Dilma com o PMDB: no Palácio, sem Palocci.
A coluna de Dora Kramer, no Estadão e diversos jornais do país, intitulada "Não tem solução":
O ministro Antonio Palocci não tem mais como ficar no governo e quem diz isso não é a oposição. A esta provavelmente interessaria que ele ficasse na Casa Civil ao ponto de desgaste tão insustentável que se efetivasse o funcionamento de uma CPI. Confirmada a convocação aprovada ontem na Comissão de Agricultura na Câmara, são quase nulas as chances de Palocci dar um show de convencimento. Não depois de tanta luta para se esconder. Derrubar a convocação, faltar? É pior.
Quem diz que Antonio Palocci não tem como ficar no governo é a situação. Aí entendida tanto quanto à posição dos governistas quanto ao agravamento das circunstâncias. O exame dessas duas variantes resulta numa conclusão: a saída de Palocci da Casa Civil, e provavelmente da vida pública, no momento só depende da definição de quando e como ocorrerá o desfecho. Pelo menos dois ministros já são vistos na cabeceira da pista para assumir a Casa Civil: Paulo Bernardo, das Comunicações, e José Eduardo Cardozo, da Justiça. Se a escolha realmente recairá sobre um dos dois, é algo ainda fora do campo de visão.
O que a paisagem nos mostra claramente é a perda de condições de Palocci de funcionar como o previsto pelo governo: politicamente frágil, não pode fazer articulação política; moralmente baqueado, perdeu credibilidade para atuar na interlocução intra e extraministérios; na berlinda, não pode frequentar uma solenidade oficial sem que seja o foco de todas as atenções. Em resumo: toma, e de forma negativa, todo o espaço da cena. Tornou-se um problema quando era para ser uma solução. E para enfrentar um problema só há dois caminhos: resolvê-lo ou livrar-se dele.
A possibilidade de uma solução razoavelmente indolor ficou perdida neste quase um mês de carência de explicações e abundância de suspeições. Se o procurador-geral da República resolver abrir investigações, confirma-se a razão das suspeitas. Se não, a oposição ganha mais um argumento em favor da abertura da investigação parlamentar. Pergunte-se a qualquer governista na posse plena de serenidade mental o motivo de Palocci não ter-se defendido e a resposta é uma só: não há explicação que não suscite novos e mais graves questionamentos.
Portanto, não há remédio. A respeito dessa sinuca falam os petistas que nos últimos dias resolveram compartilhar com o público suas impressões sobre o episódio e a falta de cerimônia dos demais partidos da base em manifestar suas opiniões. Uma nítida sinalização de que não há mais o que salvar e, portanto, salve-se quem puder conseguir agora posição melhor na fotografia desse cenário adverso. Quando uma defensora do governo como a senadora Gleisi Hoffmann aborda o afastamento do ministro durante uma reunião cujo conteúdo obviamente acabaria vindo a público, é de se imaginar que não se motive pelo mero desejo de ver o marido, Paulo Bernardo, como substituto dele na Casa Civil.
Além de não falar sozinha, a senadora não é tola nem primária. A justificativa apresentada por ela ao alegar que o caso Palocci é "pessoal", e que no mensalão houve motivação coletiva, mais a informação do senador Eduardo Suplicy sobre uma consultoria de R$ 1 milhão, com taxa de sucesso para uma fusão de empresas, mostram que quanto mais se fala nesse episódio mais complicado fica. Por isso, a cada dia se dilui a veemência das defesas, bem como na mesma proporção se animam os oportunistas a dar vazão aos seus baixos instintos.
O deputado Anthony Garotinho confere folclore ao chantagear o governo sabendo perfeitamente que o Planalto não pode mais resolver a questão no varejo e ao ironizar chamando as suspeitas que pesam sobre Palocci de "diamante de R$ 20 milhões". Sem maiores preocupações com detalhes como compostura e nome a zelar, diverte-se. Em tese, a demissão de Palocci não deveria encerrar a questão, pois o caso em si do enriquecimento suspeito permanece em aberto. Mas, olhando as coisas sob o prisma do pragmatismo governamental, hoje o preço da retirada é o mais barato que o Planalto poderia conseguir para tirar o assunto de pauta.
