Dilma nem entrou e já fala em não sair.

Há pouco mais de seis meses no cargo, a presidente Dilma Rousseff fez ontem a primeira menção a um eventual segundo mandato. Ela admitiu a hipótese de reeleição em entrevista ao chegar ao aeroporto de Porto Velho, em Rondônia. O repórter de uma rádio local perguntou à presidente se a população poderia sonhar com a construção de uma ferrovia entre a cidade e o município de Vilhena (RO). Dilma respondeu: "Você pode sonhar. Agora, eu não vou ser demagógica de te dizer que sai amanhã. Não sai, porque nós ainda..." O repórter a interrompeu e disse: "Segundo mandato?" A presidente continuou: "Estamos fazendo Uruaçu. Se tiver segundo mandato... nós estamos fazendo Uruaçu-Lucas do Rio Verde."

O município de Uruaçu, em Goiás, pertence ao primeiro trecho da ferrovia. Em sua resposta, Dilma sugeriu que concluirá a obra se for reeleita em 2014. Na campanha presidencial de 2010, a oposição insinuou que Dilma, se eleita, não concorreria a um segundo mandato para permitir o retorno do ex-presidente Lula depois de quatro anos. Lula já disse que a presidente deve tentar a reeleição, mas ela nunca havia falado publicamente sobre o tema. Durante a visita a Rondônia, a presidente voltou a defender a construção de hidrelétricas no país. Ela participou de cerimônia que marcou o início do desvio do rio Madeira, etapa para a construção da usina hidrelétrica de Santo Antônio. No evento, a presidente disse que Lula "merecia" estar presente. "O presidente Lula, de fato, lutou diariamente para ver a volta dos investimentos em energia hidrelétrica no Brasil, para ver o aproveitamento do rio Madeira nas usinas de Santo Antônio e Jirau", declarou. Dilma afirmou que a ausência do ex-presidente seria "guardada no coração" e que, por isso, ele estaria "também muito presente". Em clima de campanha, ela posou para fotos abraçada com operários. Na mesma visita, a presidente assinou decreto para transferir servidores do antigo território federal de Rondônia, que virou Estado apenas em 1982, para os quadros da União. (Da Folha)

8 comentários

Pelas palavras dela em si,no texto,não vejo motivo pra dizer que ela "falou pela primeira vez em reeleição". Quem falou textualmente foi o rpórter,mas,não se duvide...

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Cel.

Síntese do post de RA:

O sistema brasileiro permite uma reeleição consecutiva. Governante que não tentasse a segunda jornada estaria admitindo o seu fracasso, o que os políticos não fazem nem quando diante das evidências. Com seis meses de mandato, então, nem se diga. Concorrer à reeleição é a regra; não concorrer é que é a exceção.

A gramática pode ajudar. “Se tiver segundo mandato” é o que se chamava, no tempo em que se ensinava língua portuguesa nas escolas em vez de “comunicação e expressão” (ou qualquer empulhação mais recente), “Oração Subordinada Adverbial Condicional”. Expressa uma condição para que se realize um fato enunciando na oração principal. Quase sempre, o emissor expressa uma dúvida.

Assim, dado que regra é a reeleição e tendo ficado evidente que Dilma pôs essa regra em dúvida, na condicional, flertando com a exceção, a gramática e a história política só permitem um título: “Pela primeira vez, Dilma admite NÃO concorrer à reeleição”.




Chris/SP

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06/07/2011
às 6:39
Pela primeira vez, Dilma admite NÃO CONCORRER à reeleição

Estranharam o título? É diferente do que vocês andaram lendo? Eu explico. E depois vocês me dizem se tenho ou não razão.

Algumas coisas são mesmo curiosas. Eu também li na Folha o seguinte: “Dilma cita 2º mandato pela primeira vez”. É? Ainda pensei: “Pô, já está falando nisso?” Fui ler. Reproduzo em vermelho trecho da reportagem do jornal que relata a visita da petista a Porto Velho, em Rondônia:
O repórter de uma rádio local perguntou à presidente se a população poderia sonhar com a construção de uma ferrovia entre a cidade e o município de Vilhena (RO).
Dilma respondeu: “Você pode sonhar. Agora, eu não vou ser demagógica de te dizer que sai amanhã. Não sai, porque nós ainda…”
O repórter a interrompeu e disse: “Segundo mandato?”
A presidente continuou: “Estamos fazendo Uruaçu. Se tiver segundo mandato… nós estamos fazendo Uruaçu-Lucas do Rio Verde.”

