O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), deu
indicações ao Planalto de que, se os três petistas que integram o
Conselho de Ética da Casa votarem pela abertura do processo por quebra
de decoro, ele vai retaliar e dar prosseguimento a pedidos de
impeachment da presidente Dilma Rousseff. Diante disso, o governo
intensificou a pressão sobre os petistas, apesar de, oficialmente,
alegar que não irá interferir nos votos dos deputados.
Nesta terça-feira, 1.º, o
Conselho de Ética se reúne para decidir se instaura ou não o processo
contra Cunha. Os deputados petistas Valmir Prascidelli (SP), Zé Geraldo
(PA) e Léo de Brito (AC), representantes do partido no colegiado, têm
alegado ao Planalto que enfrentam dificuldades em suas bases para votar a
favor do peemedebista. Mas vão rediscutir o posicionamento pela manhã,
antes da sessão.
Se os petistas atenderem ao pedido de Cunha,
ele já informou a interlocutores da presidente que segura o
impeachment. “Está nas mãos deles. Tudo depende do comportamento do PT”,
teria dito Cunha, segundo interlocutores da presidente.
Aliados do presidente da Câmara dizem que
ele tem garantidos até agora nove dos 11 votos de que precisa no
Conselho de Ética. Os três votos do PT são, portanto, considerados
fundamentais para ele se livrar do processo de cassação.
Após ter seu nome envolvido em mais um esquema de suposto
recebimento de propina, Cunha decidiu nesta segunda-feira, 30, prorrogar
duas CPIs que constrangem o governo, a do BNDES e a dos Fundos de
Pensão. Cunha disse a aliados que definirá nesta terça-feira o prazo
para prorrogação das comissões.
‘Conspiração’. O peemedebista almoçou nesta
terça-feira com o presidente em exercício, Michel Temer, no Palácio do
Jaburu. Mais uma vez, se queixou do que classifica como uma “armação” do
Planalto e do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, contra ele.
O presidente da Câmara se referia a papéis recolhidos pelos
investigadores da Procuradoria-Geral da República que apontariam suposto
pagamento de R$ 45 milhões em propina ao deputado, para alterar uma
medida provisória que beneficiaria o banco BTG Pactual, de André
Esteves. O banqueiro foi preso na quarta-feira passada por suspeita de
tentar atrapalhar as investigações da Lava Jato.
Cunha, que nega ter recebido vantagens indevidas, disse que
suas emendas foram contrárias aos interesses do banco e apresentou a
Temer, durante o almoço, os documentos em sua defesa. Ele chamou essa
nova denúncia contra ele de “conspiração”, que teria o “dedo do governo”
e, nesse caso, considera que, além de Janot, o ministro da Justiça,
José Eduardo Cardozo, teria responsabilidades no episódio.
De acordo com o material colhido pelos investigadores da Lava
Jato, depois que “tudo deu certo”, Cunha e o banqueiro, entre outros,
participaram de um jantar de comemoração. O objetivo descrito no texto
da MP era enquadrar as instituições em regras internacionais mais
rígidas e prepará-las para enfrentar a crise econômica de 2008.
1 comentários:
ReplyComo pode um salafra deste ser presidente do legislativo de um país.
Por isso estamos nesta merda.!!!.
Acho que a petezada deveria votar contra ele porque moral para impedimento ele não tem mais. Soh no rêlho.!!!.