Quem diz que Antonio Palocci não tem como ficar no governo é a situação. Aí entendida tanto quanto à posição dos governistas quanto ao agravamento das circunstâncias. O exame dessas duas variantes resulta numa conclusão: a saída de Palocci da Casa Civil, e provavelmente da vida pública, no momento só depende da definição de quando e como ocorrerá o desfecho. Pelo menos dois ministros já são vistos na cabeceira da pista para assumir a Casa Civil: Paulo Bernardo, das Comunicações, e José Eduardo Cardozo, da Justiça. Se a escolha realmente recairá sobre um dos dois, é algo ainda fora do campo de visão.
O que a paisagem nos mostra claramente é a perda de condições de Palocci de funcionar como o previsto pelo governo: politicamente frágil, não pode fazer articulação política; moralmente baqueado, perdeu credibilidade para atuar na interlocução intra e extraministérios; na berlinda, não pode frequentar uma solenidade oficial sem que seja o foco de todas as atenções. Em resumo: toma, e de forma negativa, todo o espaço da cena. Tornou-se um problema quando era para ser uma solução. E para enfrentar um problema só há dois caminhos: resolvê-lo ou livrar-se dele.
A possibilidade de uma solução razoavelmente indolor ficou perdida neste quase um mês de carência de explicações e abundância de suspeições. Se o procurador-geral da República resolver abrir investigações, confirma-se a razão das suspeitas. Se não, a oposição ganha mais um argumento em favor da abertura da investigação parlamentar. Pergunte-se a qualquer governista na posse plena de serenidade mental o motivo de Palocci não ter-se defendido e a resposta é uma só: não há explicação que não suscite novos e mais graves questionamentos.
Portanto, não há remédio. A respeito dessa sinuca falam os petistas que nos últimos dias resolveram compartilhar com o público suas impressões sobre o episódio e a falta de cerimônia dos demais partidos da base em manifestar suas opiniões. Uma nítida sinalização de que não há mais o que salvar e, portanto, salve-se quem puder conseguir agora posição melhor na fotografia desse cenário adverso. Quando uma defensora do governo como a senadora Gleisi Hoffmann aborda o afastamento do ministro durante uma reunião cujo conteúdo obviamente acabaria vindo a público, é de se imaginar que não se motive pelo mero desejo de ver o marido, Paulo Bernardo, como substituto dele na Casa Civil.
Além de não falar sozinha, a senadora não é tola nem primária. A justificativa apresentada por ela ao alegar que o caso Palocci é "pessoal", e que no mensalão houve motivação coletiva, mais a informação do senador Eduardo Suplicy sobre uma consultoria de R$ 1 milhão, com taxa de sucesso para uma fusão de empresas, mostram que quanto mais se fala nesse episódio mais complicado fica. Por isso, a cada dia se dilui a veemência das defesas, bem como na mesma proporção se animam os oportunistas a dar vazão aos seus baixos instintos.
O deputado Anthony Garotinho confere folclore ao chantagear o governo sabendo perfeitamente que o Planalto não pode mais resolver a questão no varejo e ao ironizar chamando as suspeitas que pesam sobre Palocci de "diamante de R$ 20 milhões". Sem maiores preocupações com detalhes como compostura e nome a zelar, diverte-se. Em tese, a demissão de Palocci não deveria encerrar a questão, pois o caso em si do enriquecimento suspeito permanece em aberto. Mas, olhando as coisas sob o prisma do pragmatismo governamental, hoje o preço da retirada é o mais barato que o Planalto poderia conseguir para tirar o assunto de pauta.
21 comentários
Uma pergunta é necessária.
ReplyO "pai de todos" tambem tem consultoria? ou alguem o acha realmente preparado para dar palestras a empressarios?
Lula esta se forrando, e ainda não deixou a presidencia de verdade, alguem tem duvidas que ele faz trafico de influencia?
Como dizia uma comediante"Brasileiro é tão bobinho"...ops... bonzinho
A MARCA DO ZORRO!
ReplyO quadro pode se reverter se ele ameaçar colocar a boca no trombone, corremos o risco. Z
A MARCA DO ZORRO!
