A coluna de Dora Kramer, uma serrista com os pés no chão, publicada no Estadão com o título "Bons de bico". A colunista sugere que Serra deve sair logo do PSDB ou estou enganado, sendo maldoso ou trollando o ex-presidenciável? Afinal de contas, faltando mais de um ano para a eleição e 43 dias para o prazo de desfiliação, não há o mínimo sentido em afirmar que estas poucas semanas possam abalar as articulações de adesão...
Quando o PSDB elegeu o senador Aécio Neves presidente do partido, em maio último, automaticamente consolidou seu nome para concorrer à Presidência da República em 2014. Os tucanos não queriam dar mais espaço às tergiversações e aos vaivéns que marcam suas decisões sobre candidaturas presidenciais há mais de dez anos.
O próprio Aécio já havia dado ao assunto atestado de questão vencida, ao declarar que sua eleição significava a virada da página das divisões e disputas internas no partido. Portanto, não há que se falar em prévias para escolha da candidatura presidencial sem se atentar para a evidência de que se trata de uma fabulação em torno de um fato consumado.
O partido abre um debate a respeito de algo decidido; de onde, não há remota possibilidade de ocorrer uma disputa na acepção do termo. Então, qual a utilidade de tudo isso? Pelo jeito, só para ganhar tempo e espaço no noticiário, conquanto tal atitude não preste as devidas homenagens ao discernimento do respeitável público de um filme visto e revisto.
Essa história de prévias surgiu a partir da disposição cada vez mais clara do ex-governador José Serra de se candidatar em 2014._ preferencialmente à Presidência. Seus aliados resistem a deixar o PSDB e ele, por sua vez, mede o efeito da saída sobre esse grupo.
Diante do falatório, o senador Aécio resolveu rebater dizendo que aceita as prévias e Serra devolveu a bola afirmando que tudo bem, mas quer conhecer as regras sobre a abrangência de participação, prazos, condições de igualdade na competição e saber qual a "taxa democrática" da disputa.
O jogo de cena agride a lógica. Primeiro, não existe a hipótese de resultado que não a vitória de Aécio. E depois Serra fala de exigências que sabe muito bem que não vão e não podem ser cumpridas. Exemplo: como se mede a "taxa democrática"?
Falam por falar. Os tucanos não querem que Serra saia. Por menos chance que ele tenha devido à alta rejeição nas pesquisas e às dificuldades de alianças e financiamento numa campanha pelo PPS que negocia a filiação com ele, dividiria o eleitorado no mesmo campo e reduziria as chances do PSDB de estar no segundo turno.
A preliminar é: Serra quer mesmo ser candidato a presidente? Na interpretação de tucanos, a declaração dada por ele em Brasília na última quarta-feira admitindo a possibilidade é um sinal de que está iniciando os preparativos para sair do partido. Justamente porque tem perfeita noção da impossibilidade de ser candidato pelo PSDB.
Poderia ficar e disputar o Senado? Poderia, mas não há garantia de nada. Aliás, nada está garantido, saindo ou ficando. Trata-se agora de avaliar qual a decisão menos prejudicial.
De um lado, seus (ainda) companheiros de partido tentam convencê-lo de que é melhor ficar. A dúvida é: melhor para quem, para ele ou para eles?
De outro lado, o presidente do PPS, deputado Roberto Freire, repete nas conversas com Serra que a insegurança é geral. "Não se dizia que a reeleição de Dilma Rousseff estaria assegurada? Hoje esta é uma possibilidade, mas não é uma certeza como já foi", argumenta.
Embora admita que existam muitas críticas em relação ao (ainda) tucano, Freire percebe reconhecimento aos atributos dele como gestor. "Num quadro de crise econômica, o eleitor vai levar em conta a capacidade dos candidatos de enfrentar situações difíceis e este é um ativo inegável de Serra."
As tratativas com o PPS estão avançadas, embora não concluídas. O limite para a decisão, em tese, é o dia 5 de outubro. Na prática, porém, o prazo legal não é o mesmo que o prazo político.
