Nem os retoques do pré-sal nem a ruína de Sarney. O que mais preocupa os estrategistas do Planalto é a possibilidade de Marina Silva se lançar à Presidência pelo Partido Verde e, com isso, inviabilizar o caráter plebiscitário que Lula queria dar à sucessão. O plano do presidente ia bem. Para garantir o PMDB na aliança eleitoral, ele conteve o PT nos Estados e ratificou o apoio a José Sarney. Para limpar a cédula nacional, autorizou o transplante de Ciro Gomes para São Paulo e, com a ajuda de Renan Calheiros, limpou o terreno em Alagoas para que Heloísa Helena (PSOL) prefira o certo (o retorno ao Senado) ao duvidoso (outra candidatura estridente à Presidência). Com a entrada de Marina, porém, não haverá a polarização Lula x anti-Lula. Não só porque a ex-ministra será uma terceira via, capaz de atrair o voto desgarrado, mas também porque ela tem perfil anfíbio. É mais petista do que a candidata do PT. Atuou 30 anos no partido, 20 a mais do que Dilma. Tem uma trajetória de superação como a de Lula -filha de nordestinos, ex-empregada doméstica, analfabeta até a adolescência (cursou o Mobral e hoje possui diploma universitário), militante sindical e de movimentos sociais, casada e mãe de família. Ao mesmo tempo, Marina não será uma solução de continuidade. Não esteve envolvida nos escândalos do governo Lula (mensalão, aloprados, dossiê contra FHC) e colecionou divergências com Dilma -não quis ceder a empreiteiros e ruralistas nem operou para criar ou privilegiar grandes corporações. Sua candidatura pode murchar como a do pedetista Cristovam Buarque, em 2006. Ou decolar como a de Fernando Collor, do igualmente nanico PRN, em 1994. Mas não é apenas isso que parece mover Marina, e sim a oportunidade valiosa de incluir questões ambientais na pauta nacional de debates durante um ano e arrancar compromissos de candidatos avessos ao desenvolvimento sustentável.
Efeito Marina.
sábado, 8 de agosto de 2009 às 08:22:00
De Melchiades Filho, hoje, na Folha de São Paulo:
9 comentários
Acho importante demais essa candidatura.Dora
ReplyO detalhe é que o PV tem como líder na Câmara dos Deputados um tal de José SARNEY Filho.
ReplySei lá, com tantos tentáculos o clã Sarney pode usar isso como barganha.
Acho que ela não tem a mínima chance de coisa alguma, apesar de ser mais um nome, o que seria (será?)bom.
ReplyApós críticas fortes, mas indiretas contra o que chamaram de “privatização nefasta do Estado” pelo PT, os pré-candidatos tucanos à Presidência, os governadores José Serra (SP) e Aécio Neves (MG), elogiaram e deram tratamento de futuro aliado a uma eventual candidatura da senadora petista Marina Silva pelo PV.
ReplyO paulista, sem citar diretamente o PT, fez duras críticas ao partido. “O Estado brasileiro está sendo privatizado. É uma privatização espúria, nefasta. Não tem muita diferença do patrimonialismo antigo, de se apropriar do Estado para corrupção de meia dúzia ou de se apropriar do Estado para se fortalecer e construir um partido. Precisamos estatizar o Estado brasileiro que hoje está privatizado por um partido.”
Aécio acompanhou o colega: “Hoje há um aparelhamento do Estado aliado à ineficiência como poucas vezes vimos”.
Foram aplaudidos pelos mais de 400 presentes na abertura do 16º Congresso Nacional do PPS, no hotel Guanabara (RJ), mas se negaram a comentar a situação do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP).
Para Aécio, a entrada de Marina Silva na corrida presidencial qualifica o debate. “Quem tem projeto político não pode temer. Em um segundo momento, vejo afinidade entre ela e o PSDB. Hoje PV e PSDB já estão juntos no Brasil, em Minas e em cidades expressivas, com um projeto comum.”
Serra não quis comentar. “Não opino sobre mudança de partido”, disse, e lembrou que o PV integra o governo paulista e compõe a base na Assembleia. “O PV faz parte da aliança. Tive [na prefeitura] um grande secretário [do Verde e Meio Ambiente], Eduardo Jorge. É um partido que sempre teve tradição de proximidade comigo.”
Pelo que o Bolivariano da Silva avisou em tom de ameaça, caso não consigam emplacar a destemperada irão tornar a vida do sucessor duríssima.
ReplyMas arrumar a casa está fácil. Basta trabalhar de um lado e do outro desmontar insana república bolivariana, começando pela extinção pura e simples da unicidade sindical.
Depois é simplesmente liquidar extrajudicialmente os fundos de pensão e abrir o mercado interno de petróleo.
No mais é deixar a cumpanheira continuar gastando o dinheiro que levarão nos bolsos, cuecas etc. ao saírem pelas portas dos fundos das repartições saqueando tudo, que é uma das marcas registradas dessa corja.
ReplyMarina Silva foi criada no PT, assim é FARINHA DO MESMO SACO.
Não vale nada.
Marina, se resolver concorrer à presidência, será super bem vinda. Lula precisa ser frustrado em sua certeza de que fará a sucessora (Dilma). Na melhor para autoritários do que a frustração. Ele vai beber a lamentação de que Marina estava lá o tempo todo e esse "estadista" de mierda não a valorizou. Ver lulla correndo atrás do prejuízo, e não conseguindo, não vai ter preço.
ReplyCoronel
ReplyA marina è tão corrupta como todos os politicos. Não dá diretamente a cara. Seu marido, fábio vaz de lima, chefia ou chefiava, quando a mulher era ministra, o influente GTA, "holding" de 200 ONGs que comercializa madeira apreendida pelo... Ministério do Meio Ambiente.
E para exportar, precisava de licença.
"Marido de Marina enrolado na Justiça
O técnico agrícola Fábio Vaz de Lima, casado há 20 anos com a ex-ministra Marina Silva, tem algo em comum com a senadora Roseana Sarney (PMDB-MA): é acusado de irregularidades na extinta Sudam. Lima e Roseana teriam beneficiado ilegalmente a Usimar em São Luís, com recursos do Fundo de Investimento da Amazônia. O processo, com onze volumes, envolve também o marido de Roseana, Jorge Murad."
http://www.jornaldeuberaba.com.br/?MENU=Colunas&SUBMENU=ClaudioHumberto&CODIGO
=3068
http://pep-home.blogspot.com/2008/05/ah-esse-cnjuges.html
Marina para presidente.
ReplyTem meu apoio.