Epa! Isso não é admitir segundo mandato! “Vou ver o que informa o Estadão”, pensei. E achei:
“Dilma levanta possibilidade de segundo mandato”. Leio então:
Um dos jornalistas perguntou se poderia “sonhar” com a construção da ferrovia ligando a capital de Rondônia à cidade de Vilhena ainda durante o governo Dilma. A presidente respondeu: “Você pode sonhar. Agora, eu não vou ser, assim, demagógica de te dizer que sai amanhã. Não sai, não”. Antes de completar a resposta, o jornalista interveio - “Segundo mandato…” - e Dilma completou: “Estamos fazendo Uruaçu… Se tiver segundo mandato. Nós estamos fazendo Uruaçu-Lucas do Rio Verde.”

Os relatos são coincidentes, as interpretações também. O que posso dizer? Ignoram o fato, a gramática e a lógica.

O sistema brasileiro permite uma reeleição consecutiva. Governante que não tentasse a segunda jornada estaria admitindo o seu fracasso, o que os políticos não fazem nem quando diante das evidências. Com seis meses de mandato, então, nem se diga. Concorrer à reeleição é a regra; não concorrer é que é a exceção.

A gramática pode ajudar. “Se tiver segundo mandato” é o que se chamava, no tempo em que se ensinava língua portuguesa nas escolas em vez de “comunicação e expressão” (ou qualquer empulhação mais recente), “Oração Subordinada Adverbial Condicional”. Expressa uma condição para que se realize um fato enunciando na oração principal. Quase sempre, o emissor expressa uma dúvida.

Assim, dado que regra é a reeleição e tendo ficado evidente que Dilma pôs essa regra em dúvida, na condicional, flertando com a exceção, a gramática e a história política só permitem um título: “Pela primeira vez, Dilma admite NÃO concorrer à reeleição”.

Por Reinaldo Azevedo

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Que matéria mais cretina! A governanta não falou nada sobre segundo mandato, só respondeu no seu habitual estilo confuso a uma pseudo-pergunta que levantava a bola para ela. Na verdade, o que se relata não é uma entrevista, mas um bate-papo irrelevante. É um modelo de não-notícia.
E que conversa mole é essa de que "a oposição insinuou duarante a campanha que Dilma só ficaria durante um mandato para Lula poder voltar"? Essa obviedade nunca foi tema da campanha oposicionista, que tinha temor reverencial pelo Lula e procurou justamente o contrário - desvincular a imagem de uma e outro, com os resultados conhecidos. Tá na cara que o objetivo de quem escreveu a patacoada é passar a idéia de que a oposição estava errada, e está sendo desmentida pela Dilma, que pegou gosto pela presidência. Três mentiras numa nota sobre o nada é a cara da imprensa nesta era da mediocridade petista.

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Ué, é só o ministério dos transporte e, por consequência, o governo, parar de roubar o dinheiro do contribuinte, que dá para fazer ferrovias ligando o Chuí a Nova York!

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Coronel,

estamos em julho.

A Neyla Alckmin previu que no dia de comemoração dos soldados...

Agosto e 7 de setembro estão aí...
É esperar e ver.

A esperança é a última que morre.

Flor Lilás/PR

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É.....a "emprença" também não ajuda em anda hahaha
Mas se ela pensa nisso, acho legal pois em 6 meses de governo, a maioria do sudeste já diz "quem teremos como presidente em 2016?"

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IMPEACHMENT NO DILMÃO !

Como todo brasileiro esclarecido, tenho respeito e carinho pela figura do Presidente de República. Obviamnente que não na figura que o ocupa, mas ao cargo que é um simbolo nacional.
Sendo assim, não posso admitir que seja ocupado por esta senhora, que copia seu antecessor: OU É CORRUPTA TAMBÉM, OU É NEGLIGENTE, OU CONIVENTE.
Em uma das tres qualificações ela se enquadra.
Logo, IMPEACHMENT JÁ! E foda-se o mundo não me chamo Raimundo.

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