Agora é "oficial". Os
três mais próximos colaboradores do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva
desmancharam o sonho secreto, ou nem tanto, de muitos petistas de ver o
primeiro companheiro disputando novamente o Planalto em 2014. Provocados pelos
jornalistas, os ex-ministros Luiz Dulci (Secretaria-Geral da Presidência) e
Paulo Vannucchi (Direitos Humanos), além do presidente do Instituto Lula, Paulo
Okamotto, foram categóricos ao afirmar que não passa pela cabeça do chefe fazer
da sucessora Dilma Rousseff presidente de um mandato só. Ele a escolheu, impôs
o seu nome ao partido, percorreu o País divulgando o seu aval à candidatura da
ministra praticamente desconhecida, elegeu-a - e não pretende removê-la.
É fato que o patrono não
desencarnou do poder. Passados dois anos desde que desceu a rampa do Planalto
para se atirar, literalmente, nos braços da multidão, Lula ainda não cumpriu o
pacto que disse ter feito consigo mesmo de "mostrar que era possível ser
um ex-presidente sem se meter no exercício de quem estava (sic) na
Presidência", conforme as palavras que lhe atribuíram em um evento a
portas fechadas, anteontem, no seu instituto - onde o trio de auxiliares se
manifestou sobre a "nossa candidata". Na montagem do governo Dilma,
Lula como que assinou pessoalmente a nomeação de diversos ministros, a começar
do seu homem de absoluta confiança, Gilberto Carvalho, para a Secretaria-Geral
da Presidência.
Desde então, Dilma consultou o
mentor inumeráveis vezes, sem contar as ocasiões em que a iniciativa partiu
dele. O tumor na laringe que o acometeu ano passado apenas diminuiu
temporariamente a intensidade da sua curadoria. Mesmo quando atingido por
sucessivas más notícias - o resultado do julgamento do mensalão; as
traficâncias do pessoal ligado à então chefe do escritório da Presidência em
São Paulo, sua namorada Rose; e a acusação do publicitário Marcos Valério de
que ele não apenas aprovou o esquema de compra de votos, mas tirou uma
casquinha da dinheirama envolvida -, Lula ficou na muda, mas não inativo
politicamente. Agora há pouco voltou com a corda toda.
Orientou Dilma a se entender com
o empresariado para emergir das "dificuldades", segundo o eufemismo
empregado por Paulo Okamotto para se referir ao pibinho de 2012, ditou as
diretrizes da recém-iniciada gestão de Fernando Haddad - o segundo poste que
alçou ao poder - na Prefeitura de São Paulo e fez saber que tornará a viajar
pelo Brasil, numa versão atualizada das suas Caravanas da Cidadania na década
de 1990. Somou-se a isso a inquietação difusa no PT com os possíveis efeitos do
raquitismo econômico para as chances reeleitorais da presidente (que, por
sinal, só se filiou ao partido em 2001, passados 30 anos de sua fundação) para
avivar a hipótese Lula-14. O cenário Lula-18 não foi de todo excluído por seus
auxiliares.
Não se sabe se alguma vez
padrinho e apadrinhada conversaram sobre a eventualidade de ela desistir da
busca do segundo mandato. Tampouco se sabe se eles se desavieram por causa
disso. De todo modo, caso algo do gênero tenha ocorrido, seriam águas passadas
- e o PT que trate de trabalhar para manter no Planalto a companheira que
jamais seria a sua primeira escolha para suceder a Lula, o presidente que
formava com o partido uma entidade una. Ele, por sua vez, se empenhará naquilo
em que é, aí sim, insubstituível - articular a "segurança política"
para a reeleição. Ou seja, consolidar a aliança PT-PMDB e dissuadir o PSB de
alçar voo próprio, com a eventual candidatura do governador de Pernambuco,
Eduardo Campos.
Ocupando a vice-presidência da
República e devendo eleger em fevereiro, como combinado ainda no tempo de Lula
na chefia do governo, os titulares da Câmara e do Senado para o biênio
2013-2015, Henrique Alves e Renan Calheiros, o PMDB acumulará nesta segunda
metade da presidência Dilma amplos poderes - cacife que Lula decerto levará em
conta na operação em que, segundo o assessor Paulo Vannuchi "jogará toda a
sua energia". Curioso o quadro político atual: o jogo sucessório não
assume a forma de um confronto entre situação e oposição; é jogado
exclusivamente nas mesas do governo.
Editorial do Estadão de hoje, intitulado "Lula e Dilma, jogo jogado".
9 comentários
A bruxa inflada está com os gazes saindo pelo estopim O chefe do bordel está manipulando demais, o bico vai abrir, os gazes vão jorrar aos borbotões e a 'boneca' vai acabar voando em circuito incerto pelos ares.
ReplySeria cômico se não fosse grotesco esse bando de marginais fazendo de picadeiro o governo do Brasil.
Cadê a justiça desse brasilzinho mequetrefe? Com a palavra os togados articuladíssimos na fala e bananas no cumprimento do dever.
Fale sr. gurgel, barbosa, fux, mendes, ..... estão parecendo a oposição, engoliram a língua?
Apenas um cumprimento ao Coronel (Não deve ser publicado). Gostaria de cumprimentar o Coronel do Blog por ter atendido a minha insistênte solicitação e esquecer um pouco a desconstrução do governador Geraldo Alckmin. Um blog que trata de políticas nacional como é este tem coisas bem mais interessantes para discutir com seus seguidores, que parecem ser a maioria de fora de São Paulo, como a atual interferência do Lula nos governos petistas escolhidos pelo eleitor. Enquanto a gente lê algumas barbaridades sobre o Lula e seu enriquecimento ilícito em blogs congeneres aqui é só PSDB. Mas valeu e vamos em frente.
ReplyComplementando sobre o tal Renan:
ReplyUM MONUMENTO ÉTICO – RENAN TURBINA MINHA CASA EM ALAGOAS, E “EMPREITEIRA AMIGA” FATURA R$ 70 MILHÕES
http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/um-monumento-etico-renan-turbina-minha-casa-em-alagoas-e-empreiteira-amiga-fatura-r-70-milhoes/
É uma vergonha ter um safado desses presidindo novamente o Senado! Deveriam fechar esta casa de tolerância!
Chris/SP
Coronel,
Replyrealmente é o verdadeiro "Dono". O chefe da Máfia.
Isto é uma estratégia. Assim Dilma fica mais 4 anos no poder, depois Lula volta e fica mais 8. Com isso o Brasil recupera com juros e coreção monetária todo tempo perdido, quando a direita se deliciava no poder
ReplyÉ o único caso no mundo inteiro da eleição de umposte que já vem com o cachorro atado. E mijando.
ReplyCoronel,
ReplyA deteorização da economia brasileira em JAN2013 é de assustar.
Ou a Dilma troca o Mantega por alguém competente ou vamos .....
Adeus Brasil. O PT te matou!!
JulioK
Será que os paulistas irão querer um senador pinguço?
Replyé fantastico, o anônimo das 11:52 sabe escrever, ou alguém desenhou para ele?
Replyrealmente a esquerdopatia idiotiza ainda mais os imbecis.