O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, disse que o
governo Roseana Sarney tem "total autonomia" para resolver os
problemas de segurança no Maranhão. Dois dias após ter se reunido com a
governadora, em São Luís, o ministro disse em entrevista à Folha que a aliada
coordenará diretamente o plano anticrise lançado na semana passada e que caberá
ao Ministério da Justiça "apoiar ações e acompanhar o cumprimento de
prazos".
Leia a seguir os principais trechos da entrevista.
Folha - Diante dos casos de violência dentro e fora dos
presídios, com decapitação e esquartejamento de detentos, não é o caso de uma
intervenção federal no Maranhão?
José Eduardo Cardozo - Pela Constituição Federal, a
intervenção deve ser proposta pelo procurador-geral da República ao Supremo
Tribunal Federal. Qualquer afirmação ou juízo de valor que eu pudesse fazer
nesse caso seria uma intromissão indevida em poderes autônomos.
Em Pedrinhas, 62 presos foram mortos desde o ano passado e
um relatório do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) concluiu que o governo tem
sido incapaz de coibir a violência. Dá para confiar no governo estadual para
controlar essa situação?
Estamos dando apoio ao Maranhão a partir de um programa que
será coordenado diretamente pela governadora Roseana Sarney (PMDB), que terá
total autonomia.
O governo pensa assim por que quer evitar atrito com o
senador José Sarney (PMDB) ou por que realmente acha que essa é a melhor forma
de lidar com o problema?
A presidente Dilma Rousseff determina ao Ministério da
Justiça e a toda sua equipe que aja de maneira absolutamente republicana, pouco
importa se o governador é aliado ou de oposição.
O senhor foi ao Maranhão na semana passada para se reunir
com Roseana Sarney (PMDB). Quais medidas práticas serão tomadas para controlar
a violência no Estado?
Criou-se um grupo de gestão integrada, com unidades dos
governos estadual e federal para executar o programa. Faremos a transferência
de presos de alta periculosidade para presídios federais de segurança máxima.
Também vamos implementar um mutirão de defensoria pública para acelerar
processos. Foram onze medidas no total.
O governo federal ofereceu vagas em prisões federais para
detentos considerados perigosos de Pedrinhas. Por que a governadora relutou em
aceitar a proposta?
A governadora, no momento que achou devido, aceitou a
oferta. Nós temos feito a transferência de presos para presídios federais com
grande êxito. O objetivo é cortar o comando da organização criminosa que age
dentro dos presídios e comanda ataques nas cidades. Quando feita a remoção, os
ataques começam a ceder.
Enviar presos perigosos a outros Estados pode facilitar o
contato desses detentos com lideranças de facções locais e ajudar a espalhar o
crime?
Essa tese não é comprovada pela realidade. Não sei de onde
tiram essa avaliação. Transferir presos é uma experiência exitosa.
Em novembro de 2012, o senhor disse que preferiria morrer a
ficar preso em uma cadeia brasileira. O sistema penitenciário sofre com a
superlotação e violência. Qual a solução?
A maior parte dos presídios no Brasil é mesmo medieval. Há
muitas organizações criminosas que surgiram a partir da articulação de presos
para mudar as condições péssimas nos presídios. É necessário enfrentar os
problemas, mas isso não tem tido eco na política e na sociedade. Quando você
fala em construir presídios, há pessoas que recriminam dizendo que bandido tem
que ser mal tratado.
Segundo dados divulgados pelo próprio Ministério da Justiça,
o Plano Nacional de Apoio ao Sistema Prisional recebeu 34,2% a menos de verba
em 2013 do que em 2012. Não era a hora de investir mais?
O tempo médio para a construção de um presídio chega a três
anos. A escolha do local nem sempre é fácil porque muitas cidades não querem
receber unidades prisionais, a elaboração do projeto é complexa e fazer a
licitação também. Para que eu possa repassar o dinheiro é necessário que o
Estado indique a área, o projeto, faça licitação e contrate a unidade. Esses
problemas acabam dificultando o repasse . Acredito que vai melhorar em 2014.
11 comentários
Não tem saída. A solução é a troca de comando no poder. Lembrando que o Beto Richa do PSDB está auxiliando na solução destes problemas no Maranhão. O clima amistoso e republicano, somente antes das eleições, depois...
ReplyNa hora do programa eleitoral do PT, desliguem a tv para não ouvir muita... muita mentira.
Coronel,
ReplyCardoso Garboso Covardoso.
Só fala grosso com a oposição! Serve para passar dossiês na surdina contra Alckimin e o PSDB paulista com a estória do tal problema dos metrôs.
Flor Lilás
Bem disse RA: Quando se trata de Sampa, o Gaboso, ruge; quando se trata do Maranhão, ele bale (torna-se assim um carneirinho) rsrs
ReplyChris/SP
"Quando você fala em construir presídios, há pessoas que recriminam dizendo que bandido tem que ser mal tratado."
ReplyQuais pessoas? Quantas pessoas? E um Ministério da República toma decisões dessa importância baseado em opiniões de "hipotéticas pessoas"? Ministro cínico e covarde.
É um petralha, vale dizer, um poltrão.
ReplyUm cara que pertecence ao partido dos bandidos, terroristas e assassinos se diz Ministro da "Justiça". hahahahaha, vai perder comunista!
ReplyPetista bom é petista...
ReplyQUE PAÍS É ESSE ???
ReplyOlha a pose do frouxão do PT. Vai ser burro assim lá no Instituto Lula!
ReplyQuero ver tanta compreensão com o desgovernador de Alagoas.
ReplyA União Federal não depende de ordem de ninguém para fazer intervenção onde é preciso. Seria como pedir ordem para salvar alguém que precisa ser salvo.
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