Há corrupção no BNDES, sim.

Ontem, o BNDES afastou do seu Conselho de Administração o advogado Ricardo Tosto, envolvido até o pescoço no esquema de corrupção flagrado pela Operação Santa Tereza. O Conselho, onde também participa Carlos Lupi, Ministro do Trabalho, chefe partidário do pelego sindicalista e deputado Paulinho da Força Sindical (PDT-SP), também concluiu que os empréstimos para as prefeituras, que a turma de "trabalhadores" ajudava a liberar em troca de uma gorda comissão, paga com dinheiro vivo transportado em mochilas entregues em gabinetes parlamentares, são perfeitamente legais, pois o dinheiro foi repassado e as prefeituras são responsáveis pelo seu pagamento. Acham que somos bobos. A corrupção no BNDES não está na operação em si. A corrupção no BNDES está na seleção dirigida das prefeituras tomadoras. Entre milhares de prefeituras habilitadas a receber o dinheiro mais barato do Brasil, com juros baixíssimos, muito abaixo dos praticados no mercado e com diversas carências que dilatam o prazo de pagamento, foram privilegiadas prefeituras escolhidas a dedo por um bando de corruptos, flagrados pela Polícia Federal, coordenados por Paulinho do BNDES e por Carlinhos Duas Cadeiras. Para dizer para onde iria o dinheiro do BNDES, a partir das suas cadeiras no Conselho, recebiam comissões em dinheiro vivo. Não pode ser chamada de "corrupção sistêmica", como brada o seu presidente Luciano Coutinho. É corrupção endêmica, típica dos governos petistas.