ReplyA Madame tá mais magrinha, será regime, preocupação com seu ministério porquinho ou os 29 remédios não estão mais fazendo efeito? Z
Se, eu disse "SE" o "palloffi" se afastar da vida pública...
Reply... eu disse afastar mesmo, nem chegar perto, o que eu particularmento APOSTO QUE NÃO IRÁ ACONTECER, haja vista a PROMÍSCUA proximidade com o poder PTralha de outros afastados/cassados como: zé dirceu, delúbio, genoíno etc...
Ainda falta a "justiça" fazer o seu trabalho, processando o réu em todas as instâncias, onde, lógico ele terá o tal "amplo direito de defesa" que faz a festa financeira dos "adevogados" e "juízes" de plantão.
Se for para o STF então, melhor ainda, já sabemos de antemão (e o réu também) que o processo VAI DAR EM NADA e, como lógicamente correrá "em segredo de justiça".
A imprensa será amordaçada e, uma boa parte do dinheiro desviado por "palloffi" passará para o bolso de algum "togado" do STF".
"palloffi" ficará mais "pobrinho", seu dinheirinho ganho decorrente das "taxas de sucesso" farão a festa financeira de algum "supremo magistrado".
Por outro lado, seu processo, se houver, será "empurrado com a barriga" até a prescrição, isso se "elle" não for inocentado por baixo dos panos.
Afinal... não é para isso que o governo nomeia "adevogados" (nem precisa ser juiz) para o STF? Régiamente pagos com dinheiro público?
...Para "inocentar" ou NÃO punir corruptos?
... NÃO "inocentou" o Collor?
... NÃO está sendo assim com zé dirceu, delúbio, genoíno?
... Alguém já viu o STF punir alguém?
... Alguém já viu retrato de sogra em carteira de genro?
A MARCA DO ZORRO!
ReplyAté a tonalidade VERMELHO VIVO COMUNISTA dos seus inseparáveis paletós está desbotando...Z
Felizmente um grande estrago foi feito. Isso não tem como desmanchar
Replye poderá colocar a Doutora em seu devido lugar, por uns dias , que ninguém é de ferro. Aliás, ela acredita que é...
APAGA AS LUZES, TÁ. Ele não passará o final de semana como Ministro Chefe da Casa Civil. Estão esperando chegar sexta-feira para aproveitar a pouca repercussão do sábado e domingo para defesnestrá-lo.
ReplyCada dia fica mais evidente que ir cozinhando esse caso em fogo brando foi a estratégia traçada pelos cardeais do PT, Lula, Franklin, Clovis Carvalho et caterva.Palocci está morto e agora se trata de preservar o fio-da-meada que leva à campanha presidencial. Ali que está a dinamite; Palocci é a pontinha do iceberg. Como defenestrar sua excelência sem abalar o propinoduto em andamento é o que está acontecendo agora. A opinião pública não conta, porque Lula certa vez disse que eles são a opinião pública.
ReplySe alguém com aquilo roxo, finalmente, puxar o fio da meada dessa bandalheira nojenta,
Replynão ficará pedra sobre pedra.
Pode ser, até, que neste momento o ministro já não seja mais ministro. Porém, parece que o governo não tem força par tirá-lo. Se fosse um problema, mesmo, a presidente o teria demitido na hora.
ReplyNão existe mais clima ou ambiente de trabalho que comporte um Palocci sob uma montanha de acusações. A hora de partir é agora. Dilma está vacilando. A cada dia, demonstra mais sinais de fraqueza ao não fazer a coisa certa.
ReplyCoronel,
ReplyO PMDB dominou a governo!! Esta foto diz tudo!!
Agora resta saber se é o Temer quem vai manipular "a" fantoche ou vai permitir que o Velhaco faça isto.
Certamente ele pensará nos seus pares (Sarna&Cia) antes de decidir o próx. movimento do xadrez!!!
JulioK
Coronel,
ReplyO PMDB pode pedir a cadeira da Casa Civil para sua cota????
Uuuuu, seria o bixo!!!!rsrsrsrs
JulioK
O palloffudido é um diamante de 20 milhões de quirouba.
