Dilma e sua turma não usam hotel no Chile e não cancelam a reserva. Conta do desleixo será paga por todos os brasileiros.

Suíte presidencial para Dilma: ela não usa, sua turma não cancela e a conta vai para o povo.

O Itamaraty reservou por quatro dias uma suíte presidencial e, em parte desse período, cerca de 30 apartamentos no hotel Ritz Carlton, de Santiago para a comitiva de Dilma Rousseff, que esteve no país para a posse da presidente Michelle Bachelet. Todos ficaram vazios, mas o governo teve de arcar com os custos da acomodação.

O prejuízo não foi informado pelo Itamaraty. Tomando por base os preços do site do hotel, o custo seria de R$ 124.604 --no entanto, descontos em reservas para grandes comitivas são comuns. Os quartos ficaram bloqueados, à espera da presidente e de sua comitiva, entre os dias 9 e 12. A informação foi confirmada à Folha por Mercedes Troncoso, funcionária do hotel destacada para acompanhar "o grupo do Brasil". Segundo ela, no dia 9 estavam reservadas a suíte presidencial e mais dois apartamentos no hotel (totalizando R$ 14.008, com base nos valores informados no site).

No dia 10, a mesma suíte e outros oito quartos (custo de R$ 20.644). E, nos dias 11 e 12, a mesma suíte e outros cerca de 30 apartamentos (R$ 44.976 por dia). As diárias em apartamento custam entre US$ 469 (R$ 1.106) e US$ 619 (R$ 1.460), segundo a página do Ritz. Na suíte presidencial, a diária é de US$ 5.000 (R$ 11.796).

Numa segunda conversa com a Folha, por telefone, Troncoso disse que precisaria checar detalhes com a embaixada do Brasil pois poderia estar enganada em relação a algumas das informações fornecidas. Dilma e sua equipe não apareceram no Ritz porque acabaram se hospedando no hotel Sheraton Miramar, em Viña del Mar. A cidade é vizinha de Valparaíso, sede do Congresso chileno e local da posse de Bachelet. A chancelaria brasileira confirma que reservas foram feitas e que a suíte e os quartos não foram usados. Disse não poder informar o número exato de apartamentos porque não dispunha, até ontem, dessa informação.

Segundo o Itamaraty, as reservas no Ritz foram necessárias porque inicialmente foi agendada uma reunião bilateral entre Dilma e Bachelet para a manhã de ontem, em Santiago. O encontro acabou sendo antecipado para anteontem, em Viña del Mar. Por isso, diz o Itamaraty, "efetuou-se o cancelamento imediato de reservas anteriormente previstas para o Hotel Ritz Carlton de Santiago". As diárias, no entanto, têm que ser pagas. (Folha de São Paulo)