(Globo) Sem saber ao certo como será o financiamento das candidaturas de
prefeitos e vereadores em 2016, presidentes e tesoureiros de partidos
ainda buscam uma alternativa depois que o Supremo Tribunal Federal (STF)
proibiu doações de empresas privadas. Lideranças ouvidas pelo GLOBO
especulam que candidatos mais ricos, com capacidade de se autofinanciar,
os que estão no poder e têm a máquina partidária e os ligados a
sindicatos com muitos filiados devem sair ganhando. Alguns partidos
ainda apostam que a aprovação da emenda constitucional que permite o
financiamento de empresas, já votada pela Câmara, poderá resolver o
problema.
Os partidos políticos ainda estão atônitos com a decisão do STF de
proibir a doação de empresas a partidos e candidatos. O líder do PMDB no
Senado e tesoureiro nacional da sigla, Eunício Oliveira (CE), disse que
a decisão deveria ter sido complementada com outras medidas. Para o
líder do PMDB, para ter efeito, a regra deveria ser acompanhado do fim
da reeleição e desincompatibilização de quem está no cargo seis meses
antes do pleito.
— Do jeito que está, só vai beneficiar quem está no poder, quem tem a
máquina. Acredito ainda que desaparece a arrecadação dos partidos,
porque no Brasil não há tradição de doações de pessoa física (em grande
volume) — disse Eunício.
O presidente do PSD, Guilherme Campos, diz que não há como responder
como será o financiamento das campanhas de prefeitos e vereadores. Para
ele, o Congresso terá que encontrar uma solução. Campos afirma que por
conta das denúncias da Lava-Jato, as doações de empresas ao fundo
partidário “secaram”.
— As empresas já estavam com receio de doar porque ficou a chancela
de que onde tem doação, tem outros interesses. Quem é candidato, está
preocupado. A decisão privilegia os candidatos ricos, os ligados a
sindicatos — disse Campos.
Ex-presidente do PSDB de Minas, o deputado Marcus Pestana, um dos
principais articuladores da reforma política na Câmara, considera que os
partidos terão que se adaptar, fazendo campanhas mais modestas, e
usando o fundo partidário, como já acontece com alguns partidos. — Quem tiver condição de se autofinanciar, o candidato rico, vai se
impor politicamente. Empresários poderão doar como pessoa física, o que
pode ajudar a situação de candidatos de municípios mais ricos. Acho
também que dará margem para cobrar pedágio dos que ocupam cargos de
confiança — disse Pestana.
O presidente do DEM, senador José Agripino (RN), disse que o partido
não está preocupado porque será uma regra igual para todos. Mas antevê
muito debate jurídico e político sobre o tema. Ele ainda ironizou o PT,
afirmando que isso deve ajudar candidatos ligados a sindicatos e
organizações. —Não estamos aflitos ou perdendo o sono. Isso vai valer para todo
mundo. Mas o PT, que é o partido que quer o financiamento público, por
conta de suas ligações com ONGs e sindicatos, onde tem base capilar,
deve estar mais na torcida para que essas regras sejam permanentes.
Vemos com preocupação a possibilidade do ressurgimento do caixa dois nas
campanhas — disse Agripino.
Favorável à decisão, o vice-presidente do Senado, Jorge Viana
(PT-AC), disse que ela modifica radicalmente a forma de fazer campanha: — A regra do Supremo é claríssima e muda radicalmente todo o processo
eleitoral que se tem hoje. Todos terão que buscar baratear as
campanhas.
O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), disse
ontem, no Rio, que, se mantida a decisão, o perfil do Congresso mudará
radicalmente em desfavor dos interesses do Brasil. Para Cunha, o
Congresso será composto exclusivamente “por representantes de
sindicatos, de corporações e da máquina” pública, setores que, segundo
ele, têm maior facilidade de conseguir financiamento eleitoral junto a
pessoas físicas.
11 comentários
Era só o que faltava: além do caixa dois abarrotado, querem que a gente pague para os corruPTos nos roubarem!
