Da "bala de prata" ao "não sabia".

"Bala de prata" é uma expressão para denominar a única coisa que mata bruxas, lobisomens e vampiros. Quem falou em "bala de prata" pela primeira vez foi Gilberto Coveiro Carvalho, chefe de gabinete de Lula, para dizer que os crimes cometidos pelo PT são tentativas de achar uma acusação definitiva contra a campanha de Dilma Rousseff. Não custa lembrar que uma pessoa muito próxima a ele, o prefeito petista Celso Daniel, morreu assassinado com onze balas no corpo. Mesmo que o processo não anda, depois de cinco anos, é possível afirmarcom certeza: eram onze "balas de prata". Poderiam ser treze. Agora é Dilma quem se apropria da expressão para acusar a oposição, que não violou os sigilos de ninguém e que não recebeu 6% de comissão de nenhuma empresa, pois a candidata quer jogar no colo da oposição o caso que enlameia a sua sucessora e que ocorreu quando ela ainda era Ministra-Chefe da Casa Civil. O que será que a Dilma vai alegar agora? Sobre o Dossiê contra Serra, montado pela sua campanha, Dilma alega que, na época em que ele foi feito, nem era candidata. E agora, que era Ministra quando o escândalo aconteceu, despachando todos os dias com Erenice Guerra, vai dizer o quê? Ontem, Dilma usou a expressão "bala de prata". Para o "não sabia" é só uma questão de tempo.