamente, em 2002, votou em José Serra. Naquela ocasião, a então senadora Heloísa Helena, ainda no PT, protestou contra a indicação de Henrique Meirelles e acabou fora do partido. Como se fosse pouco, o governo do PT flanou no sucesso do Plano Real, criado por Fernando Henrique Cardoso e implantado pelo falecido Itamar Franco.

Um pouco mais distante na linha do tempo, Dilma Vana Rousseff sempre tratou com desdém os integrantes do PT. Filiada ao PDT, por obra e graça do finado Leonel de Moura Brizola, Dilma fazia as vezes de dona de casa enquanto esteve casada com Carlos Araújo, que à época era deputado estadual no Rio Grande do Sul. Nos regabofes que o marido oferecia em casa aos companheiros de Assembleia, na capital Porto Alegre, Dilma Rousseff sempre palpitava nas discussões políticas do grupo. E era comum ouvi-la usar a expressão “essa gente” para se referir aos petistas. De uns alguns anos para cá, os petistas preferiram esquecer o passado e cuidar dos próprios interesses, adulando Dilma Rousseff de maneira asquerosa.

Nove entre cada dez brasileiros sabem da dificuldade que é cobrar coerência no mundo político, mas é preciso que a sociedade reaja de maneira rápida e firme, pois do contrário o Brasil estará fadado à “cubanização”, processo que caminha a passos constantes e silenciosos.

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Não sei de governistas. Sei que o vinho que pago R$25 aqui, em Lisboa pago E$4 (+-R$8).

Eu ainda acho que há alguma coisa errada com esse país. Muitos discordam. Acham que somos uma potência.

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Coronel,

Só o Voto Distrital PURO nos salva!!!

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Coronel,

Por favor, nos diga:
O Bauer, o Maldaner, o Colatto e o Bez foram enganados?
Ou está havendo alguma precipitação e o Meira está acima dessas acusações?

E afinal, quem é esse Meira?

Jacutinga

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Brasil é um país laico? nunca. As igrejas erram duas vezes: interferir em assuntos políticos e serem apoiadoras de políticos corruptos e corruptores. Difícil cobrar quando esta envolvido no esquema político. O rei James tentou acabar com o poder da igreja no Estado mas continuam divididos e querendo mandar, sem defender os pobres e indefesos.

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Não está bom, não. Eles, pelo processo representativo, representam o Legislativo e legislam de forma difusa, ou seja, o que o Legislativo vota e aprova, vale para todos e não para um determinado grupo. Então, eles estão errados.

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OFF TOPIC pergunta a todos - Eu li há uma hora pelo telefone celular ZTE chip Tim infinity, pena que não comporte o formulário de comentários mas dá para ler tudo e gasto só 0,50 por dia, muito menos que logando no próprio computador. como entrar no formulário para responder pelo telefone celular?

COMENTÁRIO - A alta proporção entre os eleitos nas igrejas gospel mostra aos partidos polítios e ongs a ligação entre o cidadão religioso e os representantes do povo indicados pelo prelado, é um lobby que nada tem de imoral nem ilegal. Os sindicalistas com muito êxito já colocaram Brasil na Idade Média e agora os burgueses têm que enfrentar os senhores feudais PT cachaça, mogno Marina e a primeira ministra Gleisi Hoffmann e Paulo Bernardo, o ministro marido dela.
Dilma parece ter sossegado seu facho e moderado suas promessas do socialismo insano, quem sabe ela não seria uma Gorbatchev de saias?
Deus escreve certo por linhas tortas e não esquece quem o ama.

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Que tal Malafaia organizar uma marcha pela ética?

Tá difícil?

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Cel

Enquanto isso a OPOSIÇÃO esta CALAAAADAAAA!

Onde andam o FHCannabis, Zé Serra, Alckmim, Pedro Simon, Cristovam Buarque, Kassab, Maias, Estelita Guerra e muitos outros?

Só sai na mídia o Dias metendo o Pau no Governo.

CADA POVO TEM A MERD.. DE POLÍTICOS QUE MERECE.

Átila

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Coronel

Fico me perguntando quanto a bancada cobrará para "anular" os mandamentos:
8º NÃO ROUBARÁS
6º NÃO MATARÁS?

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Evangélicos,
Católicos e
Cristãos do Brasil,
façam uma Mega Mobilização que eu duvido que o pt vai se meter a besta com alguém,
dá pra Arrebentar com o Rabo dessa Cambada,
é só dar o sinal

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Bancada evangélica/religiosa = bancada da HIPOCRISIA.

Sem mais.

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