O ministro Antonio Dias Toffoli, do Supremo Tribunal
Federal, suspendeu ontem a votação do processo de cassação do senador
Demóstenes Torres (ex-DEM-GO) no Conselho de Ética do Senado, agora adiada para
segunda. A decisão levou senadores a criticarem Toffoli dizendo que
ele "criou" uma norma para beneficiar Demóstenes e agiu sob
"influência" da defesa do ex-líder do DEM. O ministro acolheu o argumento dos advogados, segundo o qual
é necessário um prazo entre a apresentação do relatório final e a votação. O relator, senador Humberto Costa (PT-PE), ia apresentar o
relatório ontem, e o conselho votaria na mesma reunião. A defesa pediu dez dias
entre um ato e outro. Toffoli concedeu adiamento por três. O prazo é necessário, segundo Toffoli, para
"concretizar o direito à ampla defesa e ao contraditório".
Na sexta, a ministra Cármen Lúcia negou um pedido
semelhante, dizendo que o tema era da competência do Congresso. Ontem, o
mandado de segurança da defesa caiu para Toffoli, pois Cármen Lúcia estava
viajando. Após a decisão de Toffoli, Costa só leu a introdução de seu
parecer, sem recomendar punições a Demóstenes, o que será feito na segunda. Mas
já deu sinais de que vai pedir a cassação. O adiamento pode ajudar Demóstenes, pois retarda a análise
em plenário da eventual cassação. Uma decisão em período eleitoral diluiria o
desgaste de absolvição. A Justiça pode, nesse meio tempo, invalidar os grampos da
Monte Carlo -o que, juridicamente, enfraqueceria o argumento pela cassação.
Segundo Antônio Carlos Valadares (PSB-SE), presidente do
Conselho de Ética, a decisão do ministro cita resolução que regulamenta os
trabalhos do colegiado e que não contém a previsão de prazo nesta etapa do
processo: "Toffoli, com todo respeito, reescreveu a resolução". "Houve ingerência numa decisão interna do Legislativo,
que contribui no jogo de protelação que a defesa está fazendo", afirmou
Costa. Os senadores também se irritaram com o fato de Toffoli ter
citado artigo do regimento que se aplicaria aos processos terminativos (que não
precisam passar pelo plenário), o que não é o caso do de Demóstenes. Já Pedro Taques (PDT-MT) sugeriu que houve
"influência" da defesa e afirmou que o ministro agiu como "mãe
Diná" ao deduzir que os senadores não conseguiriam analisar o processo. Alguns senadores lembraram, reservadamente, da suposta
proximidade entre Demóstenes e o ministro do STF. Em depoimento no conselho, Demóstenes confirmou que viajou
com Toffoli para assistir a um jogo da seleção em Goiânia (GO). Toffoli disse que não comentaria as acusações. (Folha de São Paulo)
3 comentários
Impedimento, Suspeição , Vergonha na Cara, o mínimo, somente o mínimo necessário para salvar as aparências e não desmoralizar mais ainda as instituições quase moribundas eticamente...
ReplyE é rifa é?! Ah esse juiz não deu... vamos tentar aquele outro...
ReplyO STF agora cancela o STF?
Pois é, né. Vamos ver como vai ficar. A passagem do vagabundo cachaceiro e corrupto pela presidência do Brasil, só deixou merdas pelo caminho, corruptos em todos os ministérios, vagabundos pelo Brasil afora.
ReplySó tem um jeito, afastar essa bandidagem petista e as demais quadrilhas aliadas do governo.
Fora PT
Fora bandidos