Em abril do ano passado, um funcionário de carreira da Petrobras, com
trinta anos de casa, procurou a Polícia Federal oferecendo-se para
ajudar nas investigações do petrolão, o maior esquema de corrupção da
história do Brasil. Ele narrou seis casos que classificou de "má gestão
proposital" - ou seja, negócios feitos com a intenção de produzir
propinas. A matéria é da Veja.
A maior parte das quatro horas de depoimento espontâneo foi
dedicada à atuação de Nestor Cerveró à frente da diretoria internacional
da empresa. A decisão de explorar petróleo em Angola, contou o
funcionário, foi planejada para dar "prejuízo intencional". E deu.
Segundo ele, foram 700 milhões de dólares jogados para o alto, com
sobras para os corruptos.
O depoente voluntário recomendou aos procuradores que rastreassem os
sinais da entrada no Brasil de dinheiro originário do exterior. À
informação do colaborador, cujo nome as autoridades preservam, faltavam
evidências sólidas. Em abril de 2014, a Lava-Jato era ainda uma operação
restrita à ação de doleiros.
Um ano e meio depois, o próprio Nestor
Cerveró, quem diria, um dos engenheiros da "má gestão proposital",
aparece como a melhor oportunidade de confirmar as ousadas operações de
"prejuízo intencional" com o objetivo de obter propinas para os
diretores corruptos da Petrobras e seus padrinhos políticos. São
histórias que invertem o ditado segundo o qual "a ocasião faz o ladrão".
No maior escândalo de corrupção da história brasileira, o ladrão
cuidava de providenciar a ocasião.
Preso desde janeiro sob a acusação de embolsar dinheiro sujo do
petrolão, Cerveró já foi sentenciado duas vezes pelo juiz Sergio Moro.
Numa delas, a cinco anos de reclusão, por comprar um apartamento com
recursos desviados da estatal. Na outra, a doze anos e três meses de
prisão, por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. A perspectiva de
uma longa temporada atrás das grades reavivou a memória do ex-diretor,
apadrinhado por caciques do PT e do PMDB.
Cerveró negocia agora um
acordo de delação premiada, na tentativa de reduzir a sua pena. As
histórias narradas por ele ao Ministério Público já preenchem pelo menos
25 anexos e encerram uma lógica comum: a Diretoria Internacional da
Petrobras foi usada de forma sistemática com o objetivo de levantar
recursos para campanhas eleitorais - com destaque para a campanha de
Lula à reeleição, em 2006.
Naquele ano, segundo Cerveró, a Petrobras
pagou 300 milhões de dólares ao governo de Luanda pelo direito de
explorar um campo petrolífero em águas profundas nas costas de Angola.
Cerveró disse ter ouvido de Manuel Domingos Vicente - então presidente
do Conselho de Administração da Sonangol, a estatal angolana do petróleo
- que até 50 milhões de reais oriundos de propinas produzidas pelo
negócio foram mandados de volta para o Brasil com o objetivo de irrigar
os cofres da campanha de Lula. Cerveró fez registrar em um dos anexos:
"Manoel Vicente foi explícito em afirmar que desses US$ 300 milhões
pagos pela Petrobras à Sonangol retornaram ao Brasil como propina para
financiamento da campanha presidencial do PT valores entre R$ 40 milhões
e R$ 50 milhões".
Segundo Cerveró, a negociação foi conduzida por integrantes das
cúpulas dos dois governos. O delator apontou como negociador do lado
brasileiro Antonio Palocci, que ocupava o Ministério da Fazenda e era
membro do Conselho de Administração da Petrobras. Quando da assinatura
do contrato, Palocci já havia sido demitido do cargo de ministro devido
ao escândalo da quebra do sigilo bancário do caseiro Francenildo dos
Santos Costa.
A Petrobras pagou cerca de 500 milhões de dólares e gastou
mais 200 milhões de dólares para explorar quatro blocos de petróleo em
Angola. A empresa perfurou poços secos e teve gigantesco prejuízo com a
operação em Angola, mas, como explicou Cerveró, isso pouco importou,
pois o objetivo era cozinhar os números e deles arrancar propinas para
financiar a campanha presidencial de Lula.
O mesmo método teria, segundo Cerveró, sido aplicado na compra da
sucateada Refinaria de Pasadena, no Texas, Estados Unidos. O objetivo
igualmente era montar um propinoduto para a campanha à reeleição do
então presidente.
6 comentários
Eles matam a vaca para tirar o filé, deixam o resto da vaca apodrecer e deixam o povo morrer de fome, sem o leite. Ou melhor servem para o povo o capim que seria para a vaca! E o povo gostaaa!!
ReplyEles matam a vaca para tirar o filé, deixam o resto da vaca apodrecer e deixam o povo morrer de fome, sem o leite. Ou melhor servem para o povo o capim que seria para a vaca! E o povo gostaaa!!
ReplyKkkk,cadeia em lula,as provas são muitas,cade as algemas,Dilma também teve grana suja,Ricardo pessoa,chefe do clube do bilhão....disse q as campanhas de Dilma e lula tiveram ,grana suja ,propina....grana suja é diferente de doação,ele abriu a boca na mais completa delação até hoje, o pt acabou ....a delação foi sexta,duvido o jornal nacional e o fantástico mostrarem,pois o fantástico só mostra pé de chinelo
ReplyE fica a pergunta, quando será que esse canalha do Lula será preso. Mau posso esperar para assistir esse jumento ser algemado.
ReplyPerfurou poços secos???? Pois é, igualzinho a ¨história¨ do pré-sal que iria transformar os bananeiros em pessoas ricas sem precisar trabalhar e os Estados bananeiros iriam receber rios de dinheiro e ficariam iguais a California, Texas. Flórida, etc com a grana dos ¨róietês¨. E os pentacampeões, claro, acreditaram...
Replyeste ser asqueroso cachaceiro tá cego de odio, nem voz tem, 13 anos falando de fhc, este homem tá com serios problemas ... kkkkk, odio e inveja matam, ele deve até sonhar com fhc
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