O medo jornalístico de não ser esquerda.

Enquanto os repórteres burrinhos com diploma e os editores patrulhados imbecis continuam a idolatrar uma ONU aparelhada pelo sandinismo e uma OEA cada vez mais chavista, insistindo em que houve um golpe militar em Honduras, começam a surgir artigos nos seus jornais que já colocam os fatos no seu devido lugar. Hoje a Folha, que mancheteia que a ONU condena o golpe, mas já publica um artigo de onde destacamos:

Ante o impasse jurídico, surge a solução autoritária. O Poder Legislativo, o Poder Judiciário, o Ministério Público e o próprio partido de Zelaya decidiram por sua defenestração. Um típico golpe civil-militar.Contudo, diferentemente de Chávez, Zelaya não era um militar de ofício, mas um grande empresário do setor agropecuário que se elegeu pelo Partido Liberal. Mudou de lado, mas não foi acompanhado pela cúpula militar hondurenha. Qual o cimento que une os membros dessa aliança civil-militar? Sem dúvida, a desconfiança da crescente aproximação de Zelaya do projeto de poder chavista. Com efeito, Honduras filiou-se à Alba (Alternativa Bolivariana para as Américas), que é um modelo de integração socialista em contraponto ao modelo de livre mercado da Alca (Área de Livre Comércio das Américas).A busca de Zelaya por um novo mandato, de duvidosa legalidade, foi a oportunidade encontrada pelos seus opositores para se livrarem do neochavista. E o fizeram rapidamente, para evitar uma possível contrarreação como a que ocorreu em 2002, quando Chávez foi golpeado e retomou o poder na Venezuela.A correria para criar o fato consumado foi de tal ordem que Zelaya foi conduzido de pijamas para a Costa Rica. E o Congresso, sem mais delongas, designou como presidente interino Roberto Micheletti, rival de Zelaya no Partido Liberal.

O articulista é JORGE ZAVERUCHA, 53, doutor em ciência política pela Universidade de Chicago (EUA), é coordenador do Núcleo de Estudos de Instituições Coercitivas e da Criminalidade da Universidade Federal de Pernambuco. Ele não faz jornal, ele lê jornal e, por isso, está bem informado. E, ao que parece, não sofre do medo das redações, aquele medo de não ser esquerda e de entender que a democracia pode ser defendida por militares.

2 comentários

Abre o olho jornalists, aprendam a fazer noticias sem máscaras!

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Duvidosa legalidade? Será que o tal dr. sabe ler? Que leia a Carta hondurenha para esclarecer sus dudas.

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