A Procuradoria-Geral da República enviou recurso ao Supremo Tribunal
Federal para tentar reverter o fatiamento da Operação Lava Jato. O
pedido, mantido sob sigilo, contesta decisão do ministro Teori Zavascki,
que desmembrou as investigações na estatal Eletronuclear. O recurso
evoca a existência de provas, pessoas, empresas e partidos, agindo em
uma mesma sistemática criminosa, nas obras da Usina Nuclear de Angra 3 e
nos esquemas de cartel e corrupção na Petrobrás.
Há uma semana, o caso sobre suposto pagamento de R$ 4,5 milhões em
propinas relacionadas a obras de Angra 3 chegou à 7.ª Vara Federal do
Rio, sob responsabilidade do juiz Marcelo Bretas. Funcionários já
deixaram de identificar o processo como uma ação da Lava Jato e passaram
a chamá-lo de Radioatividade, nome da operação deflagrada em julho que
alcançou a Eletronuclear.
Mas o grupo ligado ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot,
ainda aposta em reverter a decisão de Zavascki no Supremo. O pedido será
avaliado pela 2.ª Turma, que pode reencaminhar o processo da
Eletronuclear para a 13.ª Vara Federal, em Curitiba, berço da Lava Jato e
local de atuação do juiz Sérgio Moro, ou manter o desmembramento.
Relator da Lava Jato no Supremo – que concentra processos envolvendo
parlamentares e outras autoridades –, Zavascki decidiu que a ação da
Eletronuclear deve ser julgada no Rio, sede das obras, por ver falta de
conexão entre os casos. Com o pedido da Procuradoria-Geral, o rumo das
apurações será definido pelo colegiado formado pelos ministros Dias
Toffoli, Celso de Mello, Gilmar Mendes, Cármen Lúcia, além do próprio
Zavascki.
O processo de Angra 3 tem entre os réus o ex-presidente da
Eletronuclear Othon Luiz Pinheiro da Silva, vice-almirante aposentado da
Marinha preso em julho. Para a Lava Jato, trata-se de um passo para
investigar outras estatais em busca de provas de um suposto esquema
sistematizado de corrupção e compra de apoio político. Sem reverter o
desmembramento, a força-tarefa fica restrita aos desvios na Petrobrás. A matéria é do Estadão.
Conexões. Para a Lava Jato, um esquema único de
compra de apoio político teria nascido na Casa Civil em 2004, com o
objetivo de garantir a governabilidade e a permanência no poder. Para
isso, teriam sido distribuídos cargos em diferentes áreas do governo,
gerando uma máquina complexa e estruturada de desvios para financiar
partidos, políticos e campanhas eleitorais.
A organização criminosa descrita pela Lava Jato é dividida em quatro
núcleos: empresarial (cartel de empreiteiras), político (agentes
políticos e partidos), de agentes públicos (dirigentes das estatais e do
governo) e de operadores financeiros (doleiros, lobistas e
movimentadores de propina).
Desde o início, a Lava Jato manteve a estratégia de mirar na
estrutura intermediária do esquema, os operadores de propina e lavadores
de dinheiro, para daí atingir corruptos e corruptores. Nessa frente,
pelo menos quatro deles teriam atuado nos desvios de Angra 3 e também
são réus ou investigados nos esquema na Petrobrás: o doleiro suíço
Bernard Freiburghaus, os lobistas Jorge Luz e Bruno Luz e o
ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, preso desde março em Curitiba.
Todos negam em juízo as irregularidades.
Dentro do núcleo empresarial, a Lava Jato pareou pelo menos cinco
empreiteiras nos dois casos: Camargo Corrêa, Engevix, Andrade Gutierrez,
Odebrecht, Queiroz Galvão e UTC.
Na ponta dos beneficiários, PT e PMDB figuram como destino final de
recursos desviados nos dois esquemas. Os partidos negam irregularidades.
3 comentários
PARABENS, O PT NAO MANDA NO PAIS...TACA- LE PAU MINISTERIO PUBLICO E JUIZ MORO, LULA QUER IMPEDIR A INVESTIGAÇAO E AS PRISOES DELE E D SUA TURMA
ReplyIsso ta cheirando jogo de cena
ReplyAinda bem,fora pt ,parabéns juiz moro,MP,avante....eletrolao,fundos de pensão BNDES,correios,mensalão,zelotes,empréstimos ilegais a vários países,petrolao,pois,é pt partido traira
Reply