(O Globo) Mais do que a vitória de Eduardo Cunha, os cerca de 200
correligionários do peemedebista saborearam com champanhe e finas
iguarias em uma casa de festas do lago Sul a fragorosa derrota imposta
ao PT e ao Palácio do Planalto. O novo presidente da Câmara foi recebido
com gritos de “Brasil pra frente, Cunha presidente”. Disposto a se
fazer respeitar como o segundo na linha sucessória da Presidência, o
vitorioso sabe que nos próximos dias deverá receber acenos do ministro
chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante - visto como o chefe da
desastrada articulação contra sua candidatura - para recompor a relação.
Mas nas conversas com interlocutores foi taxativo: recebe Mercadante na
Câmara ou onde ele quiser, mas no Palácio do Planalto “só pisa” se for
para ser recebido pela presidente da República.
Os peemedebistas diziam que mesmo com 30 ministros trabalhando
incansavelmente nos últimos dias, o Planalto só conseguiu agregar mais
cerca de 40 votos aos cerca de 90 que o petista Arlindo Chinaglia já
tinha do PT, PCdoB e outros aliados quando lançou sua candidatura.
Também comentaram muito o fato de que o PT ainda não entendeu “o tamanho
da derrota”: perdeu as poderosas Comissão de Constituição e Justiça, a
de Finanças e Tributação e todos os cargos na Mesa pelos próximos dois
anos. Até mesmo os dois cargos que o partido negociou com o PR e PSD
para postos secundários na Mesa perderam no voto para candidatos avulsos
apoiados por Cunha.
— Eu não impus essa derrota ao PT. Eles é que se derrotaram — disse Eduardo Cunha.
Os aliados de Cunha diziam que Dilma já sabia que a derrota seria
“humilhante”, no primeiro turno, desde cedo. A articulação de Mercadante
para manter o PV no bloco de Júlio Delgado (PSB-MG), e levar a disputa
para o segundo turno, também não passou despercebida e entrou na “conta”
de Cunha. Na contabilidade do novo presidente, a vitória seria ainda
maior se o presidente do PSDB, Aécio Neves (MG), não tivesse enquadrado
os tucanos da Câmara.
— No inicio da semana eu tinha 40 votos no PSDB. Mas o Aécio
enquadrou direito. Perdi uns 30 votos, mas ainda tive uns 10 no PSDB. O
Aécio achava que iria me apoiar no segundo turno e seria vitorioso, mas
não chegou lá — disse Cunha.
Na avaliação dos peemedebistas, qualquer que fosse o candidato do
Planalto, a derrota aconteceria do mesmo jeito, porque “a grife PT não
está muito vendável no mercado”. — Eles ainda não entenderam que foi uma resposta da Casa contra o PT.
Estamos saboreando, mas o Eduardo agora tem que ter juízo. Ele é o
presidente da Câmara do Brasil, e pode fazer um estrago do c...! — disse
Geddel Vieira Lima.
E a derrota, avaliam, tem de ser debitada na conta da dupla de
articuladores “Pepe Legal e Freddie Mercury”, como batizaram
ironicamente os ministros Pepe Vargas, de Relações Institucionais, e
Aloizio Mercadante, por causa do bigode. Pepe foi comparado ao
antecessor e ex-ministro Luiz Sérgio (PT-RJ), que não tinha qualquer
peso na articulação. — O Luiz Sergio acabou servindo cafezinho no Planalto. Esse agora
achou que sabia cozinhar e se ferrou — ironizaram os peemedebistas.
Sobre
a disposição da presidente Dilma e seus ministros de tentar uma
reaproximação com Eduardo Cunha, usando as nomeações do segundo escalão
do governo, seus aliados ironizaram: — Esquece! O Eduardo vai se fazer respeitar colocando uma pauta de
votações olhando os interesses do País.O governo precisa interpretar
melhor o tamanho dessa derrota. Quem quer segundo escalão desse governo
que está aí?
Nas rodas de conversa, presidentes de partidos que integram o blocão
que venceu a eleição, parlamentares e convidados traçavam cenários da
relação com a presidente Dilma Rousseff, comentavam os erros dos
ministros articuladores do Planalto e até mesmo a possibilidade do
aliado ter que comandar um pedido de impeachment da presidente num
futuro próximo. Sobre a esperada enxurrada de processos contra
parlamentares envolvidos na operação Lava-Jato, pedidos de abertura de
novas CPIs pela Oposição ou até mesmo um pedido de impeachment, Cunha ,
nas conversas, disse que não tem como segurar nada como Presidente da
Câmara.
