Comentar o Código Penal cairia melhor.

Abaixo, artigo de César Maia, hoje, na Folha de São Paulo. O ex-prefeito do Rio, envolvido até o pescoço nas falcatruas do PAN e da Cidade da Música, comenta um livro que é um comics perto da realidade. César Maia deveria dissertar sobre o Código Penal, pois este é o livro que ele, o seu filho e a banda podre do DEM deveriam estar consultando.

"EL NUEVO Príncipe" (editora El Ateneo), de Dick Morris (coordenador de Clinton em 2006), é leitura básica para entender a complexidade da comunicação política dos governos, muito maior que a do marketing eleitoral, pois ocorre dia a dia. E se insere num universo diversificado, de imprensa, comunicação direta, boatos, opinião pública segmentada, contracomunicação da oposição e dos insatisfeitos e da internet. Morris fala disso em "Governar", na parte 2 de seu livro. Nele, trata de temas como popularidade cotidiana, exercício da liderança, agressividade ou conciliação, inércia burocrática, cuidar das costas (controlar seu partido), cortejar a oposição, grupos de pressão, buscar recursos e continuar sendo virtuoso, o mito da manipulação da mídia e como sobreviver a um escândalo.A este último ponto Morris dedica atenção. "Não há como ganhar na cobertura de um escândalo. A única maneira de sair vivo é falar a verdade, aguentar o tranco e avançar". Com vasta experiência junto à imprensa dos EUA, lembra que, quando ela abre um escândalo, tem munição guardada para os próximos dias. Os editores fatiam a matéria, pedaço a pedaço, para a cada dia ter uma nova revelação.De nada adianta querer suturar o escândalo com uma negação reativa, pois virão outras logo depois, desmoralizando a defesa. E outros veículos entram com fatos novos, para desmentir. Para Morris, a chave é não mentir. O dano de mentir é mortal. "Uma mentira leva a outra, e o que era uma incomodidade passa a ser obstrução criminal à Justiça".A força de um escândalo é a sua importância política. As pessoas perdoam muito mais aqueles fatos sem relação com o ato de governar.E ir acompanhando a reação do público. "Se os eleitores se mostram verdadeiramente escandalizados com o que se diz que ele fez, é melhor que não tenha feito. Roubar dinheiro quase sempre não se perdoa".Em outros tipos de escândalo, como os de comportamento, os eleitores se mostram mais suaves e compreensíveis. Os mais velhos são sempre menos tolerantes. Os de idade intermediária tendem a ser mais flexíveis, especialmente com escândalos de comportamento. Os eleitores jovens se fixam mais no caráter do governante. Assim, além da complexidade de enfrentar um escândalo, a comunicação de governo deve ser, pelo menos, etariamente segmentada. Na medida em que o governante nada tenha a ver diretamente com o fato, que os responsáveis sejam de fato afastados por traição de confiança. Caso contrário, o próprio governo será contaminado e terá perdido precocemente a batalha de opinião pública e, assim, a batalha política.

5 comentários

Alô amigos
Não li o livro,mas me parece que para o nosso caso,baseado no post,tá mais furado que peneira velha.
O cara não conhece o terceiro mundo latino.

abraços

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Belo post para ser mandado aos que aprovaram a PEC dos precatórios.É ou não é roubo de dinheiro que não pertence a eles?


¬¬

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Coronel:

Mais um que não sabe inglês. Teve que esperar a tradução para comentar. O original, The New Prince, è uma análise do ambiente político americano. Quase nada do que ele escreve se aplica ao ambiente latino-americano, ou brasileiro. De political adviser do Bill Clinton, e responsável pela campanha vitoriosa da re-eleição de Clinton, ele (republicano que era) tornou-se depois inimigo do casal Clinton. Quando das primárias do Partido Democrata, quando a Hillary ainda tinha chances de ganhar as primárias e depois a presidência, Dick Morris afirmou que se ela viesse a se eleger presidente, ele sairia do país.

Hereticus

PS: O título do livro é uma alusão literária a O Principe de Nicolò Machiavelli.

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Não tem nada de errado com o livro! Cômica é a nossa situação perante os nossos políticos. O negócio é que um autor escreve e narra baseado, mas do que tudo, na sua experiência de vida. Quando se vive em paises onde o eleitor consciente tem a última palavra, esse livro veste como uma luva!

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"Mais um que não sabe inglês. Teve que esperar a tradução para comentar. O original, The New Prince, è uma análise do ambiente político americano."

Exato, Hereticus; e o bocó ainda quer se exibir colocando o nome do livro em espanhol e a editora... Ignorância arrogante não é só com o Lula, e nós é que ficamos com a vergonha alheia.

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