Se resolver mesmo trocar de partido, mas deixar para anunciar a decisão na última hora, José Serra não terá tempo para articular adesões reduzindo a densidade política de sua filiação ao PPS para ser candidato a presidente.
Quando o PSDB elegeu o senador Aécio Neves presidente do partido, em maio último, automaticamente consolidou seu nome para concorrer à Presidência da República em 2014. Os tucanos não queriam dar mais espaço às tergiversações e aos vaivéns que marcam suas decisões sobre candidaturas presidenciais há mais de dez anos.
O próprio Aécio já havia dado ao assunto atestado de questão vencida, ao declarar que sua eleição significava a virada da página das divisões e disputas internas no partido. Portanto, não há que se falar em prévias para escolha da candidatura presidencial sem se atentar para a evidência de que se trata de uma fabulação em torno de um fato consumado.
O partido abre um debate a respeito de algo decidido; de onde, não há remota possibilidade de ocorrer uma disputa na acepção do termo. Então, qual a utilidade de tudo isso? Pelo jeito, só para ganhar tempo e espaço no noticiário, conquanto tal atitude não preste as devidas homenagens ao discernimento do respeitável público de um filme visto e revisto.
Essa história de prévias surgiu a partir da disposição cada vez mais clara do ex-governador José Serra de se candidatar em 2014._ preferencialmente à Presidência. Seus aliados resistem a deixar o PSDB e ele, por sua vez, mede o efeito da saída sobre esse grupo.
Diante do falatório, o senador Aécio resolveu rebater dizendo que aceita as prévias e Serra devolveu a bola afirmando que tudo bem, mas quer conhecer as regras sobre a abrangência de participação, prazos, condições de igualdade na competição e saber qual a "taxa democrática" da disputa.
O jogo de cena agride a lógica. Primeiro, não existe a hipótese de resultado que não a vitória de Aécio. E depois Serra fala de exigências que sabe muito bem que não vão e não podem ser cumpridas. Exemplo: como se mede a "taxa democrática"?
Falam por falar. Os tucanos não querem que Serra saia. Por menos chance que ele tenha devido à alta rejeição nas pesquisas e às dificuldades de alianças e financiamento numa campanha pelo PPS que negocia a filiação com ele, dividiria o eleitorado no mesmo campo e reduziria as chances do PSDB de estar no segundo turno.
A preliminar é: Serra quer mesmo ser candidato a presidente? Na interpretação de tucanos, a declaração dada por ele em Brasília na última quarta-feira admitindo a possibilidade é um sinal de que está iniciando os preparativos para sair do partido. Justamente porque tem perfeita noção da impossibilidade de ser candidato pelo PSDB.
Poderia ficar e disputar o Senado? Poderia, mas não há garantia de nada. Aliás, nada está garantido, saindo ou ficando. Trata-se agora de avaliar qual a decisão menos prejudicial.
De um lado, seus (ainda) companheiros de partido tentam convencê-lo de que é melhor ficar. A dúvida é: melhor para quem, para ele ou para eles?
De outro lado, o presidente do PPS, deputado Roberto Freire, repete nas conversas com Serra que a insegurança é geral. "Não se dizia que a reeleição de Dilma Rousseff estaria assegurada? Hoje esta é uma possibilidade, mas não é uma certeza como já foi", argumenta.
Embora admita que existam muitas críticas em relação ao (ainda) tucano, Freire percebe reconhecimento aos atributos dele como gestor. "Num quadro de crise econômica, o eleitor vai levar em conta a capacidade dos candidatos de enfrentar situações difíceis e este é um ativo inegável de Serra."
As tratativas com o PPS estão avançadas, embora não concluídas. O limite para a decisão, em tese, é o dia 5 de outubro. Na prática, porém, o prazo legal não é o mesmo que o prazo político.
Se resolver mesmo trocar de partido, mas deixar para anunciar a decisão na última hora, José Serra não terá tempo para articular adesões reduzindo a densidade política de sua filiação ao PPS para ser candidato a presidente.
