Lula desanca a imprensa na Piauí(4)

Jornalista: Já tem tido retaliação nisso? O senhor negar um pedido ou o governo negar um pedido e um órgão de imprensa (inaudível) mais contra o senhor?

Presidente: Não, porque a análise é eminentemente técnica. Alguém, para pegar dinheiro no BNDES, tem que apresentar um projeto que tenha, eu diria, os fundamentos técnicos corretos e por conta disso, o dinheiro é emprestado. Qualquer empresário de empresa de comunicação que entrar com um pedido de empréstimo, ele vai ser analisado – pode ficar certo – como qualquer outro. O que há, na verdade, é um preconceito da própria imprensa contra a questão da relação dos meios de comunicação com o governo ou com os bancos públicos. Vem um agricultor de qualquer parte do Brasil, vai ao Banco do Brasil e pega dinheiro emprestado. Isso vale para o dono da Record, o dono da Globo, o dono do SBT, o dono da Bandeirantes, o dono da rádio “fulano de tal”. Se ele tiver um projeto que seja convincente e aquele projeto seja exeqüível – aquele projeto vai gerar mais empregos, vai gerar mais distribuição de renda – o BNDES ou o Banco do Brasil deve tratar como se fosse um empréstimo comum. O empresário não precisa ficar receoso, porque eu duvido que tenha um governo capaz de querer emprestar dinheiro e pedir contrapartida. Ele seria execrado por todos os outros que não pediram empréstimo. Então, a forma mais segura para os donos dos meios de comunicação é agir com naturalidade, e eu acho que é assim que nós agimos, é assim que age o BNDES. Eu não sei se foi a Record que queria construir um novo cenário para novela, eu me lembro da grande discussão que houve quando a Globo construiu o seu...

Jornalista: Jacarepaguá, né?

Presidente: Eu sempre achei aquilo com muita normalidade. Amanhã, se a revista Piauí quiser fazer uma sede nova, uma gráfica nova e for ao BNDES apresentar um projeto e disser “nós vamos fazer uma gráfica, estão aqui 60 milhões de não sei das quantas, está aqui a garantia, o projeto é exeqüível”, eu acho que o BNDES tratará sem se importar com o nome.

Jornalista: O senhor se magoou muito alguma vez com a imprensa? Eu vou lembrar alguns casos. Primeiro, o caso do seu filho. Ainda na campanha, quando o Paulo Henrique Amorim, na Bandeirantes, o apartamento, não sei o quê, aquilo deixou o senhor muito... O senhor entrou com um processo.

Presidente: Deixe-me falar uma coisa. Eu não conheço nenhum cidadão que tenha sangue de barata, a ponto de não ficar ofendido quando você vê um amigo seu, um parente seu ou um companheiro sendo agredido por coisas que são inverdades. A única coisa que eu lamento profundamente é que quando acontece a publicação de uma mentira, quando vem à tona que aquilo era mentira, não seja publicado do mesmo tamanho o desmentido. Ou seja, parece que não há pedido de desculpas nos meios de comunicação no Brasil quando erram. Esse é um defeito que eu tenho dito publicamente: você tem direito de fazer acusações, você tem direito de manchar o nome de uma pessoa, mas você tem direito de pedir desculpas porque ninguém pode ser incriminado antes de ser julgado. O bom da democracia é que você tem um processo de denúncia, um processo de investigação, um processo de julgamento, condenação ou absolvição. Quando você é condenado, você já foi condenado previamente. Quando você é absolvido, isso não aparece. Você precisa ficar o tempo inteiro...

Jornalista: O senhor acha que na imprensa ocorre muito isso?

Presidente: Eu acho que é uma cultura mundial nos meios de comunicação do mundo inteiro. Há uma predisposição, possivelmente do ponto de vista mercadológico, do ponto de vista... Talvez a notícia ruim tenha mais charme para vender um jornal do que uma notícia boa. Uma notícia boa, normalmente é tida como se fosse chapa branca. Se a revista Piauí fizer matérias falando bem do governo, ela vai fazer uma... Bom, fez uma. Se fizer a segunda... Mas se fizer a terceira, pronto: criou o estigma de chapa branca, e aí é melhor ser neutro. Muitas vezes, na neutralidade, você passa a ser contra...

Jornalista: O senhor, por exemplo, no caso do seu filho quando houve... A Veja falou que havia ligações, não sei o quê... Isso deixa o senhor...

Presidente: Deixa, porque foi uma mentira absurda e que somente o processo vai mostrar o que aconteceu de fato. Somente um processo. Essa coisa, não adianta você ficar, também, brigando, dando murro em ponta de faca, porque essa coisa, você tem que entrar na Justiça, deixar que o processo ande... Qual é a principal condenação que eu acho que tem que ter? A Justiça normalmente obriga que a empresa que fez a matéria publique a sentença no mesmo espaço e com o mesmo tamanho de letra que foi publicada a denúncia.

Jornalista: Mas não funciona.

Presidente: Às vezes funciona. A Folha de São Paulo, quando eu tomei posse em 2003, foi obrigada a publicar uma sentença de um juiz, de um processo que eu abri contra a Folha. Obviamente, quem leu a denúncia, não leu a sentença, porque se passou muito tempo. Mas é uma defesa até da honra.

3 comentários

Coronel

Chega! Basta! Não leio mais! Ele è louco, doente mental, psicopata!

Porra, mentir tanto? Loucura!

Unnnngggggghhhunnngggggrrrrrr...cuip!

Reply

"A Veja falou que havia ligações, não sei o quê..."

Credo! Isso é jornalista??? "Não sei quê"? Tá com medo de falar da grana que o Lullinha recebeu da Telemar, ou é só um despreparado??? Que porcaria de entrevista...

Reply

Quanto cinismo de parte a parte.

Nome Próprio

Reply