ReplyEssa corja não tá sabendo que quanto mais os porquinhos chafurdam mais lama aparece.
Coronel
ReplyVeja estas palavras proféticas ditas pelo EX, quando candidato em 1988.
"No Brasil é assim: quando um pobre rouba, vai para a cadeia, mas quando um rico rouba ele vira ministro."
Taí o Palocci novamente, o Dirceu, a Erenice e outros quetais que não deixaram o Lula mentir.
Afinal, eles não podem desapontar o "chefe" do bando.
General Maximus Decimus Meridius
Curitiba-PR
Tem gente sobrando nesta foto...
ReplyGente que já deveria estar fora do nosso campo visual, a bem da saúde financeira das contas...
Palocci, ministro da Casa de Irene, onde sempre imperou o mensalão, a prevaricação, a corrupção, os dossiês e os tamiflus, já deve ter se convencido de que o melhor a fazer é deixar o cago, digo o cargo, e continuar com suas milionárias consulturias, assim como fez Zé Dirceu, com isso ficaria cada dia mais rico, afinal para essa genPTalha não estar no cargo não significa não fazer parte do governo (vide Lula, Zé Dirceu) pois continuam influenciando normalmente e ganhando muito por essa infuência (consultorias, palestras,etc.). Ele só deve estar articulando uma forma de sair como vítima de calúnias e herói petista por colocar o cargo à disposição para manter a estabilidade do governo frente essa "enxurrada de denúncias infundadas feitas pela oposição que só quer o mal do país".
ReplyPaloffi ainda não pediu demissão porque espera garantia$ para poder sustentar o apartamento de luxo. Não ganha para pagar o alto padrão de lá. Não honestamente...
ReplyOs moradores que se cuidem! periga o Paloffi invetar de ser síndico lá pra não ter de pagar a taxa de condomínio...
Deveriam se reunir e pedir que o Paloffi passe o ap adiante. Está dando má fama ao prédio. As pessoas olham da rua ou visitam para comprar e têm de aturar as piadinhas..."é o Taj Mahal do Paloffi?, aqui que mora o homem de 20 milhões de reais? será que ele daria umas consultorias de 'grátis' para os vizinhos ou turbinar o caixa do prédio?".
¬¬
Mesmo que ele seja "saido" do governo, a verdade deveria vir à tona. Mas, em se tratando de justiça neste país, tenho sérias dúvidas. A começar pelo STF.
ReplyNo fundo, Palocci foi um aprendiz, na arte que Zé Dirceu, depois que deixou o governo, é Phd.
Danou-se, e não dá para explicar, o inexplicável!!
Chris/SP
***Coturneiros e Coronel:
ReplyInformações e indícios apontam que a greve de transportes públicos de SP vai atingir também o metrô, é política e visa enfraquecer o governo Alkimim e dar pretexto para consumar a intervenção federal no estado, o ganho para o PT seria monstruoso com o fim do PSDB em SP, as greves de ônibus no ABC são indicativas que o movimento pode atingir São Paulo.
Atitude correta para Kassab seria aumentar os preços das passagens de ônibus para cinco reais e fim do bilhete único de modo súbito, culpar os grevistas e o PT pela falta de dinheiro para o pagamento dos aumentos de salários de motoristas e cobradores.
O governo pode até aumentar 50% o salários dos motorista e 60% o dos cobradores, dizer que seriam acordo secreto e com isto enfraquecer o PT em plano nacional.
Se nada for feito o PT afasta o prefeito e presidente com uma intervenção federal e os culpa pelas mazelas do país, "até pelas enchentes no nordeste e trânsito ruim" e os dois morreriam politicamente, pois o zé povinho que votou em Dilmae acredita em tudo o que os petralhas falarem.
Eleições para governador elegeriam um petista, como governador interino ficaria o Palocci, isto o afastaria de Brasília e daria uma aura de confiança no ze povinho.
Cel, só não concordo com que ele saia, pois se no governo já está mudo, imagina quando levar as explicações para os subterrãneos petistas.... vai ficar sempr eno esquecimento (e no enriquecimento).
Reply