10 comentários
Blog do Giba:"O alto comando do tucanato tem plena consciência de que o partido não terá condições para fazer uma consulta com todos seus filiados a tempo para o pleito nacional. Estima-se que a legenda tenha cerca de 1,3 milhão de
Replyfiliados e 1,5 mil convencionais, incluindo delegados, vereadores, prefeitos, deputados, senadores e outros. Quando José Serra fala de "regras iguais para todos" nas prévias, quer ver todo esse universo votando. Se não der, dirá que não pode participar de prévias com "cartas marcadas". Agora, com o objetivo básico de mantê-lo no partido, os governadores Geraldo Alckmin e Beto Richa embarcaram também na canoa das prévias."
Portanto se Serra quer ser candidato terá mesmo que sair do PSDB.
Coronel,
ReplyA dúvida é: melhor para quem, para ele ou para eles? Esta observação da Dora mostra o real interesse do Serra, somente ele. O Brasil, O Brasil fica para muito depois, se for o caso.
O que eu entendi foi o seguinte:Não exste a menor possibilidade de Serra ser candidato pelo PSDB,não existe tempo para se preparar prévias,pelo menos de forma organizada,decente.Se Serra quer ser candidato terá que sair,o resto é conversa fiada.
ReplySeria bom se o Aécio deixasse o Serra pra lá. Se o Serra quiser ficar aceitando Aécio como candidato, fica, se não, deixa ele buscar o caminho dele.
ReplyEsse cabo eleitoral do PT,tem mais é que sair logo do partido.Esse baú sem alça já comprometeu demais as chances do PSDB de tirar a quadrilha do poder.Alguém tem que dizer ao Serra,que seu índice de rejeição inviabiliza sua candidatura.
Replyhttp://cbn.globoradio.globo.com/programas/jornal-da-cbn/2013/08/23/IMPORTACAO-DE-MEDICOS-NAO-VAI-RESOLVER-O-PROBLEMA-DA-SAUDE-BRASILEIRA.htm
ReplyA indecisão é marca do ninho dos TUCANOS VERMELHOS, a fama de indeciso do PSDB é fruto desta quinta coluna do movimento petralha na oposição.
Reply-
Eu considero semelhante à numa guerra um soldado agir ATRÁS DAS LINHAS INIMIGAS, no caso os inimigos estão agindo do nosso lado sabotando nossa linha de defesa e espionando em favor do inimigo na batalha.
** Utilizei a linguagem militar, na política é semelhante à guerra, por isto alguns militares puderam ser políticos e o inverso idem ( os políticos petralhas agiram como se fossem militares mas lutando pelo inimigo soviético e cubano e do outro lado os bons NÃO TINHAM MAIS POLÍTICOS, estávamos com militares intervindo na política, em 1985 o governo desfez a troca , o governo Figueiredo com a anistia, permitiu a volta impune dos "políticos" que agiram marcialmente "guerrilheiros" e os militares com ação correta de FUNCIONÁRIO PÚBLICO da autodefesa social ( defesa da pátria ).
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VIVA AS FF. AA. e os pouquíssimos políticos "honestos".
** ponho honestos entre aspas porque nunca se coloca a mão no fogo ao se falar de política.
A Dora tem escrito tanta bobagem ultimamente...
ReplyA de democracia do Brasil é comunista brigando contra comunista para ver quem vai roubar mais.
ReplyEu realmente não entendo a lógica: por quê Serra quer ser candidato? Para fazer uma campanha bunda como a de 2010? Para levar porrada na mídia e ficar quieto engomando seus punhos de renda? Em 2010 eu liguei para o PSDB em SP para oferecer meu trabalho voluntário na campanha. Nunca me ligaram de volta. Nunca quiseram saber. Isto é intrigante. Mesmo com todo mundo pedindo para que mudasse seu marketeiro petista, nada aconteceu. Levou porrada atrás de porrada e perdeu fatalmente. Perdeu porque queria perder. Alguém poderia me explicar esta lógica por favor?
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