Oposição inerte: já vimos este filme.

Cena do filme que os produtores dizem que não é político, pois vai só até 1980.

A oposição, que costuma acordar tarde, já deveria ter entrado com uma ação contra o filme "Lula, um filho do Brasil" , que será lançado justamente em 2010, ano eleitoral. A Constituição Federal, no seu artigo 37, consagra o princípio da impessoalidade e a Lei 6.454/77 proíbe a atribuição de nome de pessoa viva a bem público. Claro que os crápulas não seriam tão ingênuos e a legislação não se aplica diretamente ao caso. Da mesma forma a legislação eleitoral não prevê nenhum tipo de punição, tendo em vista que Lula não é candidato e não há empresas públicas financiando o projeto. As cotas estão sendo vendidas a empresas como publicidade, sem as benesses da legislação de apoio à Cultura, empresas estas que dependem diretamente da boa vontade do governo. Exemplos: Nestlé, que depende das autoridades da Saúde para liberar alimentos; Oi, que é uma concessão pública recentemente beneficiada com uma mudança na lei que lhe permitiu comprar a BRT; Camargo Corrêa, que está envolvida neste momento em esquema de propinas a políticos, além da OAS e da Odebrecht; EBX, empresa de Eike Batista; e muitas outras que estão pingando milhões na produção. Mesmo sem infringir diretamente a lei, é óbvio que o filme tem como objetivo homenagear um presidente ainda no exercício da sua função, quebrando o princípio da impessoalidade previsto na Constituição Federal. A oposição, que costuma assistir filmes de desenhos animados enquanto Lula deita e rola, não deveria tentar probir o filme. Deveria fazer algo mais simples: apenas solicitar à Justiça que o mesmo seja exibido a partir de 01 de janeiro de 2011, quando o presidente deixará o cargo e poderá, inclusive, participar livremente da divulgação do mesmo, sem as amarras da legislação eleitoral. O STF, com certeza, analisaria um pedido tão singelo.