A má-fé de Ideli Salvatti.

O curso foi aprovado pela Secretaria-Geral da Mesa do Senado como se fosse para "desempenho de uma missão". Primeiro ato de um espetáculo de má-fé.No Diário Oficial, não é publicado o nome de Ideli Salvatti e do seu assessor. Cita apenas um representante e um servidor. Novamente, a informação completa é intencionalmente escamoteada, para não despertar suspeitas.

Por fim, a coroação do "espírito de porco", da dissimulação e da má-fé. O curso é colocado na página de Ideli Salvatti como se fosse uma "missão" em nome do Senado. É a institucionalização do interesse pessoal, que está no âmago de todos os escândalos que vêm abalando este podre Senado da República do Brasil.

O escândalo tem apenas três dias. Ideli Salvatti (PT-SC) e um assessor fizeram um curso com imersões em Sevilha, Buenos Aires e Cidade do México que, com diárias, viagens e valor do programa custou mais de R$ 70 mil aos cofres do Senado. A empresa que promove o curso é de um petista. A nora da senadora é quem fez a venda para a sogra, pois trabalha na empresa do companheiro. Como se não bastasse, a nora da senadora colocou o filho da senadora para fazer consultoria na Eletrosul, onde o pai dele é o presidente da empresa. Enfim, uma verdadeira transferência de recursos públicos para interesses pessoais: os interesses da Famiglia Salvatti. A senadora disse que está tudo legal, que o Senado aprovou, que precisa do curso para "melhorar a gestão do seu gabinete" e que levou o assessor para que ele funcionasse, posteriormente, como o que comumente é chamado de "facilitador". Acontece que não está tudo legal, não. O curso consta como uma "missão" do Senado, onde Ideli Salvatti foi como representante oficial. Ora, isto é mentira. É assim que consta na página oficial da senadora, no site do Senado. É assim que foi aprovado o requerimento. É assim que foi publicado no Diário Oficial. A senadora deveria, no mínimo, devolver o dinheiro utilizado em proveito próprio. Uma grande mentira foi plantada intencionalmente para que a safadeza passasse despercebida. Desde quando fazer um curso no exterior é uma missão oficial do Senado? Com a palavra, os senadores da República. Ou nao é missão dos senadores zelar pela boa aplicação dos recursos públicos?

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Ideli Salvatti reproduz o típico comportamento petista. O episódio do curso traz em si a própria definição de má-fé: mentir a si mesmo. Sartre já apresentava a má-fé como tendo a mesma estrutura da mentira, apenas sem a dualidade entre enganador e enganado. Quem mente e quem recebe a mentira são a mesma pessoa. É o caso da senadora petista Ideli Salvatti.