A economia brasileira encolheu 1,7% entre julho e setembro,
na terceira queda consecutiva ante o trimestre anterior. É a recessão
mais longa desde a década de 1990, quando o Produto Interno Bruto (PIB)
caiu por quarto trimestres seguidos. A queda também configura o pior
resultado para um terceiro trimestre desde o início da série história do
IBGE, em 1996.
Em relação ao mesmo período do ano passado, o recuo foi ainda
maior: 4,5%. Em ambas as comparações, as quedas dos indicadores foram
generalizadas, sinalizando que a recessão econômica se aprofundou no
País.
Além disso, os números do primeiro e do segundo trimestres
foram revisados ainda mais para baixo. De janeiro a março, a queda ante o
mesmo período de 2014 era de 1,6% e passou para 2%. Já de abril a
junho, o recuo havia sido de 2,6%, na mesma base de comparação, e agora
foi calculado em 3%.
Os investimentos, chamados de Formação Bruta de Capital Fixo,
tiveram o nono trimestre consecutivo de recuo ante o período anterior
(-4%) e despencaram 15% na comparação com 2014 - a maior queda da série.
"Isso é muito. A queda vem acelerando, em parte pelo impacto
da Lava Jato, com várias empreiteiras paralisadas, e também em função da
redução dos investimentos da Petrobrás", comenta a economista-chefe da
Rosenberg Associados, Thais Zara.
Segundo o IBGE, o recuo é justificado, principalmente, pela
queda das importações e da produção interna de bens de capital, além do
desempenho negativo da construção civil. As importações encolheram 20%
entre e julho e setembro ante 2014, também a maior queda da série
histórica.
Já a atividade de serviços, que tem um grande peso no cálculo
do PIB, caiu 1% ante o segundo trimestre e 2,9% em relação ao mesmo
período do ano anterior.
Apesar do câmbio mais favorável, a indústria também encolheu:
1,3% ante o período anterior e 6,7% em relação a 2014. A agropecuária,
que era a esperança de um desempenho melhor entre julho e setembro,
também recuou: 2,4% e 2%, nas mesmas bases de comparação.
A queda da agropecuária veio maior do que o esperado pela
Tendências. A economista da consultoria, Amaryllis Romano, comentou que
as culturas de algodão, café e cana-de-açúcar foram as principais
responsáveis pelo recuo. Apesar da queda, Amaryllis avalia que o setor
tende a fechar 2015 no positivo. "Para o ano, o resultado está adequado.
Neste último trimestre, temos de contar muito com a pecuária", afirmou.
Consumo em queda. Influenciado pela
deterioração dos indicadores de inflação, juros, crédito, emprego e
renda, o consumo das famílias recuou pelo terceiro trimestre seguido em
ambas as comparações. Ante o trimestre anterior, a queda foi de 1,5%. Já
na comparação com 2014, -4,5%.
Para Thais, da Rosenberg Associados, a principal mensagem
desse dado é que ele se traduzirá em impacto no mercado de trabalho, que
ainda não teve uma resposta tão forte como seria de se esperar com os
números ruins da atividade econômica. "A população ocupada ainda não
caiu tanto e os salários reais também não. Agora esse impacto deve ser
sentido. Devemos superar 10% de desemprego", explica.
O consumo do governo foi o único item que apresentou alta ante
o trimestre anterior: 0,3%. Na comparação com 2014, no entanto, houve
queda de 0,4%.
2 comentários
Dilma Renan e cunha não tem condições de continuar nem votar nada
ReplyImpeachment
Para ser preciso o tombo foi de -1,71%, no 3T, o número que é a marca da organização criminosa no poder.
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