O comprador da mídia golpista e raivosa.

Em 30 de março de 2004, José Otaviano Pereira, mineiro de Monte Carmelo, diretor do departamento de comunicação e marketing dos Correios declarava ao Portal da Propaganda, em apoio mais do que explícito à agência também mineira de Marcos Valério:

“A SMPB é uma agência muito profissional, criativa, que tem merecido toda a nossa confiança. E a confiança dos clientes é um dos maiores patrimônios de uma organização”.

Em 25 de janeiro de 2006, José Otaviano Pereira, ainda na mesma função, negava veementemente na CPI dos Correios irregularidades em contratos firmados por ele com a agência de publicidade SMPB, de Marcos Valério Fernandes de Souza, posteriormente constatadas pela CPI e pelo TCU.

José Otaviano Pereira também justificava, naquela CPI, a contratação da Multiaction, uma das empresas de Marcos Valério, mesmo que a representante da empresa nos contatos com os Correios fosse Telma Silva, esposa de Marco Antonio da Silva, diretor de eventos da SECOM e representante do Governo Lula na comissão de licitação que escolheu a agência do mensalão e do caixa dois do PT em 2003. Segundo a singela explicação de Otaviano, Telma não discutia detalhes técnicos:

"Era como se ela fosse uma representante comercial da empresa".

Naquela mesma CPI, Maurício Marinho, diretor dos Correios, afirmava que todo o processo do aditivo do contrato dos Correios com a agência de publicidade SMPB, de Marcos Valério, foi conduzido por José Otaviano Pereira que, segundo ele, era "homem" do ex-ministro Luiz Gushiken no Departamento de Marketing. O contrato era de R$ 72 milhões e passou para R$ 90 milhões com o aditivo. O Tribunal de Contas da União (TCU) detectou superfaturamento neste contrato.

Em 13 de dezembro de 2007, o Tribunal de Contas da União (TCU) julgou irregulares as contas do ex-presidente do Departamento de Comunicação e Marketing da ECT, José Otaviano Pereira, em função de ações promocionais irregulares no Foro Social Mundial de 2004, aplicando-lhe uma multa de R$ 7 mil. Em 29 de novembro de 2006, o TCU levantava outra série de irregularidades em patrocínios autorizados pelo mineiro Otaviano, convocando-o a prestar depoimento. E há um ano atrás, já havia sido multado em R$ 3.000,00.

José Otaviano Pereira, hoje, é o Secretário de Comunicação Integrada da SECOM, comandada por Franklin Martins, responsável pelas seguintes atividades do complexo midiático do Governo Lula:
  • Gerenciamento das ações publicitárias da Presidência da República
  • Orientação para a elaboração dos Planos Anuais de Comunicação dos órgãos da Administração Pública Federal (PAC)
  • Orientação técnica e supervisão das ações de comunicação dos órgãos da Administração Pública Federal
  • Coordenação dos processo de negociação centralizada de parâmetros para compra de mídia
    pelo Governo Federal
  • Gerenciamento dos portais Brasil e da Presidência da República na internet
  • Orientação para o uso das marcas e assinaturas publicitárias do Governo Federal
  • Coordenação e aprovação das ações publicitárias dos órgãos do Sicom
  • Atendimento às demandas por ações publicitárias de órgãos do Governo Federal que não contam com agências de propaganda contratadas
  • Orientar a comunicação visual e apoiar eventos com a presença do Presidente da República
Desde a gestão de Otaviano, atingida em cheio pelas denúncias da CPI, os Correios estão sem agência de propaganda. Hoje, na função em que está, o parceiro de Marcos Valério tem a cara de pau de afirmar, em entrevista recentemente concedida:

"Temos procurado observar nas licitações dos Correios e de outros órgãos aqueles pontos no processo que possam trazer algum prejuízo. Temos procurado cumprir as recomendações do TCU. Uma ou outra questão que a Secom discorde já contestou nos foros devidos. No nosso caso, estamos otimistas que a licitação vai fluir com tranqüilidade, como foi a maioria das licitações feitas pelo Governo nessa área."

Este é o perfil do homem forte da mídia no Governo Lula, que comanda um orçamento de R$ 150 milhões. O que ele faz dentro do Palácio do Planalto é exatamente a mesma coisa que fazia dentro dos Correios, em atuação conjunta com o seu conterrâneo Marcos Valério. Mas ele tem R$ 150 milhões nas mãos. Deve ser por isso que a mídia poupe tanto o cidadão. Como o Coturno Noturno não depende de anúncio de governo, cumpre aqui o seu papel de mostrar mais um pouco da cara suja do lulopetismo.

1 comentários:

Cresceu o número de ações criminais contra a imprensa em 2007


Videversus é um exemplo



A sociedade brasileira deu sinais de incremento da sua intolerância neste ano de 2007, quando houve um significativo aumento do número de ações judiciais movidas contra jornalistas. Quando isto ocorre, é sinal evidente que, ao menos uma parte da sociedade, está interessado em manter o clima de impunidade, e não quer ver jornalistas mostrando para todos o que está acontecendo. Por exemplo: o jornalista Vitor Vieira, editor de Videversus, continua proibido pelo juiz gaúcho Hilbert Maximiliano Akihito Obara, de noticiar qualquer fato referente ao deputado estadual Alceu Moreira (PMDB), que deverá ser o presidente da Assembléia Legislativa do Rio Grande do Sul em 2008. Mais do que isso, o jornalista está proibido de dar entrevista, escrever, falar em rádio ou televisão, fazer comentário, qualquer coisa, que envolva o deputado estadual Alceu Moreira (PMDB). Apesar de ter apresentado, no dia 17 de dezembro (segunda-feira), sua defesa prévia e o pedido de urgente revogação da liminar concedida ao deputado estadual Alceu Moreira (PMDB), a juíza Cláudia Maria Hardt, titular da 18ª Vara Cível do Foro Central de Porto Alegre não se manifestou durante toda a semana. O curioso, no caso desta ação, é que ela é promovida por um deputado estadual do PMDB, partido que capitaneou a luta contra a ditadura militar no País, e que mais se empenhou na realização de uma Constituinte, na qual foram inscritos os direitos à informação, à liberdade de imprensa e de livre pensar e criticar. O deputado estadual Alceu Moreira, que quer presidir o Parlamento gaúcho, desonra esta tradição do PMDB.


www.videversus.com.br

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