O temor de ver o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), dar
seguimento a um pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff fez o
governo se mobilizar pelo apoio dos deputados do PT ao arquivamento do
processo contra Cunha no Conselho de Ética.
No Palácio do Planalto, a
avaliação é que não há como prever a sequência de acontecimentos caso
Cunha decida deflagrar um processo de impeachment. A palavra mais usada
por integrantes do governo para definir a atuação pró-Cunha é
“insegurança”.
A votação do relatório no Conselho de Ética, no entanto,
acabou adiada para esta quarta-feira em função dos longos debates da
sessão.Durante o dia, os ministros Jaques Wagner (Casa Civil) e Ricardo
Berzoini (Governo) atuaram para garantir a vitória do presidente da
Câmara. Os três representantes do PT no Conselho de Ética — Zé Geraldo
(PA), Valmir Prascidelli (SP) e Léo de Brito (AC) — foram pressionados a
dar os votos que faltavam para salvar Cunha.
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O
PT fez uma jogada dupla: trinta e um deputados do partido divulgaram um
abaixo-assinado pedindo que o Conselho de Ética acate a representação
contra Cunha, e o presidente da legenda, Rui Falcão, divulgou no Twitter
que o partido estava orientando os três petistas a votarem pela
admissibilidade. Mas o ato público de Falcão serviu apenas para dar uma
satisfação à militância. Nos bastidores, a sigla jogou pesado para
arrancar de seus representantes no conselho o compromisso de que
apoiariam o principal inimigo do Palácio do Planalto.
Zé Geraldo e Prascidelli reuniram-se com o líder na Câmara, Sibá
Machado (AC), que fez o discurso que o governo queria: neste momento, o
melhor seria garantir a governabilidade para evitar uma crise política e
econômica ainda maior. Léo de Brito não participou. Quando a sessão do
conselho começou, os três fizeram várias reuniões no plenário onde
ocorriam as discussões. De vez em quando, Prascidelli ou Zé Geraldo
conversavam com Hugo Motta (PMDB-PB), um dos escudeiros de Cunha que,
mesmo sem ser membro do conselho, participou ativamente das manobras
para salvar o presidente da Câmara.
Apesar
de negociar nos bastidores, o Planalto oficialmente nega que esteja
atuando em favor de Cunha. Um assessor palaciano, no entanto, reconhece
que o Planalto deixa claro aos petistas que para Dilma é interessante
que não seja aberto um processo de cassação contra o deputado: — A instabilidade política é a mãe de todas as crises. É ela que
paralisa a economia e trava a atividade dos empresários, que, por
incerteza sobre o futuro político do país, não arrisca, não investe e
deixa de fazer negócios.
Zé Geraldo (PT-PA) foi mais explícito:— Diria que o governo está sendo chantageado (por Eduardo Cunha). O
PT não, porque ninguém chantageia. O Cunha tem uma metralhadora nas
mãos, todo mundo sabe que ele e o grupo dele trabalham com essa arma. E o
PSDB está só esperando (a abertura do impeachment). Não confiamos no
Cunha. Quer coisa mais desastrosa que discutirmos agora uma pauta de
impeachment? — questionou o parlamentar, voltando a dizer que os três
petistas do Conselho estão “com a faca no pescoço”. Matéria de O Globo.
Zé Geraldo afirmou após a sessão que ainda trabalhava para unificar
os três votos petistas, mas admitia que havia resistência por parte dos
correligionários:— PT é PT, governo é governo. Nós somos PT e governo, essa é a crise.
E se acontecer de ele (Cunha) iniciar (o processo de impeachment) e
sermos culpados por causa dos nossos votos?
Os outros petistas do conselho, Léo de Brito e Valmir Prascidelli,
evitaram se posicionar em relação ao relatório de Pinato. Léo de Brito,
no entanto, sinalizou que pode ficar contra o relatório que pede a
investigação de Cunha, alegando que há um “fato novo a ser considerado” —
o voto em separado apresentado pelo deputado Wellington Roberto
(PR-PB), que defende uma punição branda de “censura escrita”.
Prascidelli disse que é preciso cautela para analisar a questão.
Sobre a manifestação do presidente do PT numa rede social, Léo de Brito alfinetou:
— Se o Rui acha que devemos votar assim, ele que nos oriente.
Manifestação pela imprensa não representa posição oficial. Ele nunca nos
chamou para conversar.
Já Prascidelli disse que a manifestação de Falcão é legítima, mas que
não houve decisão do PT. Segundo petistas, Prascidelli ainda está muito
reticente em votar pelo arquivamento das investigações. Léo de Brito
também resiste, mas estaria mais aberto às ponderações sobre o risco da
abertura do processo de impeachment contra Dilma.
4 comentários
Poucos homens no mundo aproveitaram as chances que o momento lhes ofereceram para passar para a historia;
ReplyO Cunha,a Dilma e o PT estão jogando com o Brasil e isso é perigoso.Chegará o momento em que o povo enfurecido pode sair dos limites do racional.E, aí,salve-se quem puder.
ReplySeja qual for a solução encontrada pelas otoridades desses poderes, uma coisa ninguém nega: O Brasil não ganha, ao contrário, a coisa só vai piorar, com a continuidade de eduardo cunha presidindo a câmara e dilma presidindo o país! Estamos f...???
ReplyJÁ VIVEMOS UM REGIME CUBANO-VENEZUELANO.
ReplyA JUSTIÇA-STF E O LEGISLATIVO, CÂMARA DE DEPUTADOS E SENADO JÁ ESTÃO NAS MÃOS DE FIDEL CASTRO E MADURO.
O BRASIL NÃO TEM "PRESIDENTA". SÓ UMA "DEMENTA" A MANDO DOS COMUNISTA.
ESTE POVO VAI PASSAR MUITA FOME E, TALVEZ UMA GUERRA CIVIL DECLARADA.
PORQUE A GUERRA CIVIL NÃO DECLARADA JÁ ESTÁ ACONTECENDO.
MORRE MAIS GENTE NO BRASIL ASSASSINADA DO QUE NA SÍRIA.
ESTE É O COMUNISMO PT-PMDB.