O ministro do Supremo Tribunal Federal José Antônio Dias Toffoli já
chegou a escrever em um documento entregue à Justiça Eleitoral que o
esquema do mensalão "jamais" foi comprovado. A afirmação está em duas representações encaminhadas ao Tribunal
Superior Eleitoral (TSE) em setembro de 2006, quando advogava na
campanha pela reeleição do então presidente Lula. As representações, ambas contra o PSDB, foram apresentadas seis meses
depois de a Procuradoria-Geral da República ter oferecido a denúncia que
hoje serve de alicerce para o processo no STF.
À época, a CPI instalada no Congresso para apurar o escândalo também já tinha se encerrado.No pedido ao TSE, Toffoli reivindicava direito de resposta contra
propagandas do PSDB que associavam o mensalão à afirmação de Lula de que
se orgulhava de ser petista. Na peça, coassinada pela atual namorada do ministro, Roberta Rangel,
Toffoli argumenta que o adversário, "através de engenhosa associação de
imagens", queria confrontar Lula "com acusações que jamais ficaram
comprovadas, tais como o chamado mensalão". Numa outra representação, de 2 de setembro, Toffoli afirma que, apesar
dos esforços da oposição para provar o contrário, o governo Lula "foi o
que mais combateu a corrupção no país".
As provas ainda hoje usadas pela Procuradoria para demonstrar a
existência dos pagamentos das empresas do réu Marcos Valério a
congressistas foram apresentadas pelo empresário em agosto de 2005, um
ano antes da representação de Toffoli ao TSE. Essas provas são citadas dez vezes pela Procuradoria em 2011, nas alegações finais do processo que agora será julgado pelo STF. Toffoli não respondeu às perguntas enviadas ontem para a sua assessoria.
Em 2006, o ministro fez ao menos dez representações ao TSE para barrar a
exploração do mensalão na campanha, além de pedidos de direito de
resposta na imprensa. O material incluiu ainda peça assinada por sua atual namorada, que
afirma que nunca houve "comprovação da existência do mensalão" e que a
participação do então ministro José Dirceu também não estava "cabalmente
demonstrada". Dirceu foi chefe de Toffoli entre 2003 e 2005, quando o hoje ministro do STF era o subchefe de Assuntos Jurídicos da Casa Civil.
A participação de Toffoli no julgamento tem sido questionada devido à
sua ligação anterior com o PT e ao fato de sua atual namorada ter
defendido réus no processo. A lei diz, entre outros pontos, que um juiz pode sofrer impedimento se o cônjuge tiver atuado no caso. Nos últimos dias, porém, interlocutores disseram ter ouvido do ministro que ele estaria decidido a participar do julgamento.(Folha de São Paulo)
2 comentários
Petistas, alem de caras de pau, estão destruindo todas as leis, não contentes em roubar, desviar, sequestrar, matar, etc., agora estão destruindo a Justiça Brasileira.
ReplyNão adianta pedir, o zé toffoli foi nomeado para desmoralizar a justiça, e com certeza ele ira fazer.
Se ele não tem ética, que se use contra ele a destituição, que como dizem, seria ferir a ética.
Vamos PGR, faça sua parte, peça o afastamento desse pulha.
Será que está recebendo alguma chantagem para não sair e votar com o partido? Lembram daquele caso da filha do pastor que vazou na imprensa e depois foi abafado?
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