PAC companheiro.

O "pacômetro" que deveria ser alimentado pela oposição foi esquecido em algum canto da incompetência dos nossos políticos. Enquanto isso, a imprensa debruça-se sobre dados públicos e notórios, que é o que deveriam fazer os assessores de senadores, em vez de trocar afagos e dossiês com funcionários públicos corruptos. A Folha de São Paulo publica em números o que estava na cara: Lula favorece com dinheiro a rodo os municípios onde governam aliados, sem nenhum critério técnico que justifique a escolha. O PAC é político, a oposição não é. Dos 30 municípios que mais receberam dinheiro federal, 28 são da base aliada, sendo 13 do PT. Cidades aliadas receberam, em média, R$ 80 de dinheiro federal, por habitante, contra R$ 42 dos municípios da oposição. Dos 30 prefeitos mais contemplados, 21 (70%) são pré-candidatos à reeleição. Os convênios analisados pela Folha somam R$ 4,7 bilhões. Desse total, 75,4% é destinado ao caixa de prefeitos aliados e 24,5% ao da oposição. Ou R$ 3,6 bilhões aos aliados e R$ 1,1 bilhão para a oposição. Alguém acha que existe honestidade de propósitos em Lula e Dilma? Beneficiados por migalhas, os prefeitinhos pressionam os seus deputados e senadores para ficarem em silêncio. A oposição escolhe, em vez de perder um apoio de prefeito aqui ou acolá, ver os seus eleitores serem comprados pelo PAC, assim como foram comprados pela Bolsa Família.