O diabo do "contexto".

Ontem Dilma Rousseff ligou para Michel Temer. A noiva neurótica disse ao noivo nervoso que ele deveria entender o "contexto" da fala de Lula, descartando-o como solução única para ocupar a vice-presidência na sua chapa. Querido, ele estava no Maranhão, não queria magoar o Lobão. Um pouco antes, Michel Temer exigia oficialmente que a Polícia Federal abrisse o jogo de uma vez. Vocês me pegaram ou não me pegaram? Existem vídeos? Fotos? Gravações? Digam logo o que vocês têm aí!" Entendendo o tal "contexto", pode-se concluir que Michel Temer sabe que é um político corrupto, mas ainda não sabe até onde a polícia sabe. Tarso Genro, ministro da Justiça, imediatamente veio a público e avisou: Nada o que temer aqui nos meus camisas pretas! O "contexto", assim, aponta para uma polícia política a serviço de interesses eleitorais do governo Lula, o que não é nenhuma novidade. Nestes três momentos distintos, mas tão interligados, podemos concluir que no Brasil não importa se o político é corrupto. O importante é que não existam gravações, fotos e vídeos, que são os únicos elementos que obrigam o político a prestar contas ao seu eleitorado, de forma contundente. O "contexto" indica que o resto sempre se resolve. Ou, lembrando a outra fala de Lula, tão mal cheirosa, se revolve.