Ao longo de seus oito anos de mandato, Luiz Inácio Lula da Silva promoveu uma multiplicação sem precedentes de estruturas, cargos, verbas e poderes da Presidência da República, o que também ajuda a explicar por que escândalos se concentraram no Palácio do Planalto. O orçamento da Presidência e dos órgãos sob seu comando direto somava, em valores já corrigidos pela inflação, R$ 3,7 bilhões no final do governo FHC. No final da administração petista, são R$ 8,3 bilhões -ou R$ 9,2 bilhões se contabilizado o Ministério da Pesca, que tem orçamento separado, mas é vinculado à Presidência. A expansão, de 126% no cálculo mais comedido, superou com folga a do restante da máquina federal -de lá para cá, as verbas de ministérios, autarquias, fundações, Legislativo e Judiciário tiveram juntas aumento de 70%. Mas é na distribuição interna dos recursos que estão os exemplos mais eloquentes da superpresidência de Lula. Só o gabinete presidencial teve seus recursos multiplicados por cinco. Na classificação orçamentária, é onde está o núcleo central do poder palaciano, incluindo a Casa Civil da qual saíram José Dirceu, acusado de comandar o mensalão, Dilma Rousseff, para a campanha, e Erenice Guerra, após a revelação de que havia um esquema de facilitação de interesses privados no ministério. É ainda onde foram concentradas todas as verbas da publicidade oficial, antes distribuídas entre os ministérios e hoje a cargo da Secretaria de Comunicação Social, entregue em 2007 ao jornalista Franklin Martins, que ganhou status de ministro. Naquele ano foi criada uma estatal subordinada a Franklin, a Empresa Brasil de Comunicação, que substituiu a Radiobrás e tem hoje orçamento -separado do gabinete presidencial- equivalente a quase o quádruplo do contabilizado em 2002. A cargo da secretaria e da empresa está o programa "Democratização do acesso à informação jornalística, educacional e cultural". Trata-se, principalmente, da produção e distribuição de reportagens sobre o governo. Além de mais dinheiro, há mais gente no entorno presidencial. Sob Lula, o quadro de pessoal da Presidência aumentou acima dos 250%, enquanto no restante do Executivo civil a taxa foi de 13%. É verdade que a maior parte desse aumento se deve à Advocacia-Geral da União, que, além de contratar novos funcionários por concursos, absorveu procuradores antes distribuídos em outros órgãos. Desconsiderada a AGU, o contingente cresceu 150%, para 7.856 pessoas em maio. No gabinete do presidente, a grande maioria ocupa cargos e funções de confiança, sejam os de livre nomeação, sejam os reservados a servidores requisitados de outros órgãos -eram os casos, respectivamente, de Vinícius Castro e Stevan Knezevic, que deixaram a Casa Civil na esteira do caso Erenice. A Presidência também cresceu com a criação de novas estruturas e a absorção de órgãos que anteriormente estavam em ministérios. No governo Lula, o Planalto passou a incluir as secretarias especiais de Portos, Direitos Humanos, Políticas para as Mulheres e Igualdade Racial. A Controladoria-Geral da União ganhou orçamento próprio. O Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) saiu do Planejamento, teve mais verbas e fez o maior concurso de sua história.
Presidência inchada, cara e corrupta.
segunda-feira, 27 de setembro de 2010 às 06:59:00
Da Folha de São Paulo:
9 comentários
Vai ser foda limpar isto...
ReplyEnquanto isso, o Estado segue complemente paternalista (futuramente maternalista), inchado, devedor e aparelhado. Daqui a algum tempo tem PNDH3,4,5,... E daqui a mais algum tempo teremos uma nova venezuela (ou Cuba) nascendo aqui. Não vejo com bons olhos o futuro desta nação. O caminho do aeroporto parece ser a melhor alternativa.
Replyesse Ministério da Pesca eh um mero anexo do Planalto...
Replyfoi criado como braço do Executivo para acomodar companheiros e delinquentes diversos...
não foi la que foi parar a mulher do terrorista da FARC?
e se não me engano, acho que li nesse caso da Erenice 6% alguém que também estava la esquentando cadeira, fingindo que trabalhava...
Após nossa vitoria, o Brasil deveria conhecer o que se passou na presidência da república, seu gastos e favorecimentos. Seremos um país sério um dia? Essa pergunta começou a ser respondida por FHC, mas foi interrompida nesses oito anos de Lula. Serra dará prosseguimento à pergunta.
ReplyQue horror! Esse desgoverno cínico é um HORROR!
ReplyInteressante, mesmo, Coronel:
Replyo Ministério da Pesca produziu quantos "peixes" em sua estrutura ?
Piada pronta.
Alguém acredita que em 1964 se queria outra coisa????
ReplyEsses velhíssimos bordões de reforma agrária, proletariado, burguês têm servido ao logo da história para oportunistas de plantão, ou melhor, vagabundos mesmo, da estirpe de luis inácio e sua corja se aboletarem do poder.
Elles voltaram em 2010 e o pior, a sociedade brasileira esculhambou tanto as Forças Armadas que ninguém mais tem condições, nem morais de tirar esses vagabundos do planalto.
Não estão de acordo? Então leiam a reportagem acima com a Vice-Procuradora Sandra Cureau, que S.M.J. teria condições de dar um basta nos verdadeiros ataques a democracia feitos por luis inácio.
Pensam que acabou???
Ainda tem muito mais...
Alguém tem alguma coisa do lullinha? ou esse testa de ferro FDP também está blindado???
Sabe-se que a partir dessa concentração.nunca vista, de recursos públicos na Presidência da República, operacionalizados pela Casa Civil, ou melhor seria dizer,utilizados para a promoção da maior farsa já conhecida na história deste país com o objetivo de fazer um ilusionista no maior estadista que o mundo já conheceu, sabe-se, repito,que daí surgiu o mito dos 80% de aprovação do Lulla.Com certeza não houve nas consultas nada que lembrasse os maiores escândalos jamais produzidos pela cúpula de um governo federal.
ReplyCom a quantidade de "cupanheiros" pendurados nas estatais, nas agências reguladoras, nos ministérios criados que para nada servem + o dinheiro desviado na Casa Covil... acho até que este número está subestimido! Llulla quer mesmo ser melhor que FHC em tudo... até nos gastos. Só o AeroLlulla!?
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