— A derrota do PT no primeiro turno foi um capote na presidente
Dilma! A vida dela, a partir de março, vai virar um inferno! Vai vir
impeachment aí, e quem vai ficar é o Temer! — bradava Levy Fidelix,
presidente do PRTB, que integrou o bloco de Cunha. — O melhor caminho da Dilma, com sua limitação de competência, era
renunciar e entregar para o Michel. Ele já assumia trocando todo o
comando da Petrobras e recuperando a credibilidade do empresariado —
defendeu mais cedo Darcisio Perondi (PMDB-RS), dizendo que o resultado
da eleição mostrava que “o populismo do PT” estava sendo enterrado.
Para não aprofundar a crise de relação com o PT, o vice-presidente
Michel Temer não foi à festa de Cunha. Mas recebeu no Jaburu para
avaliar a nova situação uma turma liderada pelo ex-ministro Moreira
Franco, Geddel Viera Lima e outros peemedebistas mais próximos. Os
aliados de Cunha, na festa, avaliaram que agora o reeleito presidente do
Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), que precisou da ajuda do Planalto
para segurar os votos do PT, “vai virar instrumento” do governo. Mas consideram a situação de Renan imprevisível diante da nova onda
de delações premiadas dos empreiteiros. Também comentaram a possível
delação premiada do empresário Ricardo Pessoa, da UTC, que tem ligações
muito próximas com o PT .
Antes de se sentar para tomar “só uma taça de vinho” com a família,
Eduardo Cunha teve que apagar um incêndio com Levy Fidelix. Muito
exaltado e fazendo sinal com o dedo do meio, ele mandava “se f...” Luis
Tibé, presidente do PTdoB, que integra com o PRTB o bloco de nanicos que
apoiou Cunha. Queria que Cunha tirasse o PTdoB do bloco porque o
partido tinha traído e fechado com Chinaglia. — Traíra? Rua! O cara iludiu a gente, estava negociando cargo, pô!
Queria levar a gente pra lá e o que eu quero é derrotar o PT —
esbravejava Fidelix, dizendo que com os 17 deputados do bloco dos
nanicos iam ganhar uma comissão técnica na nova gestão da Câmara.
10 comentários
Aceno$, muito$ acenoS.
ReplyQuanto a Freddie Mercury merece respeito.
Requebrava no palco, sim, mas não vivia de perna$ aberta$ e seu dinheiro, até onde se sabe, foi fruto de Trabalho, Talento e Competência.
Todo$ elle$ sabem que não virá impeachment aí.
ReplyPor um motivo muito $imple$.
Que vão todos para o inferno. Cuidem para que o povo não cague em cima da mesa do congresso, poam a Anta para fora antes que ela se coloque como vítima da própria merda aí podem comer a lavagem que desejarem que se f o dam todos rindo. Farquardi
ReplyO pete, partido dos trambiqueiros, já escorrega pelo buraco rumo ao fundo. Espero que de lá não saia jamais. Isso é apenas o começo
ReplyCoronel,
Replyo vocal do Queen e Merdandante tem apenas uma coisa em comum: o bigode.
Mercury tinha TALENTO!!! Um dos artistas mais importantes dos nossos tempos.
Agora Merdandante....
Flor Lilás
Cel
ReplyAcho que o Mercadante está mais para Manoel Zelaya do que para Freddie Mercury.
Esther
O PEPE LEGAL já foi prefeito de Caxias do Sul (RS),ele tem um jeito especial de amarrador de cachorro com linguiça. Não deu certo.
ReplyHora do Dem e psdb, juntos dos outros partidos cansados do populismo barato do pt, chegarem mais perto da populaçao e pregarem no pt a marca dos sacos da maldade. Nao queremos mais impostos, mais inflaçao, mais violencia, mais corrupçao
ReplyMercadante está para professor Girafales assim como está para Maduro...
Reply...de podre.
Caro Fred Oliveira, 3 de fevereiro de 2015 00:36
Replynão queremos mais drogas nas ruas nem violência!!
Não queremos mais corruPTela no poder!
Não queremos mais quebra de empresas que nos eram suporte e que agora estão infestadas por cupins petralhas - Correio e Petrobrás.
Não queremos mais ignorantes e iletrados sem educação.
Não queremos a saúde demolida e seus profissionais arrasados pelo populismo e tramas malignas bolivarianas!
FORA PT!
FORA DILMA!
FORA LULA!
Flor Lilás