ReplyMuito simples, basta que os candidatos a prefeito e a vereador pressionem desde já os Deputados para que arrumem recursos para as campanhas. Comecem a enviar pedidos e consultas sobre o apoio e financiamento para as eleições municipais. Os Deputados e senadores, maiores interessados em eleger um maior numero de correlegionários saberão aprovar a PEC que autoriza o financiamento privado das campanhas.
ReplyCoronel, afora o fato de que a proibição de doação empresarial é verdadeira aberração, precisamos acabar com a praga do imposto sindical. Este vem provocando boa parte do caos ora instalado em nosso país, sorrateiramente, silenciosamente. Abaixo a Contribuição Sindical, já!
ReplyIsso vai ter que ser rediscutido. O supremo teria que ter levado em consideração diversos aspectos da questão. E podemos ter congressos e assembleias com muitos empresários e muitos sindicalistas. O candidato classe média praticamente já era.
ReplyFim do Fundo Partidário!
ReplyNão ao financiamento público!
Limites de despesas de campanha!
Voto distrital!
Se a religião se sustenta apenas com doações dos fiéis, por que a política, "um sacerdócio" para muitos, não vive somente das doações dos simpatizantes?
E mais: doações registradas no IRPF e o TSE para conferir doações declaradas com a renda do cidadão e as despesas da campanha.
Se quiserem, podem fazer. Se não resolvem é porque são cúmplices!
Fim do Fundo Partidário!
ReplyNão ao financiamento público!
Limites de despesas de campanha!
Voto distrital!
Se a religião se sustenta apenas com doações dos fiéis, por que a política, "um sacerdócio" para muitos, não vive somente das doações dos simpatizantes?
E mais: doações registradas no IRPF e o TSE para conferir doações declaradas com a renda do cidadão e as despesas da campanha.
Se quiserem, podem fazer. Se não resolvem é porque são cúmplices!
Cel
ReplyE o consequente voto em lista fechada para deputados e senadores. Se essa temeridade prosseguir, me recusarei a votar em lista fechada e acho que todos os brasileiros descentes deveriam fazer o mesmo. Já pensou votar sem saber em quem? Não dá.
Esther
Não escrevam mais "reforma" quando se referem as mudanças que promovem no âmbito do Legislativo, no que diz respeito a política. Para ser uma REFORMA GRAÚDA, deve-se primeiro extinguir a Lei Eleitoral. Existe apenas para garantir privilégios aos políticos. E para que se fortaleça como REFORMA GRAÚDA, que se aprove o ESTATUTO DO ELEITOR, ente que está totalmente dissociado do processo, pois os políticos só necessitam dele de 4 em 4 anos. E já adianto: O eleitor terá direito, raso, reto, grosso e profundo de, individualmente, solicitar a Justiça, punição ao candidato que promover denunciação caluniosa contra outro candidato, pois fica nítida a certeza de que o mentiroso está tentando tirar proveito da própria torpeza, malícia. Como também terá direito individual, de requerer punição àquele que promete e não cumpre. A eleição é celebração de um contrato, com desvantagem para o eleitor, que faz a tradição da coisa a priori, não tendo mais como recuperar seu "bem", já o político tem a vantagem promover a sua tradição a posteriori, o que não acontece. Para começo de conversa, é isto aí.
ReplySe a religiao e' sustentada por fieis, a seita PT sera' uma Universal; fazem ate 'vaquinhas' pra tirar bandidos da cadeia.
ReplyA Constituição prevê 3 poderes independentes e harmônicos. Como pode o o judiciário, particularmente o STF estar completamente envenenado pelo Tralhismo?? A SOLUÇÃO É UMA PEC PARA MUDAR O JUDICÁIRO DA 1ª instância até o STF.ELEIÇÕES DIRETAS E POPULARES PARA O JUDICIÁRIO!
ReplyApoiado, em número, gênero e grau !!!
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