Em Roma desde a semana passada,
onde acompanhou ao lado do vice-presidente Michel Temer a missa em ação de
graças pela canonização do padre José de Anchieta, Renan conversou por telefone
com nomes de peso do partido, insatisfeitos com sua iniciativa de recorrer,
anunciada na quinta-feira.
A provável mudança de rota na
estratégia de Renan vai de encontro ao que já havia sido acordado entre os
correligionários, em uma sequência de jantares nas últimas semanas.
"Entrar com recurso no pleno para quê?", questionou o líder
peemedebista no Senado, Eunício Oliveira (CE), um dos que ligou para o
presidente do Senado para lhe dizer que "ele havia se precipitado" ao
distribuir a nota sobre o recurso.
Renan retorna hoje ao Brasil e
amanhã, assim que reassumir os trabalhos no Senado, vai reunir os membros da
Mesa Diretora para falar sobre a desistência do recurso. A reunião, contudo,
visa evitar mais desgastes, tirando do presidente do Senado a responsabilidade
integral e deixando a decisão para o colegiado.
Na avaliação de um líder
peemedebista, embora Renan seja o citado pela liminar do Supremo, por ser o
presidente do Senado, o custo político de questionar a instalação da CPI da
Petrobrás seria compartilhado pelo PMDB como um todo.
Na semana passada, após receber a
notícia de que Rosa Weber decidiu a favor da CPI para investigar exclusivamente
as denúncias contra a Petrobrás, como defendia a oposição, o Palácio do
Planalto acionou os líderes da base aliada. A orientação foi que o PT não
recorreria. Pesquisas internas mostram que a avaliação de Dilma já sofre
desgaste por causa da CPI. O recurso caberia a Renan, como presidente do
Senado, numa tentativa de institucionalizar a manobra.
Copa. Para tentar blindar a
presidente, os governistas vão dar prioridade à indicação de parlamentares
fiéis ao Planalto. PT e PMDB têm direito cada um a 4 das 13 vagas da CPI,
enquanto o PSDB terá 2 nomes e o DEM, 1. Além disso, a aposta é que a
proximidade da Copa do Mundo, que começa em 12 de junho, reduzirá os holofotes
sobre a investigação no Congresso.
A oposição agora quer tentar
instalar uma CPI mista, incorporando deputados à investigação. "A CPMI tem
um peso político novo. Não podemos desprezar o apoio de 230 deputados",
justificou o líder do PSDB no Senado, Aloysio Nunes (SP).
Para tentar brecar a CPMI, mais
ameaçadora ao governo, a base vai argumentar que a decisão de Rosa Weber se
ateve ao processo no Senado. "O que foi decidido pelo Supremo foi a CPI do
Senado. Não vamos aguardar o STF receber uma ação de CPMI. Vamos tocar essa que
já está apresentada", disse o líder do PT, Humberto Costa (PE).
Tucanos e democratas vão destacar
que a CPI mista já cumpriu os critérios regimentais exigidos e que não há
argumento jurídico que impeça os deputados de participarem da investigação. A
liderança do DEM na Câmara cogita levar a questão mais uma vez ao Supremo, caso
Renan, que também é o presidente do Congresso, opte pela CPI restrita a 13
senadores.(Estadão)
5 comentários
Li por ai que o preço desta atuação seria o apoio do PT a candidatura do filho ao governo de Alagoas e outras cosiotas mas. Se ele não atender a ordem da Dilma como ficará o acordo? E sem o apoio do PT à candidatura do filho ele vai ferrar os vermelhos?
ReplyCoronel,
ReplyAgora é guerra pela sobrevivência!!!
Os "punhos de renda" que fiquem de fora!!
JulioK
Quem conhece o PMDB entende o significado desta decisão:
ReplyO PMDB ENTREGOU DILMA AOS LEÕES, E DESEMBARCOU DE SUA CANDIDATURA!!!
Quem fizer leitura diferente, ou está mal informado ou mentindo deliberadamente.
Lanterna.
O PMDB, como sempre, mostra sua cara fisiologista - como viu que foi vencido pela Juiza que determinou uma CPI exclusiva, colocou o rabinho no meio das pernas e tratou de ficar caladinho...
Replycorrija aí, coronel: a expressão "vai de encontro" significa oposição, contrariedade entre ideias e ações - diferentemente da expressão "vai ao encontro", que significa concordância, conformidade. logo, a provável mudança de rota na estratégia do senador "vai ao encontro" do que já havia sido acordado...
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