Salve-se quem puder, é o Ministro do Planejamento!

Paulo Bernardo, ministro do Planejamento, está sendo entrevistado(para assinantes) pela Folha de São Paulo, nesta edição de domingo. Vejam algumas respostas do ministro do Planejamento do Brasil!

FOLHA - O governo voltou a adotar um tom otimista em relação à crise, mas os dados da economia real mostram que o Brasil será muito afetado. A avaliação do governo sobre a crise não está equivocada?

PAULO BERNARDO - A crise é extremamente preocupante. Não há, de fato, efeito no Brasil além do problema do crédito, que é grave. E estamos tomando medidas para destravar isso. Ainda não houve problema fora do sistema financeiro. Basta ver os números. A indústria cresce a 6,7% ao ano, segundo o último dado, de setembro. O do comércio saiu anteontem: 9,4%.

FOLHA - Mas esses são dados do retrovisor...

BERNARDO - Você tem de dizer qual é o dado do futuro, porque aí vamos entrar nas profecias...

FOLHA - Não é profecia. Há montadoras dando férias coletivas, alta na inadimplência de veículos. Há dados que já mostram efeitos negativos na economia real...

BERNARDO - Há indícios de que podemos ter problemas graves. O pior deles é não ter recursos para irrigar a produção. É a empresa não ter capital de giro, não ter como financiar sua produção para exportação, não ter recursos para vender no varejo. Agora, há indícios de que as coisas seguem funcionando.

FOLHA - O pior da crise já passou?

BERNARDO - Não. A crise financeira chegou ao pico e tende a diminuir. O problema é que a crise financeira, não no Brasil, mas na América do Norte, virou sistêmica. Uma crise em todos os setores da economia. Na Europa, fala-se em 10 mil demissões por dia. Recessão na Itália, na França, na Alemanha, no Japão. E um problema grave de ameaça de deflação
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FOLHA - Isso tudo vai afetar a economia brasileira?

BERNARDO - Não sabemos em que medida.

FOLHA - Quando será o pico da crise no Brasil? No segundo trimestre do ano que vem?

BERNARDO - Não sei. É tudo profecia.

FOLHA - Qual é a avaliação do sr.? Qual o efeito na economia real?

BERNARDO - Temos indícios de que vamos ter problemas, mas não tivemos problema até agora. Seria um absurdo falar um negócio desses.

FOLHA - Ajudar com política monetária é baixar juros?

BERNARDO - Claro.

FOLHA - Já na reunião do Banco Central em dezembro?

BERNARDO - Não vou avançar mais nisso porque não quero levar um puxão de orelha. Mas acho que está na cara que tem esse espaço.

6 comentários

Pelas respostas do Ministro acho que a entrevista foi na "tenda do pai Bernardo"!
Pois eu profetiso que o "pai Bernardo", assim como muitos de nós, também vai perder o emprego loguinho.

Faça-me o favor, Sr.Ministro.Besteiras, discurso vazio assim, até "a gente falamos".

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Coronel
O Jornal do Commércio de Recife trás uma entrevista com Marcilio Marques Moreira, na sua edição de hoje 23/11/2008.
Entre outras afirmações, por tópicos destacamos:
1)A crise não é uma crise do subprime que foi apenas o gatilho mas que revela todo um desequilíbrio da economia global;
2)A crise é resultado de uma simbiose estúpida entre EUA e China;
3)A China é o maior risco da crise porque os chineses precisam dos EUA para o seu excesso de poupança;
4) A crise ainda não foi entendida: acha-se, na retórica, que era uma crise dos países ricos e que eles é quem tinham que resolver. Mas não isso ou apenas isso: A China com US$ 2 trilhões de reservas é pobre? O seu povo pode ser, mas nesse jogo a China é muito rica;
5)As reservas do Brasil são uma proteção para crise cambial não para uma crise sistêmica como a que se está vivendo;
6) No Brasil o melhor a fazer é melhorar a economia interna. Marcilio concorda que a não somos responsáveis pela crise, mas nos beneficiamos e muito dos cinco anos de enorme prosperidade e bonança, mas não soubemos introduzir as reformas estruturais para tornar a economia mais sólida E afirma: “Um dos grandes problemas brasileiros é não se atualizar, não aprender as coisas novas nem as coisas que estão porvir. Agora, talvez mais sério, é que a gente não consiga desaprender idéias ultrapassadas”;
7) Sobre o capitalismo afirma: “Se fosse melhor uma economia planejada do que de mercado, mesmo em crise, não faltariam lanchas em Miami com o pessoal indo para Cuba, fugindo. Lá tem muita lancha....”

Talvez valesse a pena, alguém explicar porque a China está se voltando para a América do Sul....
Um abraço

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A capacidade dessa gente falar merda, é exatamente proporcional quando a de fazer merda!


Cala a boca Bernardo!

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O gozado disso tudo é que essa gente está obrigada a dizer o que manda o apedeuta.

Para nós, o apedeuta é um presidente e para seus subordinados é alguém mais sem educação, grosso e déspota do que o Fidel.

Ele fala e a corja abaixa a crista, mesmo que para cair no abismo.

Está mais do que claro que eles imaginam que tudo isso vai passar rapidinho, como num despertar de um sonho ruim.

Só que as previsões otimistas é que tais problemas no mercado mundial será no mínimo de três anos.

Como somos dependentes do mercado internacional, ninguém pode afirmar que isso passará daqui há pouco.

Se for assim, repito que já disse aqui antes que em breve teremos novamente a inflação fora de controle, já que o apedeuta se recusa a tomar medidas "conservadoras" em matéria de economia.

Por enquanto, ainda há boa arrecadação e a gastança continua vento em poupa. Vejamos quando de fato as montadoras deixarem de recolher os impostos, etc.

O imbecil chama o procedimento de conter as despesas frente à queda de ingressos de "política conservadora".

E ele que ainda está salvo por causa daqueles 200 bi que sem ele querer acumulamos. Pena que agora já se revela muito pouco para debelar a crise e podíamos ter muito mais não fossem os petralhas surrupiando os Cofres Públicos e colocando a culpa no FHC o tempo todo pelos males do Brasil.

É aquela velha história da cigarra e da formiga. O cigarrão não parou de batraquear nos últimos cinco anos e agora a vaca já está com as duas patas dentro do brejo.

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Coronel,

Interessante como um ministro de estado se permite responder com tanta "sabedoria".

"Não sabemos em que medida."

"Não sei. É tudo profecia."

"Você tem de dizer qual é o dado do futuro, porque aí vamos entrar nas profecias..."

Muito esclarecedor. Nem mesmo o cachaceiro teria tido uma performance melhor.

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Coronel:

O que ninguém está prevendo é um efeito que poderá ocorrer por aqui e que já ocorre nso EUA: grande número de desempregados recebendo seguro desemprego. Grandes empresas já estimam cortar 5% da mão de obra aqui no Brasil, o que é muito. Toda essa gente vai para o seguro desemprego, que provocará um aumento dos gastos do governo.

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