Após colocar na prisão os executivos das maiores empreiteiras do
País, o juiz da Lava Jato Sérgio Moro (foto) autorizou a extensão da quebra do sigilo
bancário das empresas de fachada do doleiro Alberto Youssef para o ano
de 2014. Com a medida, pela primeira vez a operação vai conseguir
identificar o que foi movimentado nas empresas utilizadas pelo doleiro
para lavar dinheiro do esquema criminoso que envolvia pagamento de
propinas a agentes públicos, políticos e executivos durante o período
eleitoral.
Foi autorizada a extensão
das quebras dos sigilos da GFD Investimentos, RCI software, Empreiteira
Rigidez e MO Consultoria. A medida atende à solicitação do Ministério
Público Federal que, junto com a Polícia Federal, suspeita que as
doações das grandes empreiteiras para campanhas eleitorais deste ano
sejam, em parte, lavagem de dinheiro desviado dos contratos da
Petrobras.
Além dos valores movimentados
pelas empresas de fachada do doleiro, que receberam dinheiro de
empreiteiras envolvidas em ao menos 9 obras da Petrobras, segundo as
investigações, a extensão da quebra do sigilo, que abarca de 1 de
janeiro até 14 de novembro deste ano, vai alcançar o período eleitoral
no qual as campanhas da situação e da oposição receberam vultosos
repasses das mesmas empresas investigadas pela Lava Jato.
Além
da Petrobras, Youssef tinha negócios envolvendo concessões públicas e
obras em todo o País. Em sua residência, a Polícia Federal apreendeu uma
lista com 750 contratos públicos que o doleiro teria intermediado junto
a grandes empreiteiras, de 2009 a 2012.
Até o
momento, as investigações destrincharam as movimentações bancárias das
empresas de fachada de Youssef entre 2009 e 2013, período no qual, por
exemplo, elas receberam ao menos R$ 37 milhões somente das empresas do
Grupo Sanko, que fornecem material para as obras de Abreu e Lima tocadas
pelo Consórcio CNCC, liderado pela Camargo Corrêa. Além
disso, em outubro a PF já havia intimado as empreiteiras citadas na
Lava Jato a explicar repasses que somavam R$ 31,5 milhões, a duas
empresas do doleiro.
Para o juiz, os dados até agora
comprovam o articulado esquema montado na estatal. "Em síntese, e em
cognição sumária, há prova de que as empreiteiras, em cartel, frustraram
licitações da Petrobras, manipularam o preço dos contratos, lavaram o
produto do crime por intermédio de Alberto Youssef, e pagaram vantagem
indevida a agentes públicos, como Paulo Roberto Costa, ex-Diretor de
Abastecimento da Petrobrás", assinala Moro na decisão. (Estadão)
6 comentários
Coronel,
Replyfelizmente ainda existe homens sérios e de coragem no nosso pobre Brasil. Parabéns ao DR. Sérgio Moro.
Esse juiz tem que ser homenageado, condecorado.Heroi brasileiro!Parabens Moro!
ReplyCoronel,
Reply3 Vivas ao Juiz Sérgio Moro: Viva! Viva! Viva!
Que Deus o ilumine e proteja!
Flor Lilás
No dia 29/11 vamos para rua e iremos levar faixas de apoio ao Sr. Juiz Sérgio Moro.
ReplyJuiz Moro,estamos com o senhor.Em um país onde a impunidade domina,aparecer um juiz corajoso é emocionante!
ReplyImportantíssimo estender as investigações para 2014. Isso leva diretamente à campanha de dilma para reeleição.
ReplyTorço para que tanto Gilmar Mendes quanto Sérgio Moro encontres evidências de dinheiro ilegal na campanha petista à presidência.
Aí o castelo de areia do pt iria desmoronar.