Documento colhido em buscas feitas na casa do assessor do senador
Delcídio Amaral (PT-MS), Diogo Ferreira, cita pagamento de R$ 45 milhões
ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) para aprovar emenda em
medida provisória que beneficiaria o BTG Pactual, de André Esteves. O
banqueiro, assim como Delcídio, foi preso na última quarta-feira, 25.
“Em troca de uma emenda a medida provisória número 608, o BTG
Pactual, proprietário da massa falida do banco Bamerindus, o qual estava
interessado em utilizar os créditos fiscais de tal massa, pagou ao
deputado federal Eduardo Cunha a quantia de R$ 45 milhões de reais”, diz
o texto.
Ainda segundo o escrito no documento: “Pelo BTG participaram da
operação Carlos Fonseca, em conjunto com Milthon Lyra. Esse valor também
possuía como destinatário outros parlamentares do PMDB. Depois que tudo
deu certo, Milton Lyra fez um jantar pra festejar. No encontro tínhamos
as seguintes pessoas: Eduardo Cunha, Milton Lira, Ricardo Fonseca e
André Esteves”.
O texto aparece no verso de um documento que seria o roteiro de uma
das reuniões em que o senador Delcídio Amaral tentou comprar o silêncio
do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró. No encontro, o senador teria
dito que conversaria com ministros do Supremo Tribunal Federal (STF)
para viabilizar um habeas corpus para Cerveró e evitar um acordo de
delação premiada.
O documento consta no material enviado pela PGR ao Supremo para pedir
a conversão da prisão temporária de Esteves em prisão preventiva. Procurado, o presidente da Câmara desmentiu o bilhete. “É um absurdo.
Não conheço esse assessor e tem de perguntar a ele isso, não a mim. Eu
desminto com veemência”, afirmou Cunha. Uma das filhas de Cunha, Camilla
Dytz da Cunha, diz em redes sociais ser advogada do BTG Pactual desde
janeiro de 2014.
COM A PALAVRA, O BTG
Nota à imprensa
O BTG Pactual nega veementemente a realização de qualquer tipo de pagamento para suposto benefício referente a Medida Provisória n. 608, de 1º de março de 2013. O BTG Pactual informa que está à disposição das autoridades para prestar todos os esclarecimentos necessários.
Roteiro de esclarecimento sobre a MP 608/13
1 – A Medida Provisória 608/13, no âmbito das novas regras de
Basiléia 3, que visaram aperfeiçoar a capacidade das instituições
financeiras de absorverem choques na economia diminuindo riscos dos
depositantes e severidade de crises bancárias, dispõe basicamente sobre
os pontos abaixo:
a) Crédito presumido apurado com base em créditos decorrentes de diferenças temporais;
b) Títulos de crédito e instrumentos emitidos por instituições
financeiras para a composição do seu patrimônio de referência para o
cômputo dos índices de Basiléia.
2 – Note-se que com referência ao item 1A, o artigo 17º da MP
determina que ele só se aplica aos eventos que vierem a ocorrer a partir
de 1º de janeiro de 2014. (Portanto, não se aplica a nenhuma das
liquidações ocorridas antes dessa data).
5 comentários
Agora estão querendo (PT) aprovar uma medida provisória 695 para roubar dinheiro dos fundos de pensão (previdência privada) dos velhinhos, Se não me engano agora dia 02/12.
ReplyDeixa eu adivinhar: quem assinou a MP "não sabia de nada"!!! Ou será que rolou pixuleco pra família?! Eis a questiúncula!!!
ReplyEstranho uma anotação atrás da folha dizendo q cunha recebeu 45 milhões... Kkk bananolandia, cada uma,n duvido ter sido plantado por alguém bem feito,quem mandou engavetara o p.de impeachment ,se tivesse desengavetado poderia ainda ser perdoado pelo povo
ReplyÉ patente , cada vez mais, que todos sabiam de tudo. Legislativo, Executivo e Judiciário. Existe algum líder, alguma instituição, alguma instância da sociedade que possa, com o respaldo do povo, desatar todos esses nós?
ReplyEntre o que diz Cunha e o que o bilhete do BTG... confio mais no BTG!
ReplyPolíticos são muito piores que banqueiros!