Advogados de alguns dos principais réus do mensalão vão explorar nesta
semana diferenças entre os dois principais documentos da acusação que
constam do processo, com o objetivo de apontar contradições e omissões.Eles começarão amanhã a expor os argumentos da defesa dos réus no
plenário do STF (Supremo Tribunal Federal). Cada acusado terá direito a
uma hora para falar.Os defensores dos réus vão comparar trechos da denúncia, formulada em
2006 pelo então procurador-geral da República Antonio Fernando Souza e
acolhida em 2007, e as alegações finais, entregues em 2011 pelo atual
ocupante do cargo, Roberto Gurgel.
Os advogados vão enfatizar para o STF elementos que foram incluídos na
denúncia e que acabaram sendo descartados após a fase de instrução do
processo, em que o STF recolheu provas e tomou centenas de depoimentos.Quando o Ministério Público apresenta uma denúncia ao Judiciário, aponta
indícios de crimes devem ser esclarecidos no processo penal. As
alegações finais representam um balanço do que foi possível concluir com
o processo. "A denúncia foi diferente da alegação final. Para caracterizar o tipo
penal de meu cliente, mudaram a conversa", diz o advogado do deputado
Pedro Henry (PP-MT), José Antonio Duarte Alvares.
Na denúncia, a Procuradoria diz que Henry recebeu dinheiro do mensalão
para obter "apoio político do PP" em votações de interesse do governo no
Congresso. No final, a argumentação é que Henry foi "cooptado" pela
"perspectiva do voto parlamentar". Ou seja, a primeira peça diz que o PP foi comprado pelo mensalão e a
segunda diz que o deputado é que foi subornado, o que pode fazer
diferença quando os ministros do STF analisarem sua conduta.
Um dos mais experientes advogados do caso, Antônio Cláudio Mariz de
Oliveira, irá na mesma linha. Segundo ele, houve uma mudança importante
na acusação contra sua cliente, Ayanna Tenório, ex-executiva do Banco
Rural. Na denúncia original, ela foi associada a 68 operações com indícios de
lavagem de dinheiro. "Nas alegações finais, falaram de apenas três
operações", observa Mariz. O advogado Marcelo Leonardo, que defende o empresário Marcos Valério
Fernandes de Souza, apontado como o operador do mensalão, pretende
explorar um recuo da Procuradoria, que pediu a reclassificação das
condutas atribuídas a alguns dos réus.
Dez pessoas foram acusadas pela Procuradoria de evasão de divisas, por
terem enviado para uma conta nas Bahamas parte dos pagamentos recebidos
pelo publicitário Duda Mendonça por serviços prestados ao PT na campanha
presidencial de 2002. "Na denúncia inicial, a acusação era de evasão de divisas", diz
Leonardo. "Nas alegações finais, a Procuradoria afimra que pode não ser
evasão e pede para condenar por lavagem de dinheiro."
A Procuradoria não apresentou justificativas ao fazer o pedido de
reclassificação das condutas, mas disse ao STF que considera as provas
existentes no processo suficientes para caracterizar qualquer um dos
dois crimes. Por meio de sua assessoria, a Procuradoria disse que é normal haver
diferenças entre as duas peças de acusação, pois indícios apontados na
denúncia podem ou não ser confirmados no processo.(Folha de São Paulo)
8 comentários
essa eh que eh a hora boa!
Replyver advogado de companheiro "dedurando" outros companheiros...ehehe
uma briga pra se assistir de camarote...
Coronel,
ReplyTítulo perfeito!!
Só um "desavisado" poderia acreditar que os 38 acusados ainda permanecem unidos, sem o "Adesivo Mensaleiro($$$)".
O tiroteio vai começar!! O acerto de contas entre os bandidos será sangrento!!
JulioK
Incriminarem os outros?!!!
ReplyPor isso que o sistema americano é imbatível, enquanto aqui é a sociedade que tem que provar a culpa do meliante, lá é o meliante que tem que se virar para provar que é inocente.
Coronel,
Replyagora é que vamos ver o circo pegar fogo.
Que diferença faz ser "comprado ou subornado"? Tá na lama do mesmo jeito!
ReplyLi na Veja.com.br a defesa do chefe da organização criminosa e pelo visto a culpa TODA é do delúbio. KKKKKK!!!!
Como bem disse o JulioK, "o acerto de contas entre os bandidos será sangrento"!!
Culpa do mordomo Delubio? Acho que nao vai colar, vem pau firme nessa turma.
ReplyLembram-se da FOTO do DElúbio de joelhos ao lado do LULLa acendendo o sue charuto, pois é ,esta bem explicito quem é o CHEFE do MENSALÃO, é só verificar a FOTO, o capo de tudo é o molusco, o Delúbio é pau mandado.
ReplyAnônimo das 10:16
ReplyVocê percebe o tamanho da besteira que publicou?
Em nenhum país democrático do mundo o acusado tem que provar inocência. É sempre o acusador que tem que provar a culpabilidade do réu ou acusado. Imagine o seguinte: Você é acusado de fazer pipi fora do vaso, mas não fez. Como você poderia provar isso? Mostrando que nunca entrou naquele banheiro? Dizendo que tem o bilau cortado? E se tivesse entrado logo depois de quem fez, poderia dizer quem era?
Se sua teoria fosse aceitável, você se livraria da acusação simplesmente acusando outra pessoa, pois pela sua lógica, aquela pessoa teria que comprovar a inocência e você se livraria do castigo. Pode isso?